O segundo adicional em relógios finalmente vai acabar, mas vai demorar

Gabinete Internacional de Pesos e Medidas votou a favor de anular o "segundo intercalar" por 100 anos, mas apenas a partir de 2035

Ricardo Syozi
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Relógios
Relógios (Imagem: Unsplash / Jon Tyson)

Após engenheiros da Meta pedirem o fim do “segundo intercalar”, parece que isso realmente vai acontecer. Um grupo de cientistas e representantes de governos votaram em um painel global a favor de eliminar esse segundo adicional do Tempo Universal Coordenado, o UTC. Um dos motivos é que esse tempo extra acaba afetando negativamente os servidores, com quedas e falhas surgindo quando ele ocorre.

Empresas como Microsoft, Google e Amazon já haviam reclamado sobre esse segundo adicional que foi introduzido em 1972. Ele foi criado para ajustar o UTC a cada 21 meses. Contudo, a rotação da Terra não é tão regular assim, fazendo com que o horário atômico internacional e o horário solar aparente fiquem descoordenados.

Sendo assim, estados-membros do Gabinete Internacional de Pesos e Medidas (International Bureau of Weights and Measures) votaram quase que de forma unânime para apoiar a “Resolução D”. Segundo o The New York Times, esse decreto pede para que o Tempo Universal Coordenado siga sem interrupções do “segundo intercalar” de 2035 a 2135.

O principal objetivo disso é o de dar tempo para os cientistas desenvolverem uma alternativa melhor de manter a sincronia entre o relógio atômico e o astronômico. Além disso, os servidores das empresas terão um século de “sossego” sem que entrem em pane ou algo similar.

Relógio pequeno
Poder usar melhor o tempo é importante para a ciência (Imagem: Unsplash / Lukas Blazek)

A Meta não está interessada em esperar

Não é segredo que esse segundo adicional dá dor de cabeça para companhias diversas.

Em 2012, por exemplo, o Reddit ficou 40 minutos fora do ar. Isso aconteceu simplesmente porque os servidores se confundiram com a mudança de horário. Situações similares e tão desagradáveis quanto aconteceram com marcas como LinkedIn e Foursquare, nas quais seus sites ficaram indisponíveis por alguns minutos também devido à confusão dos computadores em relação ao segundo adicional.

Desse modo, não é de surpreender que a Meta não esteja muito empolgada em aguardar mais de 10 anos para que a solução entre em vigor. Em uma postagem feita na segunda-feira (21), a dona do Facebook comunicou que está implementando o “Precision Time Protocol” (PTP) em seus servidores.

Esse protocolo foi introduzido em 2002 e serve para sincronizar os relógios de um computador. A empresa acredita que isso oferecerá uma precisão de tempo muito maior, que beneficiará as tecnologias e, ao mesmo tempo, a base de usuários da Meta.

Em outras palavras, para as pessoas que usam Facebook, WhatsApp, Instagram ou o metaverso que a companhia vem criando, tudo ficará mais coordenado. Nas palavras da marca: “Com o PTP, os relógios dentro dos servidores podem ser sincronizados em até nanossegundos”.

Com informações: The Verge.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

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