Samsung lucra US$ 14 bilhões, mas fala em baixa demanda por telas OLED usadas no iPhone X

Será que o iPhone X está mesmo vendendo menos que o esperado?

Paulo Higa
• Atualizado há 8 meses

Estamos em temporada de anúncios de resultados financeiros. Além do Facebook, Nintendo e LG, temos a Samsung: os coreanos registraram lucro recorde de US$ 14,4 bilhões no primeiro trimestre de 2018, graças aos bons resultados da divisão de memórias e das fortes vendas do Galaxy S9. Só que a empresa diz que os números poderiam ser melhores se não fosse a baixa demanda por telas OLED flexíveis.

As telas OLED flexíveis são utilizadas no iPhone X, sendo que a Samsung é atualmente a fornecedora exclusiva do componente para a Apple, uma vez que outras companhias (como a LG) não conseguem produzir os painéis nas especificações e volumes exigidos pela empresa de Tim Cook. A Samsung também é responsável pelos chips de memória do celular e, com isso, ganha cerca de US$ 110 por iPhone X vendido.

No relatório financeiro, a Samsung afirma que “para o segmento de displays, que fabrica telas OLED e LCD, os lucros foram afetados pela baixa demanda por painéis OLED flexíveis e maior concorrência entre OLED rígido e LCD LTPS. Um desequilíbrio entre oferta e demanda no mercado de LCD, provocado pela maior capacidade de produção da concorrência, também pesou sobre os ganhos”.

As vendas da divisão de telas da Samsung cresceram 3,4%, o que é pouco em relação aos 20% da coreana como um todo. E tudo isso levanta mais dúvidas sobre o iPhone X: será que ele está indo mal? Recentemente, um analista especulou que o iPhone X poderia até ser descontinuado, já que há um excesso de componentes (relacionados ao Face ID) parados no estoque de uma fornecedora da Apple. Saberemos mais na semana que vem, quando a Apple divulgará seu relatório financeiro.

Voltando para a Samsung, a empresa se deu bem no primeiro trimestre de 2018, sendo especialmente influenciada pela divisão de semicondutores: a demanda por módulos de memória aumentou, e as vendas de processadores estão em alta por causa do forte mercado de smartphones e… das minerações de criptomoedas. Sozinho, o negócio de semicondutores da Samsung rendeu lucro de US$ 10,8 bilhões (3/4 do total).

A divisão de dispositivos móveis, apesar da diminuição sazonal na demanda por smartphones e tablets (isso sempre acontece no começo do ano), rendeu lucro de US$ 3,5 bilhões. A Samsung diz que o resultado foi obtido “devido ao lançamento antecipado do Galaxy S9 e S9+, bem como as vendas sólidas do Galaxy S8”. O aumento no faturamento foi “principalmente impulsionado por modelos premium”.

A empresa já adianta que os lucros no segundo trimestre de 2018 deverão ser menores na divisão de dispositivos móveis, já que os gastos com marketing devem aumentar e as vendas de modelos flagship devem diminuir. O resultado pode melhorar na segunda metade do ano, quando a Samsung vai “lançar um novo modelo flagship” (que vamos fingir que não sabemos que é o Galaxy Note 9) e anunciar “modelos otimizados para mercados específicos”.

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.