Shopee vai abrir armazém no Brasil para competir com Mercado Livre e Magalu
A varejista de Cingapura quer aprimorar sua malha logística e competir com Magalu, Americanas e Mercado Livre, abrindo um centro de distribuição em São Paulo
A varejista de Cingapura quer aprimorar sua malha logística e competir com Magalu, Americanas e Mercado Livre, abrindo um centro de distribuição em São Paulo
A Shopee vai inaugurar seu primeiro armazém no Brasil. A instalação, que ainda está sob construção, deve ser um centro logístico para vendedores e tornar-se essencial para a varejista cingapurense competir com empresas regionais, como o Mercado Livre, e nacionais, como a Americanas e o Magalu, segundo fontes ouvidas pelo jornal O Globo. O novo centro de distribuição está sendo construído em Barueri (SP).
O novo armazém da Shopee está sendo construído em uma rua paralela à Rodovia Presidente Castelo Branco, que tem acesso direto a São Paulo. São 30 quilômetros da capital até o município de Barueri. Em 2014, a cidade recebeu um centro de distribuição da Amazon.
Segundo apuração do O Globo, um boato que circula entre os vendedores do marketplace da Shopee de que o armazém a ser construído — mas sem data de inauguração marcada — será usado para que a companhia traga ao Brasil de forma inédita sua solução de fullfilment. Esse modelo de logística, criado pela Amazon, permite que vendedores do marketplace armazenem seus produtos dentro dos galpões da empresa.
O fulfillment é principalmente usado para agilizar a malha logística, o que, por sua vez, alavanca as vendas. De olho na Black Friday, o Mercado Livre recentemente inaugurou mais um armazém no interior paulista, com foco na distribuição de itens de linha branca, como geladeiras e fogões, e televisores acima de 50″ polegadas. Unidades que focam na entrega de produtos específicos são o que tem levado muitas varejistas a inaugurarem novos galpões em mais regiões do Brasil — algo que foi estimulado pelo desafio da pandemia de COVID-19.
Felipe Feistler, gerente de negócios da Shopee no Brasil, disse em entrevista ao site MobileTime, em março, que a companhia não possuía ainda um centro de distribuição no país e que o foco local era construir uma ponte entre os vendedores e consumidores, sem interferir na parte logística.
Oito meses depois, a Shopee parece ter objetivos diferentes. Além da construção de uma unidade logística, a companhia passou a ter uma sede administrativa em um dos endereços mais nobres da Avenida Faria Lima, lugar onde grandes empresas de tecnologia, como Google e Facebook, possuem escritórios.
Fontes ouvidas pelo jornal O Globo disseram que a Shopee, que antes ocupava apenas um andar do prédio B32, expandiu as atividades para mais dois pisos.
A varejista é controlada pelo Sea Group, mesmo dono da Garena, desenvolvedora do game para mobile Free Fire. Em 2020, a holding teve um faturamento bruto de US$ 4 bilhões.
Um dos destaques de resultados trimestrais do Sea Group é o bom desempenho da Shopee no Brasil. Segundo dados da plataforma Similarweb compilados pela Beyond Borders, a pedido da fintech Ebanx, o marketplace da Shopee é o oitavo mais visitado do Brasil no momento. A cingapurense ultrapassa sites como Extra e Ponto e disputa a sétima posição com o competidor asiático AliExpress.
Apesar do bom momento, a empresa vem esbarrando no Procon-SP, órgão de fiscalização e proteção ao consumidor paulista. Ao Tecnoblog, o diretor-executivo do instituto, Fernando Capez, confirmou que o Procon-SP deve multar a Shopee por vendas sem emissão de nota fiscal. A multa provavelmente atingirá o limite de R$ 10,9 milhões.
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