TV OLED LG B8: uma ultrafina com preto perfeito

Com painel OLED, B8 da LG tem excelente qualidade de imagem e software que agrada

Paulo Higa
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• Atualizado há 11 meses
TV OLED LG B8

A LG aposta na tecnologia OLED para oferecer pretos perfeitos em seus televisores mais sofisticados. Na geração atual, o modelo premium menos caro da marca é a B8, disponível nos tamanhos de 55 e 65 polegadas no mercado brasileiro, com preços entre R$ 5 e 11 mil no varejo.

Por esses valores, a B8 tenta entregar um pouco mais que o básico de uma TV: ela perde os subwoofers integrados e o processador de imagem Alpha 9 dos modelos C8 e W8, mas continua com um design extremamente fino, o sistema operacional webOS com suporte a comandos de voz em português e as tecnologias Dolby Atmos e Dolby Vision para melhorar a qualidade de som e imagem.

Será que vale a pena ter uma LG B8 na sua sala de estar? Eu assisti a dezenas de horas de conteúdos na TV da LG nas últimas semanas e conto tudo nos próximos minutos.

Análise da LG B8 em vídeo

Design, conexões e controle remoto

A versão brasileira da LG B8, também conhecida como B8S, tem um design sem muita invencionice: ela traz uma base em formato de arco construída em plástico que sustenta uma tela bem fina. Tirando a parte onde ficam os alto-falantes e as conexões, a espessura da TV impressiona bastante à primeira vista: é mais fina que um celular.

TV OLED LG B8

Eu já comentei em outros reviews que não gosto de bases muito espaçosas em TVs, o que infelizmente é o caso da B8. Isso não deve ser um problema se você instalar o televisor na parede, mas a base ocupa um espaço generoso na estante, o que dificulta instalar uma soundbar na frente da tela, por exemplo. A LG bem que poderia ter seguido a mesma linha de design da C8.

TV OLED LG B8

Detalhes à parte, a moldura minimalista da B8 faz a TV quase sumir na sala de estar, e o posicionamento das conexões é bom, apesar da decisão questionável da LG de colocar um cabo de energia não removível. Três portas HDMI, inclusive a com retorno de áudio (ARC), além de uma entrada USB, estão na lateral, o que facilita o acesso para quem monta a TV na parede. Na traseira, você encontra mais uma HDMI, mais uma USB e a saída óptica de áudio.

TV OLED LG B8

O controle remoto é o mesmo Smart Magic que acompanha as TVs da LG há anos e que colecionou alguns fãs ao longo do tempo. Ele tem microfone integrado para comandos de voz e continua com sua principal característica, que é funcionar como um mouse para navegar rapidamente na interface do sistema operacional webOS.

No início, controlar o ponteiro na TV exige uma certa dose de adaptação (e coordenação motora), mas o Smart Magic facilita bastante o acesso aos conteúdos depois que você se acostuma. Como o controle é universal, ele também pode ser usado em outros dispositivos de outras marcas, o que é um baita ponto positivo.

TV OLED LG B8

Para ser melhor, o controle remoto poderia ter compatibilidade maior com decodificadores de TV por assinatura no Brasil. Ele não tem suporte ao meu set-top box da Vivo, por exemplo, então eu tive que testar códigos de outras marcas até encontrar alguma que funcionasse, uma gambiarra que não deveria ser exigida do usuário. Existem reclamações sobre isso desde 2017, então a LG bem que poderia ter dado mais atenção — até porque o Controle Remoto Único da Samsung funciona bem com o mesmo decodificador.

Qualidade de imagem

A qualidade de imagem da LG B8 é tudo o que você esperaria de um bom televisor com painel OLED. Os pretos são puros, o que garante uma boa experiência ao assistir a filmes em ambientes escuros. E o ângulo de visão, como de costume na tecnologia, é quase perfeito e bem superior ao de qualquer TV LCD.

TV OLED LG B8

O brilho não é tão forte quanto a das QLEDs, mas é bom o suficiente para dar conta do recado mesmo em ambientes bem iluminados. Sabendo do risco de burn-in do OLED, a LG colocou uma proteção no painel: quando uma imagem muito clara é exibida, todo o brilho da tela é reduzido para evitar o desgaste prematuro da TV. Essa transição por vezes foi muito agressiva para o meu gosto, mas não deve incomodar na maioria dos casos.

Por padrão, as cores da B8 são mais frias e pouco saturadas, mas a LG permite fazer ajustes finos na temperatura de cor, na intensidade da iluminação e no contraste para agradar a todos os perfis. Em testes sintéticos, eu notei um leve color banding e um pequeno efeito de tela suja no cinza, mas todos os conteúdos de verdade foram exibidos com maestria.

TV OLED LG B8

Para quem joga, a B8 é uma opção interessante pelo baixo input lag. Nos meus testes, em Full HD, no modo de jogo, com taxa de atualização de 60 Hz, a latência ficou por volta dos 25 milissegundos. Isso é praticamente a metade do input lag da Sony A8F, que também possui um painel OLED.

Eu nunca escondi minha preferência pela imagem do OLED, mas sempre vale lembrar que a tecnologia tem o risco inerente de queima de pixels. Só dá para ter certeza de como o painel se comporta no longo prazo. O que eu posso dizer é que não tive problema nem com retenção temporária de imagem durante as três semanas de teste — e a B8 tem recursos para “refrescar” os pixels enquanto a TV está desligada, reduzindo o desgaste.

Qualidade de som

TV OLED LG B8

O som da LG B8 não é ruim, mas é apenas “ok” em comparação com outros televisores premium. A versão brasileira tem dois speakers de 10 watts e não traz os dois subwoofers da B8 vendida em outros países. Por aqui, esse arranjo de 2.2 canais ficou restrita à C8, que custa entre R$ 1 mil e 2 mil a mais, dependendo do tamanho.

Dito isso, os alto-falantes estéreo da B8 atingem bons níveis de volume e arriscam alguns médio-graves, mas não geram impacto, o que tira um pouco da emoção. Com o áudio no perfil “Filme”, a B8 por vezes tentou forçar as frequências baixas além do limite, o que resultou em vibrações indesejadas na carcaça da TV e um som parecendo que o alto-falante estava estourado.

A imersão do áudio da B8 é melhor que a média por causa da tecnologia Dolby Atmos, que simula um som surround — e consegue fazer isso de forma bem convincente em alguns equipamentos. No caso da B8, como o sistema de áudio é simples, ficou a sensação de que o Dolby Atmos não conseguiu atingir sua plenitude no som integrado da TV.

A definição nos médios é boa o suficiente para entender todos os diálogos, e o som consegue preencher bem o ambiente. Ainda assim, considerando que a qualidade da imagem da B8 é muito boa, talvez você queira comprar uma soundbar para ter uma qualidade de áudio à altura do resto do conjunto.

Software e funções de Smart TV

TV OLED LG B8

O webOS está nas TVs da LG há tempos e dispensa grandes apresentações: é um sistema operacional fácil de usar e com uma seleção de aplicativos que deve atender a quase todos os usuários — poderia ser um pouco mais fluido, mas é bem mais rápido que o Android TV. Ele já vem com os serviços mais famosos pré-instalados, incluindo YouTube, Netflix, Amazon Prime Vídeo e Google Play Filmes. Quem quiser pode baixar o Spotify, o Globoplay e outros aplicativos na loja da LG.

A B8 permite que você mostre a tela do seu celular Android na TV por meio do protocolo Miracast e também possui suporte ao espelhamento de tela de computadores com Windows. Um recurso bacana é o que transforma o televisor em um alto-falante Bluetooth: é só parear com o celular e tocar a música. Para ser melhor, poderia ter suporte a speakers externos; infelizmente, a função é limitada ao som integrado da TV.

TV OLED LG B8

Não dá para deixar de falar do ThinQ AI, que suporta comandos de voz em português e se integra bem com serviços de terceiros, permitindo pesquisar e acessar rapidamente um vídeo no YouTube ou na Netflix. O reconhecimento de voz tem precisão bastante satisfatória e é bem ágil. É um passo à frente em relação à principal concorrente, que continua só na promessa de uma Bixby em português.

Vale a pena?

TV OLED LG B8

A LG B8 obviamente não é barata, mas é a opção mais acessível para quem quer se aventurar com uma TV OLED. No momento em que eu escrevo este review, a versão de 55 polegadas é encontrada por R$ 5 mil no varejo, enquanto a de 65 polegadas sai por valores entre R$ 10 e 11 mil.

Não existe concorrência para a LG no segmento de TVs OLED “de entrada”, se é que a gente pode chamar essa categoria assim. No tamanho de 65 polegadas, a Panasonic EZ1000 fica por volta dos R$ 13 mil e a Sony A8F sai por R$ 15 mil. A concorrente mais próxima da Samsung seria a Q7FN, que oferece características bacanas, como brilho mais forte, garantia contra burn-in e design mais limpo, mas você perde o preto perfeito, que é o principal motivo pelo qual alguém compraria uma OLED.

Para quem assiste à TV em ambientes escuros ou com iluminação controlada e está disposto a arriscar o dinheiro em um televisor OLED, a LG B8 tem um custo-benefício interessante, com um sistema operacional bem desenvolvido, uma excelente qualidade de imagem e as últimas tecnologias disponíveis no mercado, por um preço menos inacessível.

Especificações técnicas

  • Modelo: OLED55B8SLC
  • Tamanho do painel: 54,6 polegadas (138,8 cm)
  • Resolução: 3840×2160 pixels
  • Taxa de atualização: 120 Hz
  • Tipo de painel: OLED (WRGB)
  • Tecnologias de imagem suportadas: HDR10, HLG, Dolby Vision
  • Potência dos alto-falantes: 2x 10 watts
  • Tecnologias de áudio suportadas: Dolby Atmos
  • Sistema operacional: webOS 4.0
  • Consumo de energia: 110 watts (típico) e 0,5 watt (standby)
  • Entradas de vídeo: 4 HDMI 2.0 (ARC, HDMI-CEC), 2 RF
  • Saídas de áudio: 1 saída de áudio óptica digital, 1 saída de áudio analógica (3,5 mm)
  • Outras conexões: 3 USB 2.0, Wi-Fi 802.11ac, Ethernet, Bluetooth, Wi-Fi Direct, DLNA
  • Dimensões (largura x altura x profundidade): 122,8×70,7×4,7 cm (sem a base) e 122,8×77,6×31,9 cm (com a base)
  • Peso: 16,3 kg (sem a base), 17,7 kg (com a base)

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.

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