Elon Musk promete abrir código do Grok, rival do ChatGPT

Grok foi lançado em novembro de 2023 e promete ser "sem censura", usando publicações do X (antigo Twitter) coletadas em tempo real

Giovanni Santa Rosa

Elon Musk prometeu abrir o código do chatbot Grok, criado pela xAI, empresa de inteligência artificial fundada pelo bilionário em 2023. No início do mês, Musk entrou com um processo contra a OpenAI, acusando a companhia de abandonar a missão de contribuir para o desenvolvimento da humanidade e buscar apenas o lucro. A OpenAI não abre seus modelos.

Musk comunicou a decisão no X (antigo Twitter): “Esta semana, a xAI vai abrir o código do Grok”. Por enquanto, não há mais detalhes de como isso acontecerá, nem quais partes do modelo serão liberadas.

Imagem da página inicial do Grok, IA generativa do X/Twitter
Página inicial do Grok, IA generativa do X/Twitter (Imagem: Reprodução/X)

O Grok foi lançado em novembro de 2023. Ele promete respostas com menos censura do que o ChatGPT e outros concorrentes, além de ser atualizado em tempo real, graças à coleta de publicações de usuários do X. Ainda em fase de testes, o chatbot está disponível para assinantes do pacote Premium+ da rede social X em países selecionados. No Brasil, o Premium+ custa R$ 84 mensais ou R$ 880 anuais.

Outras empresas também vêm tentando disponibilizar seus modelos para o público geral. É o caso da Meta e da startup francesa Mistral. O Google também liberou para desenvolvedores o modelo Gemma, menos potente que o Gemini. Já a OpenAI não tem adotado esta prática.

Musk acusa OpenAI de trair missão

No início do mês, o dono da xAI entrou com um processo contra a OpenAI. Ele acusa a empresa, o CEO Sam Altman e o presidente Greg Brockman de abandonar a missão original da companhia: criar inteligências artificiais visando o bem da humanidade.

ChatGPT e Sam Altman, CEO da OpenAI
Sam Altman diz que o próprio Musk avaliou que a OpenAI precisaria de mais dinheiro (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Musk é um dos co-fundadores da OpenAI, mas se afastou da instituição em 2018. Ele diz ter ajudado na fundação e no financiamento sob a promessa de que os modelos desenvolvidos seriam disponibilizados gratuitamente.

No entanto, o empreendedor avalia que a companhia se tornou, na prática, uma subsidiária da Microsoft. Ele quer que Altman, Brockman e Microsoft sejam impedidos de ter benefícios financeiros com as tecnologias desenvolvidas.

Dias depois, a OpenAI trouxe a público e-mails em que Musk afirma que a organização precisaria de bilhões de dólares, e que a única forma de conseguir isso seria buscando novas fontes de renda. Em 2019, a instituição sem fins lucrativos OpenAI criou a empresa OpenAI LP, visando lucro. A Microsoft é uma de suas maiores investidoras.

Com informações: TechCrunch, Reuters

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.