Musk acusa Substack de tentar roubar dados para desenvolver “cópia” do Twitter

CEO da plataforma se defendeu de acusações no Substack Notes, ferramenta que Musk chamou de clone do Twitter; rede social impediu reações em tweets com links do Substack

Felipe Freitas
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Elon Musk com boca aberta, de onde saem pássaros do Twitter
Elon Musk se pronunciou sobre "treta" com Substack (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Elon Musk, dono do Twitter, se pronunciou sobre os “bloqueios” em tweets que contam com links para o Substack. Musk acusou a plataforma de tentar baixar dados do Twitter para criar o Substack Notes, uma ferramenta de feed que se assemelha à rede social do passarinho. A diferença é que o Notes será voltada para o conteúdo publicado no Substack.

O caso é uma continuação do “ataque” do Twitter contra a plataforma de newsletter. Na semana passada, tweets com links do Substack tiveram as reações (curtir, responder e retweet) desativadas. Alguns dias antes dos problemas com as reações, o Substack divulgou a criação do Substack Notes.

No fim de semana, os usuários do Twitter que clicavam em links do Substack receberam o aviso de que o link não era seguro. Nos testes feitos pelo Tecnoblog nesta segunda-feira, a mensagem parece ter sumido. De acordo com Elon Musk, a notificação foi aplicada pelo fato do Substack tentar baixar dados do Twitter.

Todavia, o CEO não publicou nenhum documento provando a sua fala. Chris Best, um dos fundadores do Substack, se defendeu afirmando que a plataforma sempre usou a API do Twitter de acordo com as diretrizes e com foco em ajudar o trabalho dos autores do site. Best ainda respondeu que, se houvesse algum problema com o uso da API, eles estariam abertos para conversar.

Outra situação envolvendo a “briga” entre os dois sites envolve a busca por “Substack” no Twitter. Sempre que um usuário pesquisa o termo “Substack”, ele marca os resultados de “newsletter”.

Substack e Twitter
Digitar por “Substack” na pesquisa traz os resultados de “newsletter” (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Musk acusa “antigo aliado” de trabalhar para o Substack

Matt Taibbi, jornalista americano de política, publicou que os links do Substack também foram bloqueados no Twitter. Elon Musk afirmou que o jornalista estava mentindo e que ele “é ou era um funcionário do Substack”. Ironicamente, Taibbi foi um dos repórteres escolhidos “a dedo” por Musk para publicar os materiais do Twitter Files — série de temas que a antiga gestão repreendeu por denúncias de fake news, mas cuja liberação também foi “escolhida a dedo”.

Chris Best, em resposta a Elon Musk, informou que Matt Taibbi nunca foi empregado pelo Substack. Taibbi é apenas um usuário da plataforma e é pago pelos assinantes da sua newsletter.

Mas o que é o Substack?

Substack Notes, ferramenta anunciada pela plataforma que é similar ao Twitter (Imagem: Divulgação/Substack)
Substack Notes, ferramenta anunciada pela plataforma que é similar ao Twitter (Imagem: Divulgação/Substack)

O Substack é uma plataforma para autores e criadores de conteúdo enviarem newsletter para assinantes. “Unindo os conceitos” do Mailchimp, Patreon e Apoia-se, os usuários da plataforma podem gerenciar sua newsletter e criar serviços de assinaturas, entregando conteúdos exclusivos para os pagantes.

Desde a sua fundação, a plataforma expandiu os formatos disponíveis. Além da tradicional newsletter de “texto corrido”, os criadores podem publicar vídeos e podcast. No dia 5 de abril, o Substack divulgou que lançará em breve o Substack Notes, recurso similar ao Twitter, mas focado no compartilhamento e recomendações de conteúdos da própria plataforma. Existe até um “restack” nos textos, recurso equivalente ao “retweet”.

Mas se você está buscando um “substituto do Twitter”, sinto muito. O Substack Notes não será nada disso. Exceto se você é um criador de conteúdo no Substack.

Com informações: The Verge

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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