Oi tem prejuízo de R$ 2,63 bilhões e aumento na dívida
Oi divulga resultados financeiros do 3° trimestre de 2020; receita de fibra cresce, mas representa apenas 24% dos serviços fixos
Oi divulga resultados financeiros do 3° trimestre de 2020; receita de fibra cresce, mas representa apenas 24% dos serviços fixos
A Oi divulgou os resultados financeiros para o terceiro trimestre de 2020. A operadora teve prejuízo líquido de R$ 2,63 bilhões, o que representa uma redução de 54,1% em relação ao mesmo período de 2019. As finanças da empresa continuam em alerta: a empresa aumentou a dívida líquida, sofreu redução na receita e perdeu clientes, embora tenha crescido com internet por fibra óptica.
Veja os principais destaques do 3° trimestre de 2020 e a comparação com o mesmo período do ano de 2019:
Indicador | 3° trimestre de 2020 | 3° trimestre de 2019 | Diferença |
Prejuízo líquido | R$ 2,63 bilhões | R$ 5,74 bilhões | -54,1% |
Receita líquida total | R$ 4,7 bilhões | R$ 5 bilhões | -5,9% |
EBITDA de rotina (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) | R$ 1,46 bilhão | R$ 1,37 bilhão | +6,4% |
Margem EBITDA de rotina | 31,1% | 27,5% | +3,6 p.p |
Dívida líquida | R$ 21,24 bilhões | R$ 14,71 bilhões | +44,4% |
Capex (investimentos) | R$ 2,01 bilhòes | R$ 2,06 bilhões | -2,6% |
Unidades Geradoras de Receita (acessos) | 52,12 milhões | 55,19 milhões | -5,5% |
A Oi aposta todas as suas fichas no serviço de internet por fibra, e isso é visível no balanço visto que é o único serviço que cresce no segmento residencial. A operadora terminou o período com 1,6 milhão de casas conectadas com tecnologia FTTH, salto de 336,5% em relação a 2019. São 7,9 milhões de domicílios aptos a contratar a tecnologia, com taxa de ocupação de 22,2%.
No entanto, o crescimento da fibra não equipara as reduções dos serviços fixos legados: o cobre perdeu 35,4% dos clientes no ano, com expressiva desconexão no serviço de internet banda larga por xDSL, que teve queda de 41,5% nos acessos.
Os serviços de fibra representam 24% da receita de produtos residenciais, na frente da banda larga por cobre (20%) e TV DTH (23%), mas atrás da telefonia fixa tradicional, responsável por 33% das finanças da Oi Fixo.
O ARPU (receita média por usuário) de serviços residenciais cresceu 4,3%, chegando em R$ 82,50.
A Oi também divulgou a participação de clientes por velocidade: a empresa terminou o trimestre com 95% dos acessos de fibra com velocidade de 200 Mb/s e apenas 5% na velocidade mais alta na época, de 400 Mb/s. A empresa recentemente criou o plano de 500 Mb/s para substituir os 400 Mb/s, com o mesmo valor mensal.
A Oi Móvel teve queda de receita de 3,2% no ano e redução de 2,7% na base de clientes, mas conseguiu aumentar a base do pós-pago em 3,7%. No total, são 33,7 milhões de linhas, das quais 23,8 milhões são do pré-pago e 9,9 milhões no pré-pago.
No período, a Oi destaca o lançamento da rede 5G em Brasília, que cobre 80% da cidade com 300 torres. O ARPU de serviços móveis foi de R$ 16,30, redução de 0,2% em relação ao terceiro trimestre de 2019.
Colocando em prática o plano estratégico, a Oi espera encerrar o processo de recuperação judicial em outubro de 2021. Para isso, a empresa precisa leiloar seus ativos: a empresa irá vender a unidade de torres e data centers ainda em novembro, enquanto o evento mais esperado fica para dezembro, com a disputa pela Oi Móvel.
A Oi precificou sua unidade de ativos móveis em R$ 15 bilhões, mas já recebeu propostas de R$ 16,5 bilhões. Juntas, as operadoras Claro, TIM e Vivo estão confiantes de que arrematarão o negócio e mantêm posição de stalking horse, que permite cobrir ofertas de outros proponentes.
Outra movimentação importante é o leilão da unidade de fibra InfraCo, que deve ocorrer no primeiro trimestre de 2020 e será importantíssimo para a criação de uma extensa rede neutra. A Oi avaliou o negócio em R$ 20 bilhões e está disposta a vender até 51% da unidade produtiva isolada, que será responsável por mais de 433 mil quilômetros de rede óptica em todo o Brasil.