Viciados em TikTok agora contam com clínica de reabilitação

Centro de reabilitação é inaugurado na comuna de Berna, na Suíça, para atender dependência digital. Clínica é procurada por adolescentes e jovens-adultos

Felipe Freitas

Uma clínica na Suíça abriu um centro de reabilitação para quem tem dependência digital em TikTok. O centro fica localizado em Thun, cidade da comuna (ou cantão) de Berna, no centro do país. A clínica Meiringen é buscada por adolescentes e jovens adultos, principal público do TikTok — um dos apps mais populares na faixa etária de 12 a 19 anos, segundo a Universidade de Zurique, também na Suíça.

A dependência digital é um dos termos utilizado para se referir às dependências em eletrônicos. Você também pode encontrar esse transtorno sendo chamado de dependência de internet ou tecnológica. Lembrando que, desde a década de 90, com a publicação do CID-10, a OMS considera “vícios” (termo não mais aceito) transtornos mentais.

Clínica está lotada e tem lista de espera

Logotipo do TikTok
Arrasta para baixo sem parar no TikTok estimula dependência e praticar esportes é uma das alternativas (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Segundo a reportagem do jornal suíço Blick, as 30 vagas ofertadas pela clínica estão preenchidas e há uma lista de espera de várias semanas — vagas devem abrir no final de abril. O centro de reabilitação lotou quatro semanas após a sua abertura.

O tratamento da dependência digital envolve a prática de alternativas saudáveis para o uso de TikTok. Por exemplo, os pacientes podem praticar esporte ou atividades artísticas para “suprimir” a vontade de acessar a rede social.

Stephan Kupferschmid, médico chefe da clínica Meiringen, explica que cada faixa etária possui uma terapia que será mais benéfica. Os pacientes internados têm entre 18 e 25 anos. Durante o tratamento, os jovens aprendem a organizar sozinhos as suas tarefas diárias, alocando alternativas para o consumo de redes sociais. O médico ainda declara que o TikTok é um “aspirador de atenção” — sugando o usuário para o aplicativo.

Lulzana Musliu, diretora da ONG suíça Pro Juventute (sim, Juventute), destaca que as redes sociais devem reconhecer a sua responsabilidade e seu potencial viciante. Musliu aponta ainda que é necessário ensinar as boas práticas de uso.

Sobre o potencial viciante do TikTok, a União Europeia está investigando se a rede social chinesa descumpriu a legislação sobre proteção de menores de idade e design viciante. A UE busca entender se o app segue utilizando táticas que estimulam comportamentos de dependência nos usuários da plataforma.

Com informações: The Local e Blick

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.