Review Samsung Galaxy S21 FE: mantendo o legado vivo
Galaxy S21 FE mantém características que deram certo no antecessor, com IP68 e AMOLED de 120 Hz, mas a polêmica do processador...
Galaxy S21 FE mantém características que deram certo no antecessor, com IP68 e AMOLED de 120 Hz, mas a polêmica do processador...
Atraso e vazamentos marcaram o lançamento do Galaxy S21 FE. Mas, o “flagship que cabe no bolso”, oficializado em janeiro de 2022, ainda se sobressai pela ficha técnica e tem quase tudo para conquistar o consumidor que já admirava o antecessor. O smartphone adota a linguagem visual do S21 com resistência à água, tem tela AMOLED com taxa de 120 Hz, conexão 5G e, para a tristeza de muitos, o processador não é o Snapdragon 888 e sim o Exynos 2100, pelo menos no Brasil.
Enquanto eu analisava o S21 com Exynos, a fabricante sul-coreana cobrava R$ 4.499 pelo modelo, portanto o mesmo preço de lançamento da geração passada que, hoje, é vendida por R$ 2.300 com o Snapdragon 865. A Samsung forneceu o Galaxy S21 FE para testes por uma semana e compartilho as minhas impressões sobre o produto neste review.
O Tecnoblog é um veículo jornalístico independente que ajuda as pessoas a tomarem sua próxima decisão de compra desde 2005. Nossas análises não têm intenção publicitária, por isso ressaltam os pontos positivos e negativos de cada produto. Nenhuma empresa pagou, revisou ou teve acesso antecipado a este conteúdo.
O Galaxy S21 FE foi fornecido pela Samsung por empréstimo e será devolvido à empresa após os testes. Para mais informações, acesse tecnoblog.net/etica.
Com materiais simples, um belo acabamento e múltiplas cores, o Galaxy S21 FE tem um design que me agrada. As bordas não são finas, mas também não prejudicam a pegada e a ergonomia. A Samsung ainda conseguiu deixar o smartphone mais leve, garantindo mais pontos positivos; são 177 gramas contra 190g. Apesar dos elogios, é importante reconhecer que o visual do telefone não vai agradar a todos, porque encontrar plástico num topo de linha ainda causa estranheza em muita gente.
Na traseira, assim como nos demais modelos da linha, eu gostei que o módulo das câmeras está totalmente incorporado ao design. É mais ou menos o que a Apple faz e, com essa estratégia, a Samsung consegue deixar a sua marca registrada — é fácil reconhecer um S21 FE na rua.
Já as cores disponíveis casaram muito bem com esse visual; além da versão verde, analisada pelo Tecnoblog, o aparelho está à venda em preto, violeta e branco. Proteção contra à água é outro destaque. A fabricante oferece certificação IP68, assegurando resistência à água e à poeira. Por fim, o que me chamou a atenção nesse visual foram as laterais de alumínio, que ajudam a dar uma aparência sofisticada ao produto e lembram — e muito — as curvas do Galaxy Z Flip 3.
A tela de bordas finas segue interrompida apenas por um furo, responsável por comportar a câmera de selfie. Analisando bem, não houve mudanças profundas na frente. Como na geração anterior, o painel é AMOLED, ele tem taxa de atualização de 120 Hz, a resolução é Full HD+ e o Gorilla Glass 3 deu lugar ao Gorilla Glass Victus. Além disso, tivemos uma pequena alteração no tamanho, isso porque o S21 FE tem 6,4 polegadas contra 6,5 do S20 FE.
A essa altura do campeonato, eu não preciso mais detalhar a qualidade do painel da Samsung. Por isso que, se você resolver migrar para este aparelho, muito provavelmente não notará diferenças, pois a definição excelente, as cores vívidas e os contrastes se fazem presentes neste Galaxy. A Samsung manteve o leitor de digital sob a tela e o reconhecimento funcionou bem durante os dias em que passei com o dispositivo.
No áudio, os alto-falantes são estéreos. O som não é alto e pode ficar estridente com facilidade, mas ao menos os componentes conseguem criar um pouco de imersão em filmes e jogos. Como você pode ter percebido, seguindo os passos dos irmãos, aqui não há entrada para fones de ouvido.
O S21 FE chega às mãos do consumidor com o Android 12 acompanhado da interface One UI 4. Não é novidade para ninguém que o Android tende a ser mais aberto e personalizável que o iOS, da Apple. Contudo, a geração atual, no topo de linha da Samsung, parece deixar isso ainda mais claro. O software da coreana em si já me agradava pelos ícones bem posicionados, a central de controles é bonita e organizada. O excesso de aplicativos de terceiros, porém, pode incomodar, mas é bom saber que posso removê-los a hora que quiser.
O novo software do Google agora permite escolher uma paleta de cor para a interface seguindo os tons da imagem de papel de parede. Há um foco em privacidade e o sistema alerta quando câmera e microfone estão ativados em um aplicativo (sim, aquele mesmo recurso do iOS), os widgets ficaram muito mais bonitos, com um design clean que se adapta bem na tela inicial.
Outros recursos já conhecidos no ecossistema Galaxy permanecem disponíveis. É o caso do DeX, responsável por criar uma experiência de desktop na TV Samsung a partir do smartphone, e a integração com o Windows para envio de arquivos, leitura de mensagens, dentre outras coisas. A Samsung também vem se sobressaindo pela política de atualizações. Eu gostei que o S21 FE já chega com o Android atualizado, como deve ser. O celular topo de linha tem três anos de updates garantidos, isso quer dizer ele vai receber o Android 13, 14 e 15.
A Samsung manteve a câmera principal do antecessor e aqui está uma das principais “baixas” em relação à linha S21 convencional. O Fan Edition de 2022 aposta em uma lente de 12 megapixels de resolução com a mesma abertura f/1,8, uma ultrawide, também de 12 MP, e ângulo de visão de 123 graus. Por fim, há uma teleobjetiva e, diferentemente do S21 e do S21+, que têm a mesma câmera, mas com 64 MP, a tele do S21 FE produz imagens de 8 megapixels.
Para quem já está acostumado com a proposta da Samsung nem deve se surpreender tanto com a qualidade, que continua excelente. A principal do S21 FE tem um alcance dinâmico ótimo, a saturação elevada deixa as fotos prontas para serem publicadas no Instagram e a profundidade de campo trabalha bem para desfocar o fundo, mas pode apresentar pequenas falhas no recorte dependendo da cena.
A ultrawide praticamente tem o mesmo resultado satisfatório da principal, já que mantém algumas características. Entretanto, as clássicas distorções nas bordas e as aberrações cromáticas continuam visíveis, este último é um problema encontrado em vários modelos e já se arrasta há um bom tempo na sul-coreana. Apesar desses detalhes, você consegue extrair belos registros com essa lente.
A teleobjetiva, quando acionada, sacrifica um pouco a qualidade e funciona melhor em momentos específicos. Com zoom óptico de 3x, ela aproxima a cena e perde um pouco do detalhe, mas, quando a iluminação ajuda, você consegue ter fotografias interessantes.
O modo noturno na principal segue fazendo um bom trabalho. A tecnologia da Samsung não gera o brilho que vimos nas câmeras do iPhone 13 Mini, mas agrada pela definição e pelo controle eficiente do ruído. A nitidez tende a cair na tele e na ultrawide, mas com o auxílio de luzes artificiais no ambiente, a imagem fica boa.
A frontal do S21 FE tem 32 megapixels e também não decepciona, na prática. Como ressaltado no review do Galaxy Z Flip 3, estamos vendo uma Samsung que entrega selfies mais naturais sem aquele terror do modo de embelezamento. E assim é com este topo de linha: o desfoque pode falhar às vezes, mas as imagens apresentam boa nitidez, brilho e cores.
O aparelho não grava em 8K, mas pode produzir gravações em 4K a 60 fps. Os filmes capturados pela câmera principal têm saturação elevada, a exposição é controlada e a estabilização é decente.
O hardware continua gerando polêmicas. A Samsung, novamente, lançou duas versões do S21 FE, sendo uma com o Snapdragon 888 e outra com o chip próprio Exynos 2100, que promete 40% mais desempenho gráfico e maior eficiência energética. Os EUA receberam a versão com o chip da Qualcomm, mas o Brasil ficará com a segunda opção. Sabemos, porém, que a linha Exynos não é tão bem vista pelos fãs da marca. Mas existe a esperança de algum dia a Samsung trazer o S21 FE com Snapdragon, visto que o antecessor foi lançado por aqui com o Exynos e, depois, apareceu com o Snapdragon 865, elevando a popularidade do aparelho no país.
Como esperado, o S21 FE testado com esse chip entrega uma boa performance e eu não presenciei problemas graves. A unidade testada pelo Tecnoblog tinha 6 GB de RAM e 128 GB de espaço interno. Na maioria das vezes, o smartphone trabalhou com desenvoltura, abrindo apps rapidamente e rodando jogos pesados com fluidez. No entanto, nos primeiros dias de uso, ele apresentou engasgos pontuais em alguns apps nativos, como na câmera.
A família Galaxy S já é conhecida por ser esquentadinha e essa característica continua viva no S21 FE. O dispositivo não só aquece quando está executando jogos pesados e foi possível sentir o calor em alguns apps populares do cotidiano. E, como ele tem um corpo em plástico, às vezes, esse aquecimento pode incomodar.
A bateria segue em 4.500 mAh, com boa autonomia para quem precisa de carga para o dia todo. Por aqui, um teste com três horas de consumo de vídeo, uma hora de navegação nas redes sociais e 30 minutos de Asphalt 9, sempre com o brilho da tela no máximo, em 120 Hz e conectado ao Wi-Fi de 5 GHz, a carga foi de 100% para 43%. É um bom resultado!
Sobre a alimentação, o aparelho é vendido sem adaptador de tomada, apenas o cabo USB-C o acompanha. Como tenho feito nesses casos, eu opto por avaliar com carregador externo, certificado pela Anatel. No S21 FE, nós usamos uma fonte de 20 watts: com apenas 4%, o carregador fez o smartphone atingir a sua carga total depois de 1h33min.
O Galaxy S21 FE é um produto pensado para os fãs da marca. É um aparelho que faz jus ao nome e tenta manter o legado do S20 FE, que foi um sucesso em 2021. O dispositivo tem tudo para conquistar o consumidor novamente, mas, para isso acontecer, na prática, precisamos de alguns incentivos. Pagar quase R$ 5 mil está fora de cogitação, já que o Galaxy S21+, superior, pode ser encontrado por menos. Isso significa que o Fan Edition se tornará a compra certa durante a sua desvalorização no varejo.
Aliás, é justamente a desvalorização que vai garantir o sucesso do S21 FE, mas não só isso. Assim como na geração anterior, se a Samsung lançar o produto com o chip da Qualcomm no Brasil, teremos aqui um ótimo custo-benefício, afetando em cheio a categoria de celulares intermediários premium. Afinal, esse modelo pode entregar recursos avançados por um preço mais generoso. Ele tem um bom desempenho, conexão 5G, IP68, AMOLED de 120 Hz e a fabricante tem uma política de atualizações animadora.
Mas ainda estamos diante de um produto caro e que, na minha visão, não vale a pena, pelo menos durante o lançamento. Eu também não vejo porquê de o dono do S20 FE correr agora para migrar, pois, novamente, a atualização só vale se você realmente sentir necessidade e isso deve acontecer durante a queda de preço. O Galaxy S21 FE é um grande acerto e pode acertar ainda mais, basta a Samsung querer.
Tela | AMOLED Dinâmico 2X de 6,4 polegadas com resolução Full HD+, taxa de atualização de até 120 Hz e Gorilla Glass Victus |
Processador | Qualcomm Snapdragon 888 (Estados Unidos) ou Exynos 2100 (Brasil) |
RAM | 6 GB (Brasil) e 8 GB |
Armazenamento | 128 GB (Brasil) e 256 GB (sem entrada para cartão de memória) |
Câmera traseira | – principal: 12 megapixels (f/1,8, Dual Pixel, AF e OIS) – ultrawide: 12 megapixels (f/2,2 e 123º) – teleobjetiva: 8 megapixels (f/2,4) |
Câmera frontal | 32 megapixels (f/2,2) |
Bateria | 4.500 mAh, recarga com fio de 25 W, sem fio de 15 W e Wireless PowerShare |
Sistema operacional | Android 12 (One UI 4) |
Conectividade | USB-C, 5G, 4G, 3G, 2G, Wi-Fi 6, Bluetooth 5.0, GPS e NFC |
Mais | leitor de impressões digitais sob a tela, Samsung Pay e certificação IP68 |
Dimensões | 155,7 x 74,5 x 7,9 mm |
Peso | 177 gramas |
Cores | branco, preto, violeta e verde |