Review iPad Air 5 (Apple M1): o melhor Air, até agora
iPad Air chega à quinta geração com processador de MacBook (Apple M1), sendo um dos melhores tablets do mercado
iPad Air chega à quinta geração com processador de MacBook (Apple M1), sendo um dos melhores tablets do mercado
Com design de iPad Pro e alimentado pelo A14 Bionic dos iPhones 12, a quarta geração do iPad Air foi um produto muito interessante. Mas o iPad Air 5 — agora com o processador M1 — , dos MacBooks, está mais imponente e com características de modelo Pro. Com toda essa potência, você passa a se perguntar: quem deve investir na quinta geração? Um usuário médio precisa de tanto poder assim?
Além de já ter suporte à conectividade 5G, o tablet intermediário da Maçã tem como destaque a tela Liquid Retina de 10,9 polegadas, câmera com Palco Central, e suporte à caneta Apple Pencil e ao Magic Keyboard. Eu passei alguns meses com este tablet e conto a minha experiência de uso a partir de agora.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises não têm intenção publicitária, por isso ressaltam os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou teve acesso antecipado a este conteúdo.
O iPad Air 5 foi fornecido pela Apple por empréstimo por tempo indeterminado. Para mais informações, acesse: tecnoblog.net/etica.
Não faz muito tempo que a Apple resolveu alterar profundamente o design da linha Air. Ela ganhou roupa nova há dois anos e, desde então, a abordagem visual vem me agradando bastante. Vale reforçar que o acabamento refinado, em alumínio, é o grande provedor disso.
A quinta geração chega ao mercado sem nenhuma alteração no layout. Por isso, o visual como um todo ainda me faz lembrar do iPad Pro, lá de 2018.
A empresa manteve os cantos achatados com sensores, que também abrigam botões de volume e de desbloqueio (Touch ID), que tem uma resposta de desbloqueio excelente, compensando a ausência do Face ID.
Já que o layout foi “reciclado”, eles resolveram apostar em cores. O Tecnoblog recebeu a unidade azul, que é a minha preferida. Outras opções são cinza-espacial, rosa, roxo e estalar, que parece mais um champanhe e também é muito bonita.
Quando chegamos na tela, fica ainda mais evidente o quanto a empresa se dedicou a trabalhar em hardware e desempenho. Eu estou falando isso, pois você não vai encontrar nenhum upgrade na frente. A decisão da Apple chega a ser engraçada, porque mesmo sem evoluções, ainda há aqui uma das melhores telas do mercado. É inegável.
O iPad Air não tem o excelente Mini LED do irmão Pro, nem a taxa de atualização de 120 Hz, o que é ainda mais frustrante. Seria muito legal ter ao menos 90 Hz e, assim, dizer “olha, este ano tivemos um avançando, ao menos um”. Mas é o que eu comentei: a tela Liquid Retina IPS LCD de 10,9 polegadas é de qualidade. Eu passei horas e horas assistindo a filmes e séries nesse dispositivo e gostei muito do que vi.
A resolução de 2.360 x 1.640 é ótima, além de ser um diferencial no segmento. A minha experiência com tablets Android nem sempre é positiva, porque muitas empresas parecem não se importar com isso. Consequentemente, ícones e outras informações são exibidos com uma nitidez baixa.
Por sua vez, o brilho do iPad Air pode atingir até 500 nits. Em ambientes fechados, o device dá conta do recado, mas trabalhar com ele em espaços abertos e com o brilho em 50% é um desafio. Você vai precisar deixar no máximo.
Outras extensões já populares do ecossistema iPad são compatíveis com a quinta geração do tablet. É o caso do suporte à caneta Apple Pencil e do Magic Keyboard, acessório que transforma o tablet em laptop.
Os alto-falantes estéreos não são altos, porém me agradam pela excelente definição. Durante a avaliação, boa parte do tempo, eu preferi usar o tablet com um fone Bluetooth conectado, mas dá para assistir a filmes, séries e jogar com os falantes integrados sem problemas.
O iPad Air tem apenas duas câmeras, sendo uma traseira de 12 megapixels e uma nova lente frontal de 12 MP, ultrawide, com ângulo de visão de 122 graus. O sensor LiDAR não está aqui e continua restrito ao iPad Pro.
Como você bem deve imaginar, a câmera traseira é ótima para registrar documentos, informações rápidas e para mostrar algum objeto a alguém durante videochamadas. Só isso mesmo.
A frontal é ressaltada pela Apple. Isso porque ela trabalha com o Center Stage (ou Palco Central), também disponível no iPad Mini 6. A tecnologia não é perfeita e, dependendo do aplicativo usado, haverá um delay para centralizar a pessoa. No Zoom, porém, a solução é sempre muito precisa.
Uma coisa curiosa na lente frontal é que ela não consegue centralizar a pessoa na foto. Parece até contraditório dizer isso após analisar o Palco Central (eu sei!). Mas a verdade é que, na hora de fazer a selfie, quando eu coloco o iPad na minha frente em modo paisagem, ele coloca o meu rosto para o canto da tela. O modo ultrawide até dá um jeito, mas eu ainda continuo de lado.
Na parte de software, o iPad Air gera aquela sensação de déjà vu. A interface da Apple, de fato, é decente e não vai promover dores de cabeça para o usuário. Mesmo sem alta taxa de atualização, tudo roda com muita fluidez e ele já suporta dongles, como um pendrive ou SSD externo, para trabalhos mais exigentes. Conectar um mouse ou teclado Bluetooth também é viável por aqui.
Então, o que falta para o iPad Air 5? Justamente uma experiência de laptop. Desempenho tem, mas como faz falta um Modo DeX no iPadOS para ampliar a multitarefa. Vimos recentemente, durante a WWDC 2022, um movimento da Apple nesse sentido, mas dá para aprimorar mais.
O Stage Manager é um recurso legal, já que permite agrupar várias janelas de apps no canto da tela, enquanto mexo em uma página. Assim eu tenho fácil acesso a elas quando precisar trocar de tarefa no dia a dia.
Como este modelo tem o chip M1, será possível conectá-lo a um monitor externo da marca para aproveitar o Stage Manager do tablet em até 6K, além de realizar transferência de arquivos, por exemplo, uma vez que o gadget vira uma “tela secundária”. Eu quero muito testar tudo isso na versão final do iPadOS 16.
Eu nunca testei um iPad Air tão rápido como esse. De modo geral, a performance dos tablets da Apple sempre surpreende, mas eu senti uma fluidez realmente impressionante nesta geração. É uma surpresa? Não. Afinal, ele tem o M1 dos MacBooks com 8 núcleos de CPU e 8 de GPU. Atrelado a isso, há ainda 8 GB de memória RAM.
Comparado ao A14 Bionic, a atual CPU do iPad Air entrega desempenho 60% mais rápido e a GPU processa gráficos até duas vezes maior. É um salto e tanto, e que abre caminho para trabalhos pesados, como edição de vídeo 4K e projetos 3D.
Um vídeo de 4 minutos gravado em 4K a 60 fps foi renderizado neste iPad no Adobe Premiere Rush em apenas 1 minuto e 33 segundos. Na edição, eu coloquei um filtro e adicionei uma animação de transição. O dispositivo nem esquentou.
Se você gosta de jogar no tablet da Maçã, esse brinquedo vai executar qualquer título da App Store sem reclamar. Eu passei algumas horas jogando Asphalt 9, Breakneck e LoL Wild Rift, e o produto rodou o trio com bastante desenvoltura.
Me chamou a atenção o desempenho de Genshin Impact, que não apresentou nenhuma limitação. Eu posso, seguramente, afirmar que foi o dispositivo que melhor executou o título, que é conhecido por ser muito pesado e exigente.
O Tecnoblog testou a unidade mais completa, com Wi-Fi e suporte à chip de operadora, com 256 GB de armazenamento. Também há uma opção com 64 GB de espaço. Isto é, a Apple optou pelos extremos em capacidade e iniciar em 128 GB em vez 64 GB seria bem mais interessante.
Na prática, eu não senti avanços na autonomia do iPad Air M1, mas uma coisa é certa: em média, a célula que equipa o aparelho vai durar um dia. Nos meus testes, usando só para consumo de streaming e redes sociais, sempre à noite, ou seja, tarefas básicas, a bateria durava cerca de dois dias.
Por outro lado, se você pretende usá-lo para trabalho, especialmente de edição de foto, vídeo ou programação, eu aconselho a sempre andar com o carregador, porque a duração será ligeiramente reduzida, de um dia ou algumas horas.
Em outro teste, eu tirei o aparelho do carregador e consumi duas horas de streaming de vídeo, depois joguei 30 minutos de Asphalt 9, reservei uma hora para navegar na web e encerrei com 20 minutos de edição no Premiere Rush. Ele ficou o tempo todo conectado ao Wi-Fi. No fim do dia ainda tinham 48%, suficientes para algumas horas de streaming antes de voltar para a alimentação.
O carregador é de 20 watts de potência, o mesmo que acompanha os demais iPads. É sempre bom lembrar que o kit aqui é completo (cabo e fonte), sendo USB-C. O acessório faz o iPad sair de 11% e chegar ao 100% em 1h50min, que é um bom tempo.
O iPad Air de 2020 foi uma grande surpresa para todos nós. Além de todo o poder em hardware e software que já esperávamos, o novo design foi realmente algo positivo naquele momento. O Air atual, embora mantenha a carcaça do anterior, continua sendo um tablet do ano. Eu diria até que este é um produto perigoso no portfólio da Maçã, tendo em vista que ele se aproximou bastante do modelo Pro.
Além disso, para um usuário médio, o iPad Air se tornou um exagero. Aqui eu estou me referindo àquela pessoa que curte usar tablets para streaming, redes sociais e jogar. Não é que não vale a pena. Se você tem os quase R$ 10 mil que a marca pede na versão analisada pelo Tecnoblog, vá em frente.
Se não é o seu caso, o melhor é investir na versão Mini, que vai continuar oferecendo uma performance admirável, e é ideal para essas tarefas básicas mencionadas.
Agora, se o seu objetivo é ter um iPad para trabalhar, mas caso não queira pular direto para o modelo Pro devido ao preço, sim, vale a pena pegar o Air. A tela não é Mini LED, mas é de qualidade, o software é fluido e estável, e o poder de processamento desse aparelho com o M1 é de impressionar. Não há dúvidas de que este é o melhor iPad Air já feito, até agora.