As pequenas rivais da Claro Virtua, Vivo Fibra e Oi Fibra estão unindo forças
Operadoras regionais de banda larga estão se unindo para ganhar vantagens competitivas e competir com grandes grupos de telecomunicações

O Brasil tem grandes teles como Claro, Oi, TIM e Vivo, mas a grande popularização da banda larga está sendo feita por provedores regionais. São mais de 12 mil operadoras competitivas que reportam seus números para a Anatel. No entanto, um fenômeno de concentração desse mercado está acontecendo e os pequenos estão se unindo para conseguir competir com as grandes – e alguns já tem até relevância nacional, como Unifique e Vero.
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O mercado de banda larga é grande e ainda tem muito a crescer: de acordo com os dados de outubro da Anatel, o Brasil possui 40 milhões de contratos de internet fixa. Desse total, os pequenos provedores respondem por 42,5% dos acessos. Esse número deve ser ainda maior por conta da subnotificação, tendo em vista que as empresas competitivas não são obrigadas a informar os números para a agência.
Provedores se uniram e “incomodam” grandes operadoras
Dá pra dizer que os pequenos provedores são um sucesso, principalmente por oferecerem internet de fibra óptica com preço atrativo nas regiões que foram negligenciadas por Claro, TIM, Vivo e, principalmente, Oi. Não demorou muito e o mercado financeiro cresceu o olho sobre essas empresas.
Um dos grandes exemplos é a Vero Internet, criada a partir da união de oito operadoras do interior de Minas Gerais. Gerida pelo fundo de investimento Vinci Partners, a tele chegou a ingressar com um pedido de IPO (oferta pública) na bolsa de valores, mas recuou a estreia na B3 por “condições adversas do mercado”.
Outras empresas ganharam também ganharam escala, como a Unifique: ela foi fundada em Timbó, no interior de Santa Catarina, e desde que estreou na bolsa de valores comprou outras empresas menores da região Sul e Sudeste como MKS Net, TVC, Fibramaxx, Naja Net e Zappen. A companhia também vai atuar com o 5G, graças ao arremate de frequências no leilão da Anatel por meio de um consórcio criado em conjunto com a Copel Telecom (agora privatizada e gerida pelo fundo Bordeaux).
Comparando com um monte de “provedores de bairro”, Vero e Unifique são gigantes e se tornaram exemplos para outras uniões. A Proxxima nasceu da fusão de oito operadoras na região Nordeste e planeja alcançar 400 mil assinantes em cinco anos. Na região metropolitana de Belo Horizonte, a Blink se juntou com Tremnet e Telecom Dados e tem expandido sua rede até mesmo nas regiões mais centrais da capital mineira, onde Claro, Oi e Vivo possuem presença forte.
Fusão de pequenos provedores diminui concorrência?
Cada análise concorrencial precisa ser feita de forma individual, mas geralmente as aquisições ou união de empresas menores não necessariamente implica em prejuízos para competição.
Várias dessas aquisições acabam concentrando ativos de diferentes regiões, o que resulta em pouca ou nenhuma sobreposição das áreas de atendimento.

Com porte um pouco maior, os pequenos provedores ganham escala para expandir a rede, maior poder de negociação na compra de equipamentos e facilidades para estabelecer contratos de capacidade com datacenters e grandes operadoras.
A reação das grandes operadoras
Nos últimos anos, as grandes operadoras reagiram e apresentaram planos de expansão de fibra óptica, o que pode atrapalhar o sucesso contínuo dos pequenos provedores:
- A Oi separou seus ativos de fibra óptica, vendeu o controle para o BTG Pactual e dali nasceu a V.tal, operadora de rede neutra. A companhia pretende expandir a rede FTTH (quando a fibra vai até dentro da casa do cliente) para 32 milhões de domicílios de 2.300 cidades até 2024.
- A Vivo revisou a meta de crescimento da rede de fibra óptica e pretende oferecer sua banda larga Vivo Fibra para 29 milhões de endereços brasileiros até 2024. Sua estratégia também conta com o uso de redes neutras, inclusive da Fibrasil.
- A TIM aposta no molde de rede aberta e vendeu 51% da sua rede fixa para a IHS Brasil, criando a I-Systems. A infraestrutura alcança 4 milhões de lares com fibra óptica, e o plano industrial da operadora tem meta de atingir 8,9 milhões de domicílios com tecnologia FTTH em quatro anos.