Review Realme 7 5G: pé no acelerador
Tela de 120 Hz, 8 GB de RAM e suporte ao 5G são os destaques do Realme 7 5G, mas aparelho ainda está perdido na família
Tela de 120 Hz, 8 GB de RAM e suporte ao 5G são os destaques do Realme 7 5G, mas aparelho ainda está perdido na família
Com pequenas alterações no design, processador novo e carregando consigo o título de celular 5G mais barato do Brasil, o Realme 7 5G já está entre nós. Seu preço de lançamento de R$ 1.899 mostrou o quanto a empresa está empenhada em fazer barulho e alcançar o top 3 de vendas no Brasil em cinco anos. Com a saída da LG, que não conseguiu continuar no segmento, agora pode ser o momento de a chinesa atrair o consumidor local. Será que o Realme 7 5G ajuda?
Como um bom chinês intermediário, o novo aparelho entrega ao seu dono uma tela de 6,5 polegadas com taxa de atualização de 120 Hz, processador octa-core MediaTek Dimensity 800U, 8 GB de RAM, bateria de 5.000 mAh e carregador rápido. Eu passei alguns dias com o Realme 7 5G e vamos descobrir se vale o investimento a seguir.
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O Realme 7 5G foi fornecido pela Realme por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Em relação às primeiras versões, o Realme 7 5G passou por poucas mudanças no projeto. O celular continua com uma bela construção e sai de fábrica com um acabamento meio premium que passa uma boa impressão. Eu testei o modelo azul névoa, mas você também encontra a nova versão prata radiante, que traz o nome Realme em letras garrafais na traseira do dispositivo, lembrando um pouco o Poco X3, da Xiaomi.
O mais interessante é que ele não tem cara de Realme 7 e sim de 7 Pro, já que a variante 5G passou a adotar o módulo de câmeras em cooktop em vez do formato farol do modelo mais simples. O material traseiro de plástico, no entanto, pega marcas de dedo num piscar de olhos, felizmente a empresa adicionou uma capinha transparente na caixa. Além de usarem o acessório de proteção, os mais desastrados terão que tomar cuidado na praia e na piscina, pois o celular não traz nenhuma certificação contra água e poeira.
Nas laterais estão o leitor de impressões digitais, que é surpreendentemente rápido, os botões de volume e a gaveta de chip e cartão de memória. A entrada USB-C está na parte inferior e a entrada de áudio de 3,5 mm, já extinta em muitos aparelhos, segue disponível no Realme 7 5G, porém o fone de ouvido não é enviado na caixa.
Eu sempre falo que a tela é um dos destaques dos celulares da chinesa, especialmente porque ela tem seguido a tendência na taxa de atualização. O Realme 7 5G tem painel LCD de 6,5 polegadas com resolução Full HD+ (2400 x 1080 pixels) e o aproveitamento frontal é de 90,5% — as bordas são realmente finas para um LCD e só existe um queixo um pouco mais saliente. Assim como o Galaxy A52 5G, o smartphone da Realme tem taxa de atualização de 120 Hz, isto é, o dobro do Realme 7 Pro. No entanto, ele fica um pouco para trás quando comparado com o A52 5G, que oferece painel Super AMOLED.
Em usabilidade, com essa taxa, muitas pessoas não devem sentir alterações impressionantes e super impactantes ao mudar a configuração para 120 Hz. Sem dúvidas, ela pode fazer mais sentido em aparelhos com hardware mais poderoso e, principalmente, quando o seu jogo favorito suporta a tecnologia, entregando uma experiência ainda mais fluida. Eu estou reclamando da Realme? Não, mas devo dizer que a navegação até fica bem interessante, mas não faz os meus olhos brilharem.
Para outras atividades de consumo de mídia, a tela do aparelho até que agrada e proporciona uma boa experiência para quem gosta de assistir filmes, séries e joga no telefone. Os conteúdos ficam mais abrangentes numa tela com poucas bordas, sem notch e os ângulos de visão até que são bons. O alto-falante, por sua vez, não é estéreo, pelo menos é alto. Com um fone de ouvido conectado, você pode ativar o Dolby Atmos para um som mais imersivo.
No software, o dispositivo chega às mãos do consumidor rodando o Android 10. Ainda falta, no entanto, uma comunicação mais objetiva sobre as atualizações de Android. Sabemos que o Realme 7 e o 7 Pro estão programados para receber o Android 11 agora no segundo semestre de 2021. O Tecnoblog até questionou a empresa durante a coletiva de lançamento, mas eles não conseguiram compartilhar uma data para a versão 5G ser atualizada.
Eu já elogiei a interface da Realme em outras ocasiões e vou manter o meu posicionamento. Os ícones são bonitos, a barra de acesso rápido clean me conquista e a área de notificações é organizada. Além dos apps do Google, estão pré-instalados TikTok, Messenger (do Facebook), WPS Office e, na minha unidade de teste, ainda tinham outros aplicativos chineses que, muito provavelmente, não devem vir na versão oficial para o Brasil.
O software também traz modo escuro, gravação de tela, NFC para pagamentos por aproximação e clonador de aplicativo que permite, por exemplo, adicionar dois apps do WhatsApp no telefone. Outro recurso legal são os efeitos de mudança de página, que deixam alterar as navegações para o modo rolagem, inclinação, efeito de carta, dentre outros.
O Realme 7 5G é um celular com números grandes, mas na câmera não é bem assim. A principal tem 48 megapixels com abertura f/1,8, a ultrawide tem 8 megapixels com abertura f/2,3, ainda tem a macro de 2 megapixels (f/2,4) e encerramos com um sensor de profundidade de 2 megapixels (f/2,4). Sensação de déjà vu? Normal, esse conjunto é bem semelhante ao do Realme 7 —, a única diferença é que a variante 4G tem uma câmera principal de 64 MP.
Em condições de boa iluminação, essa câmera produz fotos com ruído controlado, coloração equilibrada, assim como a exposição. No entanto, dependendo do cenário, o software pode escurecer demais as sombras sem necessidade, especialmente quando o HDR está ativado. Não chega a ser o fim do mundo, mas pode estragar a imagem em situações mais complexas.
O sensor de profundidade funciona com pessoas, mas pode apresentar falhas de focagem em ambientes com muita informação. O modo noturno está disponível no app de câmera e seu uso é recomendado em locais com baixa luminosidade. Ele até funciona quando há um pouco de luz no espaço, mas não faz milagre em paisagens escuras, os registros continuam com ruídos.
A definição da ultrawide fica muito prejudicada mesmo quando o local está com a iluminação adequada. As sombras mais escuras novamente dão as caras, tal como as granulações, que são visíveis em toda a fotografia. Também não dá para contar muito com a câmera macro, que só entrega imagens com um aspecto lavado, sem nitidez e com excesso de ruído.
Já a frontal do Realme 7 5G vai ou não vai. Às vezes eu até consigo tirar boas selfies, porém, em muitas situações, as fotos ficam estouradas e sem cor, mesmo sem nenhum modo configurado. O modo de embelezamento vem ativado por padrão, mas você pode desativá-lo.
No hardware, a Realme trocou o MediaTek G95 pelo Dimensity 800U de 7 nanômetros. Ele é octa-core de até 2,4 GHz e tem suporte à tecnologia 5G. Segundo a Realme, o aparelho é compatível com as 12 principais bandas (n1, n3, n5, n7, n8, n20, n28, n38, n40, n41, n77, n78). Além disso, com esse componente, o usuário pode contar com o suporte 5G + 5G DSDS, que possibilita escolher em qual chip você quer aproveitar a rede 5G.
Esse processador trabalha aliado a 8 GB de RAM, além de 128 GB de armazenamento, uma parceria que faz o dispositivo rodar liso, sem nenhum problema gritante. Aplicativos do dia a dia, como Facebook, Instagram e Twitter, abrem com rapidez.
Também se posicionando como um smartphone para quem joga, o chip gráfico Mali-G57 MC3 não decepciona e faz o Realme 7 5G rodar Asphalt 9 suavemente com os gráficos no mínimo. Enriquecendo os detalhes, o bom desempenho permanece: durante os testes, eu não notei nenhum engasgo que pudesse prejudicar a jogatina.
Com relação à bateria, nós temos aqui uma célula de 5.000 mAh e para alimentar tudo isso, um carregador rápido de 30 watts acompanha o celular. Em um dia de teste, eu passei duas horas na Netflix, mais duas horas de YouTube, 15 minutos de Asphalt 9 e mais dez minutos de redes sociais. A bateria foi de 100% para 56%, uma autonomia espetacular, ainda mais considerando que o telefone estava com o brilho da tela no máximo, conectado ao Wi-Fi e com a taxa de atualização no modo variável.
Para completar o bom resultado, o carregador pisa no acelerador e vai longe. Com 2% de carga, o acessório fez a bateria chegar aos 50% em 25 minutos e o 100% apareceu depois de 1h05min, excelente resultado. Como o Tecnoblog recebeu o aparelho antes do lançamento, a empresa enviou o carregador do tipo A, mas a Realme envia a versão que usamos no Brasil normalmente.
Agora custando R$ 2.599, a variante 5G do Realme 7 tem upgrades interessantes quando comparamos com os irmãos. Ele também é aquele celular recheado que vai atender você perfeitamente quando o 5G de verdade chegar ao Brasil. Embora possa parecer pouca coisa, eu não pagaria R$ 300 a mais por 5G, 120 Hz e por um processador mais recente. Não é que o Realme 7 5G não valha a pena, mas você já olhou as especificações do Realme 7 convencional? O Helio G95 dele faz um bom trabalho em diversas atividades, ele tem 8 GB de RAM e taxa de atualização de 90 Hz.
Por mais que a Realme e outras empresas tentem enxugar recursos, apostando em componentes mais baratos, a tecnologia 5G acaba por encarecer o produto e, no fim das contas, não garante uma experiência veloz agora. Resta saber se o consumidor está disposto a esperar e se ele pretende navegar pelo 5G daqui a dois, três, quatro anos com um celular de 2021.
Tirando essa limitação, o Realme 7 5G é um celular completo. Eu não o classifico como incrível porque faltou uma tela AMOLED e uma política de atualizações mais clara. No mais, ele tem performance e multitarefa decentes, a taxa de atualização de 120 Hz é um diferencial, a bateria é potente e o carregador rápido na caixa impressiona, especialmente agora com outras marcas removendo o acessório. O Realme 7 5G é um smartphone completo que eu gostaria de ver no ano de 2021, mas o suporte 5G ainda não me anima.