Desmonte mostra como Samsung Galaxy Fold é “assustadoramente frágil”
Galaxy Fold passou pelo desmonte do iFixit; pontos de entrada na dobradiça permitem danificar o display OLED
Galaxy Fold passou pelo desmonte do iFixit; pontos de entrada na dobradiça permitem danificar o display OLED
A Samsung está investigando o que aconteceu com o Galaxy Fold, cuja tela dobrável apresentou falha em diversas unidades, mesmo de quem não removeu a película protetora. O celular passou pelo desmonte do iFixit, que descobriu alguns problemas de design: existem muitos pontos de entrada na dobradiça que permitem danificar o display OLED.
Ao abrir a caixa do Galaxy Fold pela primeira vez, você encontra o aparelho aberto. Aí já é possível observar um problema: a moldura fina que envolve a tela deixa uma lacuna de 7 mm onde as duas metades se encontram, tanto na parte superior como na inferior. “Se algo entrar acidentalmente, a tela para de funcionar”, diz o iFixit.
Quando você dobra o Fold, dá para notar outra complicação: as aberturas ao redor da dobradiça são enormes e “definitivamente atrairão poeira”, segundo o iFixit. Além disso, o desmonte revela que não existe nenhuma proteção contra a entrada de sujeira na dobradiça. As partículas podem até sair com o tempo, ou podem danificar o display.
E as telas OLED são muito mais delicadas — e propensas a falhas — do que o LCD. “Qualquer pequena rachadura na camada de encapsulamento ao redor do OLED pode danificar fatalmente os materiais orgânicos dentro da tela”, explica o iFixit. Isso geralmente causa problemas graves que prejudicam todo o display, em vez de danos localizados.
A própria Samsung reconhece que a dobradiça pode estar relacionada às falhas do Galaxy Fold. “As descobertas iniciais da inspeção dos problemas relatados na tela indicam que eles podem estar associados a impactos nas partes expostas da dobradiça”, diz a empresa em comunicado. “Houve também um caso em que substâncias encontradas dentro do dispositivo afetaram o desempenho da tela.”
Sim, houve alguns casos em que os usuários removeram a película de proteção do Fold. O iFixit fez o mesmo para o desmonte, o que acabou danificando a tela. O aparelho “tecnicamente poderia funcionar sem essa camada, mas ela adere tão bem — e o display é tão frágil — que é difícil removê-la sem aplicar uma pressão que possa quebrá-lo”.
O iFixit deu nota 2 de 10 em reparabilidade, dizendo que o Galaxy Fold é “assustadoramente frágil”, e que a falta de proteções na tela principal significa que você provavelmente terá que substituí-la em pouco tempo.
O desmonte também revelou outros detalhes interessantes. A parte traseira é quase um smartphone completo, com processador Snapdragon 855, memória RAM da Samsung (claro) e armazenamento eUFS também da coreana. Só faltam o alto-falante e o motor de vibração, que ficam na metade frontal. A bateria é dividida em duas metades, uma na parte frontal (2.135 mAh) e outra na traseira (2.245 mAh).
A tela OLED principal é feita pela Samsung, claro, e é conectada ao aparelho através de um cabo único no lado esquerdo. O The Verge percebeu um efeito “jelly scroll”, em que a rolagem sofre um efeito estranho que estica e condensa os elementos da interface. Segundo o iFixit, isso provavelmente ocorre devido ao software (drivers), não por causa do display em si.
Cada metade da tela é colada em uma fina placa metálica de suporte, que por sua vez é colada à estrutura do celular. E a dobradiça tem sete elementos principais: quatro travas de mola que mantêm a tela na posição aberta; duas articulações nas extremidades para absorver forças de torção; e uma articulação central com engrenagens para abrir as duas metades simultaneamente.
Confira todas as fotos no iFixit.
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