Demanda por placas de vídeo para criptomoedas ajudou Nvidia a lucrar mais
Os resultados financeiros da Nvidia referentes a 2017 foram divulgados nesta semana. A companhia tem motivos de sobra para comemorar: no ano, a receita foi de US$ 9,71 bilhões; o lucro, de US$ 3,04 bilhões, aumento de 83% em relação a 2016. Mas o número de jogadores comprando placas de vídeo não aumentou. Uma parcela dos ganhos vem da mineração de criptomoedas.
O uso de GPUs para esse fim não é recente, mas, em 2017, aumentou bastante por conta principalmente da mineração de Ethereum. Ainda compensa minerar essa e outras moedas digitais mais recentes com GPUs, ao contrário do que acontece com o Bitcoin.
Eis o resultado: os preços das placas de vídeo dispararam, principalmente nos Estados Unidos. Só para dar um exemplo, a GeForce GTX 1080 Ti com 11 GB foi lançada com preço sugerido de US$ 699, mas chegou a bater a marca de US$ 1.300. É um cenário péssimo para quem precisa fazer upgrade ou montar um PC gamer, mas excelente para os fabricantes.
No caso da Nvidia, só o último trimestre fiscal registrou receita de US$ 2,91 bilhões e lucro de US$ 1,12 bilhão. Coincidência ou não, esse foi um período de grande procura de placas para mineração.
A Nvidia atua em vários mercados, incluindo o de equipamentos para inteligência artificial e o de soluções de processamento para datacenters. Na área de games, além de GPUs para PCs, a companhia fornece chips para o Nintendo Switch, console cujas vendas vão muito bem, obrigado.
Obviamente, esses segmentos são responsáveis pelos ganhos impressionantes da Nvidia. Porém, a demanda por placas de vídeo para mineração cresceu tanto que seria equivocado deixar de incluí-las na conta. Colette Kress, CFO da companhia, reconheceu o crescimento desse nicho: “excedeu as expectativas”, disse.
Apesar disso, dá para notar certo cuidado com relação ao assunto. A Nvidia sabe que a demanda elevada por placas de vídeo está afetando jogadores e chegou a recomendar aos parceiros comerciais tratamento prioritário a esses usuários. Mas, na prática, isso não tem sido feito.
Outra preocupação desponta no horizonte: se a mineração de criptomoedas se tornar uma atividade pouco rentável, o mercado será inundado com a oferta de placas de vídeo usadas, o que forçará a diminuição dos preços das unidades que estão nas prateleiras. Aí a bonança dará lugar ao caos.
Com informações: TechCrunch, Ars Technica.