Streaming ilegal fatura até US$ 2 bilhões, mostra estimativa

Mercado de pirataria cria suas próprias “plataformas” para hospedar conteúdos e lucram com anúncios, assinaturas e doações

Felipe Freitas
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Streamings piratas estão faturando alto com suas plataformas (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

O mercado de streamings ilegais fatura até US$ 2 bilhões (R$ 9,8 bilhões) por ano, segundo uma estimativa divulgada nesta semana. O valor foi calculado pela Motion Picture Association (MPA), associação formada pelos cinco grandes estúdios dos Estados Unidos (Sony, Paramount, Universal, Disney e Warner) e pela Netflix. Além do grande faturamento, a margem de lucro beira 90% — afinal, não há gastos com produção e divulgação das obras.

A receita de US$ 2 bilhões é obtida principalmente por de anúncios e assinaturas. Sim, assinaturas. Existem alguns serviços ilegais de streaming — ou no “limbo” — que cobram um valor pelo acesso aos conteúdos pirateados.

Com tantos streamings oficiais pagos e com preços sempre subindo, esses serviços se tornam mais atrativos por reunirem conteúdos de diversos estúdios com um valor bem menor. Fora anúncios e assinatura, algumas plataformas piratas permitem que usuários enviem doações.

(Imagem: Reprodução/Tecnoblog)
Plataformas piratas reúnem conteúdo de vários streamings por preços menores (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Lucro para os piratas, prejuízos para a indústria

Enquanto os piratas tiram US$ 2 bilhões por ano, os estúdios e governo deixam de arrecadar. Segundo a Câmara de Comércio Global dos Estados Unidos, uma receita de US$ 30 bilhões (R$ 147,4 bilhões) é perdida no país por causa dos streamings ilegais. No mundo, de acordo com o órgão, o impacto é de US$ 71 bilhões (R$ 349 bilhões) negativos.

A consultoria Parks Associates calcula que os streamings oficiais (Netflix, Prime, Max etc) devem perder um total acumulado de US$ 113 bilhões (R$ 555 bilhões) até 2026.

Serviços estrangeiros de streaming estão na mira de projeto de lei
Streamings podem perder quase meio trilhão de dólares até 2026 por conta de pirataria, diz órgão americano (Imagem: Guilherme Reis/Tecnoblog)

De acordo com a MPA, existem em torno de 130 sites de streaming ilegais só nos Estados Unidos. Os preços das assinaturas chegam a ser um terço do que é cobrado pela Netflix. Há também plataformas que exigem convite.

Para combater esses serviços, a força-tarefa da MPA tem apoio da Interpol, Europol e polícias nacionais para encontrar os responsáveis. De acordo com Jan van Voorn, líder da força-tarefa, o tempo para derrubar um streaming pirata varia de acordo com cada país. A maior “vitória” foi derrubar um site no Vietnã, país que é um dos principais “fornecedores” de plataformas do tipo.

Com informações: Bloomberg

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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