Microsoft tem lucro de US$ 16,4 bilhões, mas mantém plano de demissões

Lucro da Microsoft no último trimestre de 2022 é expressivo, mas diminuiu por conta da queda na venda de PCs; 10 mil funcionários serão demitidos

Emerson Alecrim
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Microsoft (imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Na noite de terça-feira (24), a Microsoft divulgou os resultados financeiros de seu segundo trimestre fiscal (4º trimestre de 2022). O relatório mostra uma receita de US$ 52,7 bilhões e lucro líquido de US$ 16,4 bilhões. São números expressivos. Mas eles não impediram a companhia de anunciar a demissão de 10 mil funcionários.

Em relação ao mesmo período do ano anterior, a receita aumentou 2%. No entanto, o lucro líquido caiu 12% na mesma comparação. É neste ponto que o cenário que motivou as demissões começa a ficar visível.

A Microsoft já previa um trimestre difícil. A “culpa”, em grande parte, vem da receita de OEM. Esse é o segmento no qual os fabricantes de PCs pagam licenças à Microsoft para instalar o Windows em seus computadores.

Em 2020 e 2021, o mercado de PCs ficou bastante aquecido. Com tanta gente trabalhando ou estudando de casa por causa da pandemia, a demanda por computadores aumentou enormemente. Mas, em 2022, já era possível notar uma desaceleração.

Resultado: a receita da Microsoft com OEM caiu 39% em seu segundo trimestre fiscal, encerrado em 31 de dezembro de 2022. A companhia estava certa sobre ter um trimestre difícil.

Para completar, a divisão de serviços para o Xbox teve receita 12% menor na comparação ano a ano. A receita com dispositivos, que inclui a linha Surface (não comercializada oficialmente no Brasil), também experimentou queda de 39%.

Mas nuvens, servidores e Office cresceram

Apesar da desaceleração do mercado de PCs, a situação da Microsoft está longe de ser dramática. Mérito principalmente dos serviços de nuvens e servidores. Essa divisão teve uma receita de US$ 21,5 bilhões, aumento de 18% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Ela inclui serviços e produtos como Azure, SQL Server, Windows Server e GitHub.

Falando especificamente da plataforma Azure e outros serviços de nuvem, o aumento de receita no período foi de 31%.

O Office também teve bom desempenho. O Microsoft 365 para consumidores, por exemplo, registrou 63,2 milhões de assinaturas no trimestre, aumento de 12%.

Queda na venda de PCs fez Microsoft lucrar menos com Windows 10 e 11 (imagem: Guilherme Reis/Tecnoblog)
Queda na venda de PCs fez Microsoft lucrar menos com Windows 10 e 11 (imagem: Guilherme Reis/Tecnoblog)

2023 tende a ser um ano desafiador

Não há sinais de que o mercado de PCs irá ser impulsionado neste ano. A maioria das pessoas e organizações que compraram computadores entre 2020 e 2022 não irá trocar as máquinas tão cedo.

Com base nisso, não vai ser estranho se os próximos trimestres registrarem lucros inferiores aos US$ 16,4 bilhões atuais (que representam uma queda de 12%, vale relembrar).

Embora a Microsoft não comente abertamente o assunto, a expectativa fria com os lucros pode ter sido uma das razões para o recente anúncio de demissão de 10 mil funcionários. Quase que ao mesmo tempo, a companhia também encerrou projetos de realidade virtual e realidade mista, incluindo a divisão HoloLens.

Mas não é como se a Microsoft estivesse economizando desesperadamente. Se por um lado há demissões e descontinuação de projetos, por outro, a companhia não hesitou em investir US$ 10 bilhões na OpenAI, criadora do ChatGPT.

Para o momento, é uma decisão audaciosa. No entanto, a confirmação do investimento, dada nesta semana, indica que a Microsoft vê a inteligência artificial como essencial para seus serviços e produtos. Não por acaso, o ChatGPT fará parte do Azure OpenAI em breve.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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