Americanas tem queda de 57% no tráfego do site após anúncio de rombo

Levantamento do Itaú BBA mostra que site da Americanas teve uma queda de acesso quando comparado com janeiro de 2022; processo acelerou após 11 de janeiro

Felipe Freitas
Por
• Atualizado há 3 meses
Americanas em um iPhone (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)
Americanas em um iPhone (Imagem: André Fogaça/Tecnoblog)

O tráfego no site das Americanas teve uma queda de 57% em janeiro, segundo o Itaú BBA. Apesar dos acessos já apresentarem uma diminuição antes do anúncio da dívida bilionária, a redução do tráfego acelerou depois de 11 de janeiro. Nesta data, a Americanas revelou inconsistências contábeis de mais de R$ 20 bilhões — hoje sabemos que passa de R$ 40 bilhões.

Essa queda no acesso, que considerou todo o mês de janeiro, representa uma redução de 56% no tráfego quando comparado ao mesmo período de 2022. Enquanto uns choram, outros vêm e os devoram: as concorrentes da Americanas, como Amazon e Magalu, tiveram aumento de acesso no mês de janeiro.

Motivos para a queda no tráfego após divulgar rombo

Como explicado, a queda nos acessos ao site da Americanas iniciou antes da divulgação do rombo bilionário. Todavia, a situação piorou quando a dívida foi revelada — segundo os administradores judicial, o total é de R$ 47,9 bilhões. Lojistas estão dificultando as vendas no marketplace da Americanas e os clientes não pretendem continuar comprando na empresa.

Depois do anúncio do rombo, os vendedores do marketplace aumentaram os preços dos seus produtos, tentando “afugentar” os clientes. Há um temor entre esse grupo de que a Americanas bloqueie o crédito a receber. Logo, a maneira encontrada para evitar as vendas foi subir os preços.

Por consequência, esses valores elevados levam os consumidores a buscarem os e-commerces concorrentes. E claro, os próprios clientes da Americanas podem ficar com medo de não receber os produtos por algum corte na logística ou falência da empresa. Antes de divulgar a dívida, a empresa contava com 49 milhões de clientes ativos.

Caixas do Americanas Entrega, nova marca de logística da empresa
Vender e não receber ou comprar e não receber? (Imagem: Divulgação / Americanas)

Contudo, uma pesquisa da agência Pullse mostra que 43% dos clientes vão continuar usando a plataforma. Ou seja, 57% deve desistir de usar o marketplace da Americanas. O e-commerce representa (ou representava) 65% das vendas totais brutas da companhia.

Ainda sobre os clientes, esse público demonstra preocupação com o cashback. A oferta, que devolve uma parte do valor da compra ao cliente, é um atrativo e faz com que os consumidores utilizem o crédito para planejar compras maiores. A dívida bilionária faz com que os clientes tenham medo de perder o cashback de credores da Americanas, como o Banco Inter e Meliuz. No entanto, as duas empresas afirmam que manterão o pagamento do benefício.

De acordo com a Americanas, a Ame, serviço financeiro da empresa e uma opção da cashback nas compras, e o e-commerce não serão afetados pela recuperação judicial. Resta convencer os consumidores.

Ame vai oferecer cashback de 10% em compras feitas no Maracanã (Imagem: Divulgação/Americanas S.A.)
Ame vai oferecer cashback de 10% em compras feitas no Maracanã (Imagem: Divulgação/Americanas S.A.)

Queda antes de 11 de janeiro é efeito do Natal

Enquanto diversos fatores explicam a queda após o anúncio do rombo de R$ 47,9 bilhões, a redução do acesso entre o dia 1º e 11 de janeiro é mais simples. Após o período de Natal, os consumidores tendem a reduzir os seus gastos para pagar as compras da data festiva. Logo, não tem por que caçar ofertas e realizar novas compras em janeiro.

Esse mesmo efeito é visto em outros e-commerces, lojas físicas e até no Pix. Desde a consolidação do pagamento instantâneo, o mês de janeiro apresenta uma queda de movimentação no Pix.

Com informações: NeoFeed, Mercado e Consumo e Poder 360

Receba mais sobre Americanas na sua caixa de entrada

* ao se inscrever você aceita a nossa política de privacidade
Newsletter
Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

Relacionados