Seja para uso legítimo ou não, o tráfego de torrents já é algo que ocupa bastante banda de todos os provedores do mundo. Por isso muitos deles praticam o chamado traffic shaping desse tipo de protocolo, diminuindo sua velocidade. Uma pesquisa do Measurement Lab, organização especializada em detectar traffic shaping, mostrou exatamente quais provedores no mundo executam esse procedimento.

Segundo dados coletados pela organização, no Brasil a NET foi a operadora de internet brasileira que mais executou traffic shaping na conexão dos seus usuários no primeiro trimestre de 2012, com 13% de alteração no tráfego. Em segundo lugar está a Oi, com 9% e em terceiro está a GVT, com 6% (leia resposta da operadora mais abaixo).

Sobre os números, a organização diz que índices abaixo de 10% caem na faixa dos falsos positivos, mas índices entre 11 e 50% indicam que os provedores certamente usaram traffic shaping em algum período. Índices acima de 50% aparecem somente em provedores que estão fazendo traffic shaping constante nas suas redes.

Então não será nenhuma surpresa para usuários brasileiros o fato da Embratel ter um índice incrivelmente alto de de manipulação de dados no quarto trimestre de 2011: 60% de manipulação. E como a NET usa a infraestrutura da Embratel (além de fazer parte do mesmo grupo, o América Móvil), pode-se dizer que as duas são farinhas do mesmo saco – e nesse período específico, a NET apresentou 15% de manipulação.

Dados dos últimos anos: Embratel de olho no BitTorrent

A organização coleta esses dados por meio de testes de usuários no chamado Glasnost, que tenta detectar se uma conexão está ou não sendo manipulada para diminuir a velocidade do protocolo de BitTorrent. O Measurement Lab já havia publicado informações sobre traffic shaping antes, mas apenas nessa semana os dados foram atualizados para mostrar o ano de 2011 e do primeiro trimestre de 2012.

Ainda sobre os testes, a empresa diz que quando são executados menos do que 10 testes no período, eles não incluem o provedor nos dados. Veja os resultados completos nesse link.

Aparentemente, se você quer um provedor que não manipula dados de BitTorrent, a melhor escolha é o Vivo Speedy. Quem diria?

Atualização às 18h40 | A GVT nos enviou a seguinte nota (reproduzida na íntegra) a respeito do assunto. O Tecnoblog reitera que tanto GVT como Oi podem ser casos de falso-positivo no relatório do Measurement Lab.

“Não realizamos controle de tráfego de conteúdo. Ao contrário do que muitas vezes acontece no mercado, a empresa não estabelece cláusulas contratuais com percentual mínimo de navegação e nem com limitação de consumo, como streaming, download e upload e, por isso, não há limite ou redução da velocidade. A rede da empresa permite a entrega da velocidade contratada pelo cliente, podendo, em alguns casos, até ultrapassá-la. Além disso, a GVT estimula o cliente a testar a velocidade do serviço e reportar à área de atendimento situações em que a velocidade não é atingida.”

Com informações: TorrentFreak.

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Rafael Silva

Rafael Silva

Ex-autor

Rafael Silva estudou Tecnologia de Redes de Computadores e mora em São Paulo. Como redator, produziu textos sobre smartphones, games, notícias e tecnologia, além de participar dos primeiros podcasts do Tecnoblog. Foi redator no B9 e atualmente é analista de redes sociais no Greenpeace, onde desenvolve estratégias de engajamento, produz roteiros e apresenta o podcast “As Árvores Somos Nozes”.

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