Americanas revela lista de credores, e dívida com Samsung passa de R$ 1 bi

Documentos da recuperação judicial mostram que Americanas também deve para Ame, Motorola, Apple, Google e empresas de cashback

Giovanni Santa Rosa
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• Atualizado há 11 meses
App da Americanas na tela do celular (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)
App da Americanas na tela do celular (Imagem: Bruno Gall De Blasi/Tecnoblog)

Como você deve ter acompanhado, a Americanas revelou um rombo em seus balanços financeiros. O que não se sabia era para quem a Americanas está devendo — e isso surgiu nos documentos da recuperação judicial, publicados nesta quarta-feira (25). A varejista tem dívidas milionárias com empresas de tecnologia, eletrônicos, internet e serviços, entre outras.

Com dívidas que passam dos R$ 40 bilhões, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial, para suspender os pagamentos e arrumar a casa. Entre os documentos publicados em seu site de relacionamento com os investidores, está a relação de credores.

Sim, é uma lista enorme, com mais de 7,9 mil nomes, entre pessoas físicas e pessoas jurídicas. Os valores variam de R$ 5,2 bilhões — no caso da dívida com o Deutsche Bank, em dólares — a R$ 1, com uma pessoa.

O Tecnoblog analisou os dados ordenados por valor da dívida. No topo, com cifras na casa dos bilhões, estão os bancos — Banco do Brasil, Bradesco, Itaú, BTG, Votorantim e outros.

Passada essa faixa, parece que você entrou em uma Americanas e foi percorrendo os corredores: há empresas de eletrônicos, eletrodomésticos, alimentos, roupas, utensílios domésticos, cosméticos, livros e muito mais. Também há fundos de investimentos, empresas de logística e consultorias.

Samsung, Motorola, Apple e mais fabricantes

Entre as empresas de tecnologia, a Samsung é a maior credora da Americanas. A varejista deve R$ 1,2 bilhão para a marca sul-coreana.

Com um portfólio que inclui smartphones, TVs, computadores e eletrodomésticos, muitos deles líderes de vendas em seus segmentos, não é de se estranhar que a dívida seja a maior entre as fornecedoras.

TV Neo QLED 2023 de 98 polegadas
TV Neo QLED 2023 de 98 polegadas (Imagem: Giovanni Santa Rosa / Tecnoblog)

A lista ainda tem Philco (R$ 197 milhões), Motorola (R$ 160 milhões), Apple (R$ 98 milhões), Semp TCL (R$ 70 milhões), Multilaser (R$ 56 milhões), Sony (R$ 55 milhões) e LG (R$ 52 milhões).

Redes sociais e fornecedoras

A Americanas também deve para redes sociais e plataformas de internet. São R$ 91 milhões para o Google, R$ 11 milhões para o Facebook e R$ 2,8 milhões para a ByteDance (dona do TikTok). Provavelmente, são gastos com publicidade nas redes.

Fornecedoras de serviços, como SAP, Salesforce e Google Cloud, e operadoras, como Brasil Telecom (Oi), Telefonica (Vivo) e Claro, também estão na relação de credores.

Lista tem até Ame Digital, cashback e pontos

Um ponto da lista chama a atenção: um dos maiores credores da Americanas é a Ame Digital, responsável pelo aplicativo que dá cashback em compras nas lojas do grupo.

Caixas do Americanas Entrega, nova marca de logística da empresa
Caixas do Americanas Entrega (Imagem: Divulgação / Americanas)

Além disso, a plataforma processa pagamentos com cartão de crédito para a varejista, vende gift cards e faz empréstimos, entre outros serviços financeiros. A dívida é de R$ 974 milhões.

A relação tem ainda empresas especializadas em dar cashback e pontos para quem faz compras.

Em cashback, a Americanas deve para Inter Marketplace, do Banco Inter (R$ 7,6 milhões); Méliuz (R$ 6,5 milhões); e Mosaico, dona de Zoom e Buscapé (R$ 3,7 milhões). Nomes que atuam no mercado de afiliados, como Awin e Rakuten, também constam na relação.

Nem mesmo as programas de pontos escaparam. Livelo (R$ 2,9 milhões) e Esfera (R$ 1,5 milhão) estão na lista.

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Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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