Google está economizando bastante energia com a ajuda da inteligência artificial

Economia nos 12 data centers da empresa ao redor do mundo chegou a 15%

Jean Prado
• Atualizado há 8 meses

Em janeiro de 2014, o Google pagou US$ 650 milhões pela startup de inteligência artificial DeepMind, e desde então desenvolveu projetos como o AlphaGo, que venceu campeões mundiais de um jogo chinês. Mais do que nunca, esse dinheiro parece ter sido um bom investimento. Até literalmente, já que as tecnologias da DeepMind estão fazendo o Google economizar uma boa grana na conta de energia.

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A empresa tem 12 data centers ao redor do mundo que gastam uma boa quantidade de energia, já que, além dos servidores próprios, é necessário montar um sistema de refrigeração, controle inteligente de temperatura, otimização do uso de energia, além de ter geradores prontos para abastecer os servidores caso algo dê errado. Estima-se que o Google é responsável por 2% da emissão de gases de efeito estufa do mundo inteiro. Caramba!

Conforme apurado pelo Telegraph, algoritmos foram treinados durante dois anos para analisar os dados dos sensores nos centros, como a temperatura de cada sala ou quanto de energia os computadores estão usando. Visando eficiência, os servidores precisam de ajustes constantes na temperatura do ar, pressão e umidade, configurações que o algoritmo aprendeu a ajustar com o tempo.

A economia, nos 12 centros, chega a ser de 15%. Em setores específicos, como o de refrigeração, o Google agora gasta 40% menos energia (!). A empresa já fez muita coisa para economizar energia, mas ainda tem gastos exorbitantes — o Google chega a ser responsável por 0,01% do consumo de energia mundial. Em 2014, a empresa gastou 4.402.836 MWh de energia, equivalente ao consumo de 2,3 milhões de residências brasileiras. No Brasil, o gasto mensal de energia das casas é de 157 kWh.

Ainda que a economia pareça pequena em porcentagem, o Google deve poupar centenas de milhões de dólares com essa otimização. Por meio da aprendizagem de máquina, o algoritmo saberia prever quando os sistemas estariam mais sobrecarregados, detectando o horário de pico do YouTube e aplicando isso na otimização das condições climáticas para os servidores, por exemplo. Eis um gráfico que mostra a eficiência energética com e sem a inteligência artificial:

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Com todas as melhorias no desempenho, o Google diz que consegue ter 3,5 vezes mais poder de processamento com o mesmo consumo de energia, já que seus servidores são construídos pela própria empresa. E isso é só o começo: agora que a empresa obteve um resultado bem positivo nesse teste, vai continuar treinando o algoritmo para obter mais eficiência — instalando sensores adicionais para ter informações mais precisas, por exemplo.

Esses dados impressionantes levantam a hipótese do quão interessante seria o desenvolvimento desse algoritmo para outras áreas do consumo de energia. Imagina se tivesse como prever os hábitos dos habitantes de uma cidade ou entender quando ativar alguma solução de energia renovável, combinando essas informações com dados da previsão do tempo? A Microsoft já desenvolveu uma ferramenta de IA para obter respostas mais precisas sobre a previsão do tempo.

Com informações: Bloomberg, The Guardian.

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Jean Prado

Jean Prado

Ex-autor

Jean Prado é jornalista de tecnologia e conta com certificados nas áreas de Ciência de Dados, Python e Ciências Políticas. É especialista em análise e visualização de dados, e foi autor do Tecnoblog entre 2015 e 2018. Atualmente integra a equipe do Greenpeace Brasil.