Novo CEO diz que Intel precisa superar Apple em CPUs
Pat Gelsinger, futuro CEO da Intel, dá a entender que companhia precisa ser mais ousada que Apple
Pat Gelsinger, futuro CEO da Intel, dá a entender que companhia precisa ser mais ousada que Apple
Pat Gelsinger vai assumir o cargo de CEO da Intel somente em 15 de fevereiro, mas ele já está ciente do desafio que terá que enfrentar na nova função: fazer a companhia voltar a ser protagonista do segmento de processadores. Para isso, o executivo entende que a Intel precisa ser tão ou mais ousada que a Apple.
O jornal The Oregonian — veículo de Oregon, região na qual a Intel mantém grande presença — relata que a empresa fez uma reunião nesta semana que contou com a presença de Gelsinger. No evento, o futuro CEO declarou:
Nós temos que oferecer produtos melhores para o ecossistema dos PCs do que qualquer coisa possível vinda de uma companhia de lifestyle de Cupertino.
Pat Gelsinger
É uma óbvia (e provocativa) referência à Apple. A companhia tem chamado atenção nos últimos meses por conta do chip M1 (Apple Silicon). De modo geral, testes mostram que Macs equipados com esse processador têm autonomia de bateria e desempenho notáveis, a exemplo do atual MacBook Pro.
A Intel precisa mesmo reagir. A chegada da plataforma Apple Silicon está tirando a companhia do ecossistema do Mac, mas esse não é o único problema. A empresa também vê a rival AMD avançar a passos largos no mercado graças aos processadores Ryzen.
Para piorar, o mercado já alimenta a expectativa de que o sucesso dos chips M1 nos Macs sirva de base para que processadores com arquitetura ARM vinguem também no segmento de PCs.
Esboçar uma reação não vai ser tarefa fácil. A Intel precisa, sobretudo, superar as suas próprias limitações técnicas. A companhia teve dificuldades para colocar processadores de 10 nanômetros no mercado e adiou a apresentação dos chips de 7 nanômetros para 2022, só para exemplificar.
Ao sugerir que a Intel precisa ser melhor que a Apple, Gelsinger sinaliza para a necessidade de a companhia ser tão ousada quanto a rival. Essa postura requer a tomada de decisões difíceis.
Uma delas diz respeito à possibilidade de a Intel terceirizar parte da sua produção de semicondutores. Alguns analistas acreditam que essa medida permitirá à empresa ter mais recursos para elaborar estratégias para se recuperar das consequências do atraso dos chips de 10 nanômetros, por exemplo.
Sabe-se que a Intel já conversa com companhias como TSMC e a Samsung sobre a terceirização. A previsão era a de que o assunto fosse definido neste mês, mas, com o anúncio de Pat Gelsinger como CEO a partir de fevereiro, a companhia deve adiar a decisão para permitir que o executivo acompanhe o processo de perto.
Com informações: The Verge.