Próxima geração da Alexa deve usar tecnologia do Claude AI

Segundo a Reuters, Amazon utilizará tecnologia de IA generativa da Anthropic para melhorar desempenho da Alexa. Amazon investe na empresa desde 2023

Felipe Freitas
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Amazon Echo (4ª geração) (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Alexa ficaria mais inteligente com o uso do LLM Claude, criado por empresa na qual a Amazon investiu US$ 4 bilhões (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Amazon pode utilizar a IA generativa Claude para deixar a Alexa mais inteligente. Segundo a Reuters, a big tech optou por usar a tecnologia da Anthropic devido a problemas no desenvolvimento de sua própria inteligência artificial. Reforçando rumores, a agência de notícias disse que essa nova Alexa — com assinatura — chegará em outubro.

No ano passado, a Amazon deu sinais de que poderia utilizar o Claude AI na Alexa. Em setembro de 2023, a big tech investiu US$ 1,25 bilhão na Anthropic — e depois jogou mais US$ 3,75 bilhões na empresa. Na época, este que vos escreve comentou que a (óbvia) investida da Amazon poderia ser um preparativo para aprimorar a Alexa com IA generativa.

Pouco depois, Dave Limp, vice-presidente de dispositivos da Amazon, disse “pensar” numa Alexa com assinatura. Porém, para cobrar pelo recurso, Limp destacou que ela precisava ter mais valor — e deixar a assistente mais inteligente é fundamental nesse plano. Já nos últimos três meses, diversos rumores sobre a Alexa com assinatura e IA generativa surgiram em diferentes veículos.

Amazon não confia na sua própria tecnologia

Assistente digital preta
LLM da Amazon não teve bons resultados com a Alexa (Imagem: Thássius Veloso/Tecnoblog)

Fontes ouvidas pela Reuters revelaram que o desempenho da Alexa com a IA desenvolvida pela própria Amazon não agradou. Por isso, a big tech escolheu a tecnologia da Anthropic como novo motor da sua assistente virtual.

Uma das fontes, em condição de anonimato, deu a entender que o plano da Amazon é utilizar a sua própria IA generativa no futuro. Essa fonte disse que o foco da empresa é usar modelos próprios, mas que sempre variou na escolha de tecnologias. Além do software da Alexa, a big tech é criadora do Titan, um LLM disponível no serviço Amazon Bedrock e outras tecnologias de machine learning usadas nas suas operações.

Alexa mais inteligente e com assinatura?

Segundo diversos jornais, a Amazon pretende cobrar US$ 10 pela assinatura da Alexa inteligente. Entre os recursos novos estaria o Smart Briefing, uma ferramenta de resumo de notícias baseadas no interesse do usuário. Por exemplo, se você gosta de tênis, a Alexa poderia resumir as notícias do esporte para você.

Hoje, a assistente virtual só é capaz de executar resumos de notícias prontos de veículos. E você ainda precisa dizer qual jornal ou rádio quer ouvir. Ao pedir “Alexa, resumo de notícias de política” ou do US Open 2024, a assistente responde com “desculpa, não entendi” ou que não conhece o termo.

Claude AI é a IA generativa que deve equipar a próxima geração da Alexa e foi lançada no Brasil recentemente (Imagem: Divulgação/Anthropic)
Claude AI é a IA generativa que deve equipar a próxima geração da Alexa e foi lançada no Brasil recentemente (Imagem: Divulgação/Anthropic)

Amazon investigada pelo investimento na Anthropic

O obstáculo do lançamento da Alexa com Claude AI é a investigação que o Reino Unido abriu na parceria entre Amazon e Anthropic. O órgão regulador do comércio do país quer saber se o investimento da big tech se caracteriza como aquisição. Parte do acordo entre as duas empresas envolvia a Amazon ter uma fatia minoritária da Anthropic e fornecer os serviços da AWS para o funcionamento da Claude AI.

Coincidentemente, o prazo para o encerramento da investigação é em outubro. O mesmo mês que, segundo diferentes fontes, a Amazon lançará a Alexa inteligente — e que agora é especulado que essa inteligência virá do Claude.

Com informações: Reuters e The Verge

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Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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