Review Fone Bluetooth JBL Wave 100 TWS: excelente no som, mas e esse design?
JBL Wave 100 TWS é um fone de entrada com custo-benefício atraente, mas case sem tampa é uma estratégia confusa
JBL Wave 100 TWS é um fone de entrada com custo-benefício atraente, mas case sem tampa é uma estratégia confusa
A JBL tem fones para todo o tipo de ouvido e bolso. Agora eles estão mirando nos modelos chineses, que têm ganhado cada vez mais espaço e atenção do consumidor. Para concorrer com Xiaomi, Realme, Edifier e QCY, eles apresentaram o JBL Wave 100 TWS, modelo popular que chegou ao país custando cerca de R$ 300. A marca não só quer conquistar pelo som e tenta, também, chamar a atenção pelo visual fora do comum.
O Wave 100 TWS é um fone que promete entregar graves profundos, design com ajuste ergonômico e confortável, e apenas cinco horas de reprodução ou 20 horas com o estojo. Será que ele consegue atrair aqueles consumidores da Xiaomi e companhia? Eu passei alguns dias com o JBL Wave 100 TWS e compartilho todos os detalhes neste review.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises não têm intenção publicitária, por isso ressaltam os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou teve acesso antecipado a este conteúdo.
O JBL Wave 100 TWS foi fornecido pela JBL por doação e não será devolvido à empresa. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Eu começo pelo design do estojo que não tem tampa — ele foi projetado assim mesmo. A JBL justifica isso dizendo que o produto foi desenvolvido para o uso diário, para pessoas que estão sempre em movimento. Por isso, a remoção promoveria mais praticidade. Os fones, no entanto, ficam expostos o tempo todo e há uma solução magnética que deixa os gadgets firmes dentro do case. Realmente, os ímãs aqui presentes conseguem inibir a queda e passam uma sensação de segurança.
Eu confesso que achei a estratégia um tanto curiosa e até desnecessária. Afinal, você não perde tanto tempo abrindo a tampa e, além disso, em uma queda repentina, a parte superior pode proteger os fones de possíveis danos. Se é a melhor solução? Só o tempo e os consumidores poderão dizer, mas eu achei isso estranho. Este estojo não traz nenhum botão de emparelhamento e só há um LED interno e a conexão USB-C para fazer a alimentação.
Já os fones são do tipo intra-auricular e ficam bem presos no canal auditivo, promovendo o cancelamento passivo de ruído. Em termos de construção, eles são simples com um acabamento em plástico. Assim como muitos modelos chineses, o Wave 100 TWS é pequeno, leve, confortável e fica discreto no ouvido. A JBL já ganhou pontos comigo por entregar essas características que valorizo muito em um fone totalmente sem fio.
Contudo, parece que a empresa não ligou muito para a proteção e resistência. Além da abertura no case, este modelo só tem classificação IPX2, enquanto muitos concorrentes oferecem pelo menos IPX4. Ele vai aguentar respingos d’água e suor? Com certeza. Mas uma chuva intensa pode danificar o produto.
As músicas em reprodução podem ser controladas diretamente pelo TWS. No entanto, ele não é sensível ao toque e há botões físicos na estrutura do dispositivo. Não é o método mais confortável, tendo em vista que a pessoa precisa fazer pressão, mas por aqui funciona sem contratempo. Um toque em qualquer lado pausa ou reproduz a música; dois toques pulam para a próxima faixa; três toques, retrocede. Também é viável acionar o assistente virtual do aparelho conectado ao apertar e segurar.
Como o produto não é compatível com o aplicativo oficial da marca, você não consegue alterar esses comandos, mas isso não é negativo levando em conta a sua categoria. Eu só senti falta da opção de controlar o volume da música diretamente pelos fones. Aliás, eu espero muito que as empresas passem a oferecer esse comando nos vestíveis de entrada que chegarão em 2022.
O Wave 100 TWS tem Bluetooth 5.0. Ele pode engasgar em algum momento quando o celular está distante, mas não perde a conexão com facilidade. Eu testei ele em alguns dispositivos aqui no Tecnoblog e o desempenho foi satisfatório. Já a latência para vídeos e jogos é baixa e você vai conseguir usá-lo sem limitações durante essas ações citadas.
Os fones de entrada estão evoluindo muito rápido em qualidade sonora e o Wave 100 TWS é a prova disso. A JBL ressalta uma tecnologia chamada JBL Deep Bass, cuja missão é acentuar as frequências baixas, promovendo os graves. Na prática, é isso mesmo, o Wave 100 tem uma sonoridade encorpada que não é impactante nem agressiva, e soa em bastante harmonia com as demais nuances. A marca fez um excelente trabalho.
Em uma comparação com o Redmi AirDots 3, pode-se perceber que o fone da Xiaomi sofre para entregar detalhes e o Wave 100 TWS se sai melhor e apresenta uma definição superior. Isso acontece porque o AirDots 3 trabalha mais nos graves, enquanto o JBL, mesmo com uma preferência (também nos graves), consegue ser equilibrado. Analisando as demais frequências, os médios soam claros e os agudos apresentam uma estabilidade interessante.
Entretanto, assim como a maioria dos fones dessa categoria, o Wave 100 TWS embola com facilidade, sempre com faixas mais complexas, sobretudo no rock. Você sentirá um congestionamento em músicas carregadas de energia, quando vocal e instrumentos se juntam.
Eu gostei muito do trabalho da JBL e, se você é aquela pessoa que está sempre reproduzindo, dance pop, eletrônica, hip-hop e outros gêneros similares, este modelo pode te conquistar facilmente. Para um fone popular, até que ele consegue entregar um desempenho sonoro muito honesto e animador.
O microfone do JBL Wave 100 TWS é bom e me deixou surpreso. Eu não esperava por essa qualidade e, após alguns testes, eu pude concluir que usaria ele tranquilamente no dia a dia. O componente não é capaz de reduzir o ruído que há no ambiente, mas a compressão do Bluetooth é mínima e a sua voz até fica clara durante a comunicação. É realmente uma performance muito boa para um modelo dessa gama.
E chegamos na avaliação da autonomia. A JBL diz que eles podem tocar por até 5 horas, que é um número bem tímido, uma vez que o Redmi AirDots 3 pode tocar por até 7 horas e o Edifier X5, 6 horas. Pelo menos ele está acima do Realme Buds Q, que oferece apenas 4 horas. Quando combinado com o case, o Wave 100 TWS entrega 15 horas, totalizando, portanto, 20 horas.
Vamos à prática: eu conectei eles a um iPhone 13 para tocar via Spotify com o volume mais ou menos em 50%. O fone direito aguentou 5h05min; o esquerdo desligou dois minutos depois. Como eu disse, não é uma autonomia animadora e a JBL poderia entregar mais aqui.
Mesmo posicionado na categoria de populares, o Wave 100 TWS é um produto marcante para a JBL. Ao lado de outros fones, ele é considerado uma homenagem aos 75 anos que a empresa acaba de completar. E, trabalhando com um preço agressivo, a proposta da marca norte-americana está clara: ele tem a missão de rivalizar com outros fones populares, como Redmi AirDots 3, Edifier X3 e com outros baratinhos disponíveis no mercado nacional.
Ainda que tenha um design peculiar — com um case que tem a minha reprovação — eu acredito que a empresa conseguiu desenvolver um produto que pode incomodar a concorrência. O Wave 100 TWS, no entanto, não seria a minha primeira opção de compra, mas com certeza eu levaria este modelo em consideração. O vestível tem um custo-benefício muito atraente: a JBL lançou ele no Brasil em outubro de 2021 por R$ 300 e, hoje, já é possível encontrá-lo no varejo por cerca de R$ 250.
Como todo fone de entrada, este TWS deixa a desejar em algumas áreas, posso citar a proteção IP, autonomia e a ausência de controle de volume. Mesmo assim, eu o vejo como um bom produto para quem não quer nada muito avançado. E, considerando que o fone pode desvalorizar nos próximos meses, esse custo-benefício, que já é atraente, pode ficar ainda mais interessante.
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