Review TV OLED Sony A8F: as mesmas qualidades em um design tradicional

TV de 65 polegadas da Sony com painel OLED tem som impressionante e excelente imagem

Paulo Higa
• Atualizado há 5 meses
TV OLED Sony A8F

A Sony A1E foi uma das melhores TVs que eu testei no Tecnoblog, tanto pela excelente imagem do painel OLED quanto pela qualidade de som impressionante, um ponto que costuma ser negligenciado no segmento. Ela ganhou uma sucessora, a Sony A8F, que mantém as principais tecnologias do modelo anterior, mas chega com um design mais tradicional, sem parecer um quadro gigante na sala de estar.

Com preço sugerido de R$ 17,5 mil no tamanho de 65 polegadas, a Sony A8F possui display OLED com pretos reais, tecnologia Acoustic Surface para emitir o som diretamente da tela e o sistema operacional Android TV. Vale a pena gastar tudo isso em um televisor? A Sony acertou no topo de linha de 2018? Eu passei mais de um mês com a A8F e conto minhas impressões nos próximos minutos.

Em vídeo

Design, conexões e controle remoto

A principal diferença entre a Sony A1E e a A8F é o design. A A1E parecia um quadro, com um painel enorme que se apoiava em uma espécie de cavalete revestido por tecido. Era muito bonito, mas tinha o detalhe de deixar a tela inclinada para trás, o que exigia mais cuidado com lâmpadas no ambiente, por exemplo, que poderiam ser refletidas mais facilmente na tela. Esse formato diferentão continua na A9F, mas ela não foi lançada no Brasil.

TV OLED Sony A8F

Na A8F, temos uma cara mais tradicional, com uma tela absurdamente fina apoiada sobre uma base. A parte inferior da TV continua praticamente grudada na estante, e um subwoofer na traseira permanece atrás da tela para dar conta dos graves. Para esconder as conexões laterais e traseiras, a Sony optou por enviar uma série de placas plásticas, o que é uma solução menos elegante que a da A1E ou do One Connect das QLEDs da Samsung, mas funciona bem para deixar o visual limpo.

TV OLED Sony A8F

As conexões ficam dentro do que eu espero de um modelo premium, com Bluetooth, Wi-Fi 802.11ac, quatro portas HDMI (sendo uma delas com retorno de áudio), três entradas USB, saídas de áudio analógica e digital, porta Ethernet e uma entrada coaxial compatível com o padrão brasileiro de TV digital. A organização das entradas HDMI é igual a da X905F, o que me agrada bastante, já que uma das portas tem acesso bastante facilitado pela lateral.

TV OLED Sony A8F

O controle remoto é o mesmo que eu já critiquei em outros reviews de TVs da Sony: ele é grande, tem um monte de botões que você provavelmente nunca vai apertar e com certeza não é dos mais intuitivos. Até pode ser útil se você costuma assistir à TV aberta e quer um teclado cheio de números para ficar trocando de canais, mas, quando a gente compara com os controles da Samsung e da LG, fica claro que a Sony precisa de uma renovação.

TV OLED Sony A8F

Qualidade de imagem

A tela da A8F quase não traz novidades para a linha de TVs OLED da Sony, o que não é nenhum demérito: continua sendo uma das melhores imagens que você vai ver em um televisor. O painel é OLED, fabricado pela LG no esquema de cores WRGB, com pixel branco, o que não prejudicou a qualidade do display.

A A8F tem excelente uniformidade de cinza e preto, ângulo de visão praticamente perfeito e ampla gama de cores, tornando possível ver pequenas variações de tons em céus, oceanos e outros degradês, sem nenhum tipo de color banding ou efeito de tela suja. À noite, o preto real do OLED impressiona, especialmente em filmes com cenas mais escuras, quando é fácil diferenciar o preto do quase preto.

TV OLED Sony A8F

O brilho, como de costume, é visivelmente mais baixo que o de TVs com painel LCD, especialmente quando toda a cena é muito reluzente. O OLED da A8F atinge bons picos de branco quando somente algumas partes da imagem são claras, mas reduz o brilho em cenas de neve e praias. É uma TV que perde um pouco do brilho (literalmente) em salas de estar mais iluminadas, mas que não chega a decepcionar.

O processador de imagem X1 Extreme consegue um bom resultado no upscaling de conteúdos em Full HD para 4K, sem deixar muitos artefatos visíveis na imagem e mantendo os detalhes das cenas. Destaque também para o Motionflow XR, que tem uma qualidade similar a que eu encontrei na Panasonic EX750B: movimentos suaves como manteiga e pouquíssimas distorções em cenas mais rápidas. Os mais puristas não gostam disso, mas dá para reduzir ou desativar o efeito.

TV OLED Sony A8F

Para quem vai jogar, um aviso: o input lag é apenas ok. A A1E não era muito boa nisso, e a A8F não traz nenhum avanço: no modo de jogo, em Full HD com taxa de atualização de 60 Hz, ela ficou com uma latência média de cerca de 45 milissegundos nos meus testes. Não deve atrapalhar na maioria dos jogos, mas é um atraso maior do que o encontrado em TVs mais baratas, como a TCL P6US.

Qualidade de som

Eu dou bastante importância para a qualidade de som porque, bem, simplesmente ter uma imagem boa não é mais do que a obrigação de uma fabricante de TV. É claro que você pode instalar uma soundbar e ter uma experiência muito melhor do que quase todas as TVs do mercado, mas é sempre bom ter algo decente, ainda mais em modelos tão caros, com preços de cinco dígitos.

Nesse ponto, a A8F realmente impressiona. A tecnologia Acoustic Surface, que a Sony gosta de explicar que funciona com “dois atuadores atrás da TV que vibram a tela para criar som envolvente de verdade”, funciona mesmo: o som é bastante imersivo e me passa a sensação de ser emitido por toda a tela antes de se espalhar pelo ambiente. O resultado é um áudio com ótima definição e clareza nos médios, o que também melhora o entendimento das falas nos filmes.

TV OLED Sony A8F

Um subwoofer na traseira faz um bom trabalho nos graves, o que garante a diversão ao assistir a filmes de ação ou ouvir músicas de gêneros mais pesados. Eu senti que a Sony reforçou os médio-graves, o que tornou as batidas mais audíveis, mas as frequências mais baixas parecem ter perdido um pouco de espaço em relação ao som da A1E, que causava mais impacto. Não chega a ser um problema, e a qualidade já é boa o suficiente para eu dispensar uma soundbar.

Software e funções de Smart TV

TV OLED Sony A8F

Quem viu meus reviews de televisores da Sony já sabe a minha opinião sobre o Android TV. É um sistema operacional com uma gama de aplicativos enorme, muitos recursos para o público mais avançado e várias opções de personalização, mas que não é muito refinado. O desempenho não é consistente, com animações que às vezes engasgam e aplicativos que do nada demoram para abrir, o que me decepciona sabendo que essa TV custa R$ 17,5 mil e os modelos de R$ 3 mil com Tizen ou WebOS são mais fluidos.

Mas, de fato, não dá para reclamar do ecossistema, que é o mais completo entre as plataformas de TVs. Você encontra YouTube, Netflix, Spotify, Globoplay, Globosat Play, Telecine Play, Twitch, HBO Go, Fox, Amazon Prime Video e Google Play Filmes, além de aplicativos e games famosos nos smartphones e tablets Android, como emuladores de Super Nintendo e jogos como Dead Trigger 2. Toda Android TV também é um Chromecast, o que facilita na hora de reproduzir conteúdos do celular na telona.

TV OLED Sony A8F

O Android TV tem muitos recursos e muitos aplicativos, e poderia muito bem ser a melhor plataforma de TV sem questionamentos, mas não é. Sony, por favor, tira esse processador de entrada da MediaTek e bota um hardware melhor para dar conta do recado — pelo menos nas TVs mais caras, que é justamente o caso da A8F. E, Google, sério, dá uma otimizada nesse código.

Vale a pena?

TV OLED Sony A8F

A Sony A8F não é uma TV perfeita, mas chega muito perto do que eu considero a perfeição. A qualidade da imagem é indiscutível e a fabricante japonesa realmente caprichou no som, com o Acoustic Surface, que tem um nome pomposo como todas as outras tecnologias da Sony, mas que faz a diferença. O design é elegante e o Android TV, apesar de precisar de melhorias, tem mais pontos positivos do que negativos.

Ela foi lançada por R$ 11 mil na versão de 55 polegadas e R$ 17,5 mil na de 65 polegadas, mas pode ser encontrada por preços menores no momento em que eu estou fazendo este review: hoje elas saem em torno dos R$ 8 mil e R$ 13 mil, respectivamente.

TV OLED Sony A8F

É barato? Não. Ainda são televisores caros, que fazem parte do segmento premium da marca. Mas o OLED da Sony ficou menos inacessível que em 2017, inclusive com a adição de um tamanho menor para quem não faz questão ou não pode pagar por uma tela grande — é só lembrar que a única opção da marca na geração anterior era a A1E de 65 polegadas, lançada por R$ 23 mil.

Para quem estiver disposto a gastar cinco dígitos em uma TV, a A8F é uma excelente opção em qualquer sala de estar.

Leia | O que é um display Triluminos, presente em TVs da Sony

Especificações técnicas

  • Modelo: Sony XBR-65A8F
  • Tamanho do painel: 65 polegadas (164 cm)
  • Resolução: 3840×2160 pixels
  • Taxa de atualização: 120 Hz
  • Tipo de painel: OLED
  • Tecnologias de imagem suportadas: HDR (Dolby Vision, HLG e HDR10)
  • Potência dos alto-falantes: 4× atuadores de 10 watts + subwoofer de 10 watts
  • Tecnologias de áudio suportadas: Dolby Digital Plus, Dolby Pulse, DTS Digital Surround
  • Sistema operacional: Android TV 7.0 (Nougat)
  • Consumo de energia: 480 watts (máximo) e 0,5 watt (standby)
  • Entradas de vídeo: 4 HDMI (HDMI-CEC), 2 RF
  • Saídas de áudio: 1 saída de áudio óptica digital, 1 saída de áudio analógica (3,5 mm)
  • Outras conexões: 1 USB 3.0, 2 USB 2.0, Wi-Fi 802.11ac, Ethernet, Bluetooth 4.1
  • Dimensões (altura x largura x profundidade): 144,7×83,6×5,5 cm (sem a base) e 144,7×84,1×25,5 cm (com a base)
  • Peso: 24,4 kg (sem a base), 28 kg (com a base)

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Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.