Review Realme 9 Pro+: o celular que muda de cor
Com design exclusivo que muda de cor, Realme 9 Pro+ é um intermediário premium que concorre com as linhas Galaxy A e Redmi Note 11
Com design exclusivo que muda de cor, Realme 9 Pro+ é um intermediário premium que concorre com as linhas Galaxy A e Redmi Note 11
Desde que chegou ao país, em 2020, a Realme ainda não conseguiu encantar o público brasileiro com modelos atraentes — mesmo oferecendo boas tecnologias. A empresa, porém, parece estar mudando para trazer aparelhos que realmente possam rivalizar com as linhas populares da Xiaomi e da Samsung, e o Realme 9 Pro+ pode ser o carro-chefe dessa mudança.
Não é só o nome do modelo que desperta a atenção. O 9 Pro+ é um intermediário premium com tela Super AMOLED de 90 Hz, com design único que muda de cor, câmera tripla com a principal de 50 megapixels, e é controlado pelo processador Dimensity 920 5G, da MediaTek. Agora faz sentido? Eu usei o 9 Pro+ como aparelho principal para responder essa e outras perguntas.
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O Realme 9 Pro+ foi fornecido pela Realme por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Sem dúvidas, o design é o ponto de maior destaque do Realme 9 Pro+. Eu posso seguramente afirmar que esse é um dos smartphones mais bonitos que já passou pelas minhas mãos nos últimos anos. O aparelho não só manifesta capricho no acabamento, como também se sobressai pela espessura, de apenas 7,99 mm, e pela leveza, registrando 182 gramas.
Mas é difícil de engolir que um intermediário premium como esse, de R$ 3.500, não traz nenhuma certificação contra água e à poeira. Enquanto a Realme ignora a proteção, na concorrência, o Redmi Note 11 Pro 5G (IP53) e o Galaxy A73 5G (IP67) já oferecem resistência.
O Realme 9 Pro+ é um celular que literalmente muda de cor, além de ter brilho. O segredo por trás disso está na camada fotocrômica que faz a traseira mudar de azul para vermelho quando exposta ao sol. O efeito, que é exclusivo da cor Sunrise Blue, atuou em menos de 30 segundos nos meus testes, ficando rosado e não avermelhado.
É uma solução interessante num primeiro momento, mas saiba que o dispositivo rapidamente volta à cor principal quando você o desloca para ambientes fechados. Embora o Tecnoblog tenha recebido a unidade Sunrise Blue, ela ainda não estava disponível no Brasil no momento de publicação do review. A Realme explicou que ela está em alta no exterior, por isso, no período de lançamento, você encontra apenas as cores verde e preta, que não mudam de tonalidade.
O 9 Pro+ tem um painel excelente para a categoria na qual está inserido. A tela de 6,4 polegadas é do tipo Super AMOLED com resolução Full HD e proteção Gorilla Glass 5. Diferente dos rivais já citados no review, o 9 Pro+ tem taxa de atualização de 90 Hz e não 120 Hz, mas a inferioridade aqui não é um problema, pois a fluidez segue disponível e é generosa.
Além disso, o brilho forte, os contrastes precisos e o preto profundo do AMOLED se fazem presentes no aparelho da Realme. Ele ainda conta com leitor de digital sob a tela e o mais interessante é que a tecnologia é capaz de checar os batimentos cardíacos. Eu fiz alguns testes, comparando com o sensor confiável do Apple Watch Series 6, e as análises realizadas pelo celular pareceram muito precisas.
Os alto-falantes estéreos não são dos mais definidos, mas eu julgo a qualidade como satisfatória. Em músicas, filmes e jogos, os componentes instalados nas extremidades do 9 Pro Plus geram um efeito imersivo. Para quem ainda prefere usar fones de fio, a boa notícia é que esse Realme oferece conexão de 3,5 mm.
Ele trabalha com a Realme UI 3.0, interface que opera junto do Android 12. As versões anteriores da Realme UI não me agradaram e, na geração atual, a empresa defende que trabalhou em cima da fluidez, segurança e estabilidade. Visualmente, eu achei a plataforma mais bonita: os ícones redondos combinam com todo o layout, a área de ajustes traz belos ícones e com uma melhor disposição, e a fluidez da tela só aprimora essa boa experiência.
A interface ainda traz suporte a NFC, para pagamentos por aproximação, Realme Share, para envio de arquivos entre dispositivos da marca, e modo jogo, que oferece features com a finalidade de aprimorar a jogabilidade. É possível, por exemplo, ativar o modo concentração, que bloqueia todo tipo de notificação para o usuário se concentrar apenas na partida.
O 9 Pro Plus tem dois anos de updates garantidos, portanto será atualizado até o Android 14. Não é a política ideal para um celular como esse, ao menos a Realme não está seguindo os passos da Motorola ao oferecer apenas um update.
Com este aparelho, a Realme focou bastante em câmeras e, depois de algumas experiências decepcionantes em modelos anteriores, as lentes do 9 Pro+ nos geraram outro sentimento. Antes de analisar o desempenho, esta é a configuração entregue: uma câmera principal de 50 megapixels, ultrawide de 8 megapixels, macro de 2 megapixels e uma lente frontal de 16 megapixels de resolução.
Com sensor Sony IMX766 e abertura f/1,8, a principal do Realme 9 Pro+ me deixou muito satisfeito. É possível notar um ganho nas cores devido ao HDR, que não exagera na saturação. O brilho e a nitidez são consistentes, enquanto o desfoque tende a ser natural. Mesmo em dias fechados, a lente não sofre tanto e apresenta um bom desempenho.
Ainda sobre a principal, configurada em 2x, ela pode atuar como macro e telefoto. A qualidade é tão boa que você pode simplesmente ignorar a câmera ultramacro, que produz imagens ruins. Eu compartilharia nas redes sociais todas estas fotos tiradas para o review: há nitidez, brilho e coloração viva.
Em fotografia com pouca luz, ele se sai muito bem e o que mais me chamou a atenção é a sua habilidade em tirar fotos com aspecto natural. O céu escuro não fica saturado demais, as luzes nem sempre estouram e o nível do brilho é muito satisfatório.
Passando para a ultrawide, essa câmera carece de qualidade tanto de dia como à noite. Mesmo que ela se esforce e até consiga produzir imagens legais graças ao ângulo de visão de 119 graus, as granulações ainda são visíveis.
A frontal não desaponta e as características das selfies lembram as da Samsung. Ou seja, a naturalidade está muito presente; o rosto do sujeito não é modificado e as cores também agradaram. Eu gostei da profundidade de campo, embora eu ainda perceba pequenas falhas durante o recorte.
O MediaTek Dimensity 920 5G é o processador que equipa o Realme 9 Pro+. É a primeira vez que eu testo esse chipset e compartilho que gostei muito do que ele me entregou ao longo do review. A performance é aquela encontrada em qualquer outro celular intermediário premium; o aparelho vai rodar os principais aplicativos do dia a dia, como redes sociais e mensageiros, sem apresentar nenhuma dificuldade.
Asphalt 9 rodou com os gráficos no máximo, registrando 30 fps, de acordo com o modo gamer do telefone. E dá para jogar sem fazer cara feia, pois o título de corrida apresentou estabilidade durante todo o período de teste. No mais, o Dimensity 920 não decepciona e vai executar as principais tarefas com desenvoltura.
A memória RAM do aparelho é de 8 GB, mas ele tem tecnologia de expansão (RAM virtual), que usa um pouco do armazenamento interno para conceder um extra de até 5 GB, podendo totalizar 13 GB de RAM. O armazenamento interno é de 128 GB e, infelizmente, não é possível expandi-lo, porque a gaveta só tem espaço para dois chips de operadora.
A bateria do smartphone, com capacidade de 4.500 mAh, não impressiona, ainda mais quando comparada à de rivais, que ficam entre 5.000 e 6.000 mAh. Para quem usa o celular com muita frequência durante o dia, talvez sinta uma certa limitação, ainda mais com a taxa de 90 Hz ativada.
Nos meus testes, com o brilho da tela no máximo e em 90 Hz, eu consumi duas horas de Netflix, uma hora de YouTube, uma hora de navegação em redes sociais e terminei a avaliação com 15 minutos de Asphalt 9. A porcentagem saiu dos 100% e ficou em 60% após essas atividades.
Esse teste mostrou que há uma autonomia muito boa, mas o que realmente impressiona é o carregador de 60 watts (!). Para você ter uma ideia, com esse acessório, o Realme 9 Pro+ levou apenas 40 minutos para sair de 10% e chegar aos 100%. Uau!
O Realme 9 Pro+ é um dos smartphones mais interessantes da empresa disponível no Brasil. E não é só pelo efeito de mudança de cor — que já é um grande diferencial, vamos combinar. A sua configuração o faz valer muito a pena, mas no momento certo. Como assim “no momento certo”? O valor de R$ 3.500 ainda é muito elevado. Note que o Galaxy A53 5G sai por menos de R$ 3 mil e o Redmi Note 11 Pro 5G é encontrado por pouco mais que o aparelho da Samsung.
No restante, você vai encontrar aqui uma boa tela para o consumo de filmes e jogos, um desempenho generoso e um design realmente bonito, embora eu sinta falta de proteção contra água, que rivais já oferecem. Além disso, não trazer a opção que muda de cor durante o período de lançamento também é outro ponto negativo, mas eu espero que isso seja resolvido em breve.
Eu analiso que o Realme 9 Pro+ é um intermediário atraente e seus diferenciais só reforçam que aqui há algo diferente, que a concorrência ainda não está explorando. Dito isso, sim, eu recomendo o aparelho e sugiro ficar de olho ao longo do ano, pois, no preço certo, esse chinês pode valer o investimento.
Realme 9 Pro+ | |
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Tela | Super AMOLED de 6,4 polegadas com resolução Full HD (2400 x 1080 pixels), de 90 Hz; |
Processador | MediaTek Dimensity 920 5G |
RAM | 8 GB |
Armazenamento | 128 GB |
Câmera traseira | – principal: 50 megapixels (f/1,8) – ultrawide: 8 megapixels (f/2,2) – macro: 2 megapixels (f/2,4) |
Câmera frontal | 16 megapixels |
Bateria | 4.500 mAh, recarga com fio de 60 watts (carregador na caixa) |
Sistema operacional | Android 12 (Realme UI 3.0) |
Conectividade | entrada dedicada para fones de ouvido (3,5 mm), porta USB-C, 5G, 4G, 3G, Wi-Fi (2,4 GHz e 5 GHz), Bluetooth 5.2 e GPS |
Mais | leitor de impressões digitais e som estéreo |
Cores | Verde e preto |