Review TV LG UM7650: 4K para ser vista de qualquer lugar
TV 4K de entrada da LG tem ângulo de visão impecável, design agradável e sistema operacional webOS
TV 4K de entrada da LG tem ângulo de visão impecável, design agradável e sistema operacional webOS
Entre os televisores 4K da LG em 2019, a série UM é a que reúne os modelos mais simples. A UM7650 é uma TV de entrada com painel IPS, suporte a conteúdos em HDR e o controle remoto Smart Magic, que funciona como um mouse para navegar pelos aplicativos da plataforma webOS.
Com preço de lançamento de R$ 3.499, a UM7650 compete com outras TVs básicas da concorrência, como a Samsung RU7100, a Sony X705F e a TCL C6. Será que a LG é uma boa opção para não gastar os olhos da cara em uma TV 4K? Eu assisti a dezenas de horas de filmes e séries na UM7650 nas últimas semanas e conto tudo nos próximos minutos.
O design da LG UM7650 segue a cartilha dos televisores de entrada: muito plástico, nenhum acabamento sofisticado e nada de invencionice. A moldura e a base em formato de arco são na cor prata, como é de costume na LG. A traseira é lisa e não traz nenhuma solução específica para esconder os cabos atrás da TV, como as canaletas que estamos vendo nos modelos básicos da Samsung e da Sony.
As conexões ficam concentradas do lado esquerdo, com duas portas USB, uma entrada de cabo coaxial com suporte ao padrão brasileiro de TV digital, uma saída de áudio óptica e uma porta Ethernet. A TV tem Bluetooth, então é possível conectar fones de ouvido e alto-falantes sem fio, ou fazer o caminho inverso, transmitindo o som do celular para o televisor.
Um ponto bacana é que, mesmo em um modelo mais acessível, a LG colocou quatro portas HDMI, uma a mais que o comum nessa faixa de preço. Duas entradas HDMI são voltadas para a esquerda e as outras duas para trás. Outra vantagem é que a UM7650 se conecta normalmente a redes Wi-Fi de 5 GHz, diferente da concorrente Samsung RU7100, que só suporta o padrão antigo de 2,4 GHz.
O controle remoto incluso na caixa é o Smart Magic, que também funciona como uma espécie de mouse. Foi uma boa novidade em relação às TVs básicas das gerações passadas da LG, que traziam um acessório mais simples. Esse é o mesmo controle remoto que você encontra nos televisores premium da LG, com suporte a comandos de voz, um scroll para rolar as telas e a possibilidade de controlar outros dispositivos, como o decodificador da TV por assinatura.
O modelo que eu testei veio com um painel de 55 polegadas do tipo IPS, com boa qualidade de imagem, dentro das características da tecnologia e da faixa de preço. Nas peças de marketing, a LG costuma destacar bastante o amplo ângulo de visão: a promessa é de “cores com precisão de quase 100%, mesmo em um ângulo de 60 graus”.
Na prática, isso se confirma: mesmo sentando a um ângulo de aproximadamente 45 graus, a UM7650 continua mostrando cores vivas, sem nenhum desbotamento, diferente do que ocorreria com uma TV com painel VA, como boa parte dos modelos da Samsung e da TCL. Só o brilho é levemente reduzido, mas a experiência continua boa. É um televisor que eu recomendaria para quem tem uma sala de estar mais larga, em que nem todo mundo consegue sentar exatamente de frente para a TV.
Nas configurações de imagem de fábrica, as cores não são muito saturadas e o branco tende a um tom mais frio, mas é possível fazer ajustes finos. E, depois de ser bastante atacada pela concorrência, a LG passou a usar menos os painéis do tipo RGBW, com pixel branco, que apresentam definição pior em alguns casos — a UM7650 de 55 polegadas vendida no Brasil possui o esquema tradicional RGB.
Mas nem tudo são flores: ainda estamos falando de uma TV mais acessível e com painel IPS. De cara, me incomodou bastante a questão do contraste: o preto é acinzentado e inconsistente, sendo possível notar certas “nuvens” pela tela em filmes com cenas mais escuras, algo que eu não vi em outros televisores básicos, como a TCL C6. Por causa do baixo contraste e do brilho não tão forte, o HDR quase não faz diferença na UM7650, embora a TV teoricamente tenha suporte a essa tecnologia.
O processamento de imagem tem pontos positivos e negativos. O upscaling funciona bem, deixando as imagens em Full HD nítidas no painel 4K sem criar ruídos ou bordas duras em torno de objetos. Mas a interpolação de movimento, que a LG chama de TruMotion, ficou abaixo das expectativas. Eu gosto do “efeito novela” (desculpe, Tom Cruise), mas decidi desativar o recurso na UM7650 porque ele criava artefatos desagradáveis em movimentos mais rápidos e dava “soquinhos” na imagem, como se o TruMotion fosse ativado e desativado em momentos aleatórios.
No geral, a imagem da UM7650 atende às expectativas de uma TV que não custa os olhos da cara. Quem tem um ambiente maior em casa para instalar o televisor pode ser beneficiado com o ângulo de visão acima da média. Em compensação, se você costuma assistir à TV sentado em um sofá logo em frente, talvez esta não seja a melhor opção: é melhor procurar uma com pretos mais consistentes e um contraste melhor, principalmente para maratonar séries durante a noite.
TVs de entrada não costumam ter boa qualidade de som, mas a LG poderia ter caprichado um pouco mais. Olhando pelo lado positivo, a UM7650 consegue atingir níveis de volume bem altos, suficientes para preencher um ambiente maior, o que faz sentido para uma TV com painel IPS. Em compensação, o alcance dinâmico não é tão amplo, não chegando às frequências mais baixas.
Os dois alto-falantes de 10 watts têm médios satisfatórios, mas parece que a LG tentou compensar a falta de graves com um incremento nos médio-graves, seja no perfil de som Padrão ou Cinema. O resultado é que o som aparenta ser “sujo”: você não sente as batidas de uma música ou de uma explosão, mas ouve alguns ruídos embolados. Não é uma equalização muito boa, e qualquer soundbar seria um upgrade considerável.
O sistema operacional da UM7650 é o mesmo webOS que acompanha todas as Smart TVs da LG, mas preciso destacar alguns pontos em comparação com a LG B8, a última que eu havia testado com essa plataforma. Houve uma pequena atualização de versão (de 4.0 para 4.5), o que já foi suficiente para sanar problemas.
O primeiro ponto é que o Smart Magic funcionou como controle remoto universal assim que liguei a TV pela primeira vez. Depois de passar pela configuração inicial, o webOS detectou o modelo do decodificador da minha TV por assinatura e liberou a mudança de canais e o acesso ao guia de programação, diferente da B8, em que eu precisei fazer algumas gambiarras. A TV só errou no nome da operadora (ela acha que eu assino AT&T), mas todo o resto funcionou perfeitamente.
Outra novidade é o Painel Doméstico. 2019 é o ano em que todas as fabricantes estão falando de casa conectada no Brasil, e a LG decidiu implantar uma tela que centraliza todos os dispositivos inteligentes da residência. Infelizmente, a plataforma SmartThinQ é um pouco limitada, suportando basicamente refrigeradores e máquinas de lavar da LG. Mas a TV tem suporte à OCF, então é provável que a lista de compatibilidade aumente ao longo do tempo.
O resto do webOS dispensa grandes apresentações. É um sistema operacional fácil de usar e com uma seleção de aplicativos que deve atender a quase todos os usuários — poderia ser um pouco mais fluido, mas não chega a incomodar. Serviços como YouTube, Netflix, Prime Video e Vivo Play vêm pré-instalados, e na loja de aplicativos é possível encontrar Telecine Play, Globoplay, Fox, Spotify e Deezer.
A UM7650 é uma boa TV de entrada no geral e excelente para casos específicos. A LG é uma das poucas fabricantes que continuam apostando com força nos painéis IPS em televisores LCD, o que favorece o público que tem salas de estar mais largas. Enquanto algumas TVs facilmente apresentam cores desbotadas para quem senta em ângulos mais abertos, a UM7650 continua mostrando tudo com vivacidade.
As novidades na linha de 2019 também foram ótimas. O webOS continuou evoluindo, se consolidando como uma das melhores plataformas de Smart TV do mercado; e é bom ver que o controle remoto Smart Magic, que era restrito a alguns modelos mais caros, está disponível na caixa mesmo para quem não quer gastar tanto dinheiro em uma TV.
Meu principal período de consumo de conteúdo na TV é de noite, então é claro que eu senti falta de um preto mais profundo. Nas configurações padrão, a LG deixa muito nítida a deficiência de contraste do painel: nas cenas “quase pretas”, a TV desliga totalmente a iluminação traseira, de forma abrupta, o que acaba com a definição. E, como o brilho é apenas ok, a UM7650 não consegue oferecer mais que o feijão com arroz em qualidade de imagem.
Apesar dos poucos pontos negativos, a LG fez uma TV que consegue agradar a maioria das pessoas: a qualidade de imagem não deixa a desejar; o design é simples e um pouco espesso, mas não é grosseiro; e o sistema operacional webOS, além de estar bem evoluído, já oferece praticamente tudo o que você precisa.