Review Dell XPS 13 (2018): quando o ótimo se torna excelente
Notebook premium da Dell tem sua maior atualização em três anos e custa a partir de R$ 7.999
Notebook premium da Dell tem sua maior atualização em três anos e custa a partir de R$ 7.999
A linha XPS 13 da Dell recebeu sua maior atualização dos últimos três anos: antes, o notebook que eu defini como o “MacBook” que roda Windows só era atualizado uma vez ou outra no processador.
Dessa vez, o design melhorou em diversos pontos, as bordas mínimas ficaram ainda menores, o notebook ficou mais fino e leve e a Dell acertou mais nas versões que optou trazer para o Brasil. Antes, o XPS 13 custava em torno de R$ 10 mil e agora tem preço sugerido de R$ 7.999. Veja se vale a pena:
O acabamento do XPS 13 acerta em tantos pontos que prefiro começar falando onde a Dell errou. Como usuário de MacBook, senti falta da base do notebook se manter na mesa quando você levanta a tampa. Pode parecer bobo, mas para quem abre e fecha o notebook várias vezes por dia essa comodidade faz diferença.
Em segundo lugar, algo que eu já tinha reclamado no review da geração anterior, é a posição da webcam. Por mais que eu ame esse design de bordas mínimas, ter a webcam embaixo da tela é pior do que colocar um notch. Sério.
Qualquer reunião ou conferência por vídeo que você participar precisará ser na mesa e com o notebook mais alto do que o comum, do contrário as pessoas do outro lado vão ver mais o seu peito ou queixo do que o seu rosto. Ou suas mãos, se você digitar alguma coisa no teclado.
Em uma reunião aqui do Tecnoblog, comentei com o time que dava pra ver mais a minha papada do que o rosto em si. Reuni os melhores comentários da equipe:
“O Jean fica parecendo o Kléber Bambam com essa câmera”, disse Paulo Higa, editor-executivo do Tecnoblog, porque o ângulo deixava o meu tronco desproporcionalmente maior do que a minha cabeça.
“Com a câmera nessa posição o Windows Hello desbloqueia pela papada”, disse Paulo Barba, videomaker do TB.
“Parece aqueles tarados na internet”, disse Thiago Mobilon, editor-chefe do TB, quando viu a minha mão posicionada na frente da câmera.
Não fosse por esses dois pontos, a nota do XPS 13 em design seria dez. É notório que a Dell toma um cuidado especial ao projetar esse notebook: o acabamento em alumínio na tampa e na parte de baixo é muito bem feito e não esquenta com facilidade.
O notebook pode ser comprado na cor prata ou em rose gold. Esse tom de ouro rosê, de certos ângulos, parece até o prata e deu um toque suave ao design do XPS 13 — ficou muito bom. No apoio para as mãos o notebook tem um revestimento de fibra de vidro trançada que, tanto branco quanto preto, é outro trunfo da fabricante.
Todas três portas do XPS 13 são em USB-C, o que já virou um padrão da indústria para os notebooks mais finos. Para ter um computador de 13 polegadas que é tão compacto como um de 11″, é uma concessão que estou disposto a fazer, infelizmente. Também há uma entrada para fones de ouvido e outra para cartão microSD (fiquei chateado quando não consegui colocar o meu SD comum).
No review da geração anterior, falei que a Dell tinha sido injusta nas versões do notebook que ela trouxe para o Brasil. Reclamei que nem todo mundo queria tela com touch e que o preço da versão sem tela sensível ao toque poderia ser mais atrativo.
Dessa vez, estou mais contente com os modelos oferecidos por aqui. Todos têm 8 GB de RAM, 256 GB de SSD e processador Intel Core i7-8550U de 8ª geração. A diferença fica na cor (o ouro rosê é um pouco mais caro), presença do leitor de impressões digitais (só na cor ouro rosê) e resolução da tela: 1080p ou 4K.
A tela do XPS 13 também tem HDR, a tecnologia de grande alcance dinâmico. Na prática, isso significa que imagens ou vídeos com essa tecnologia aparecem mais brilhantes e suportam uma gama maior de cores.
Comparei um vídeo com HDR e outro vídeo sem; a diferença é bem perceptível (para melhor). No entanto, ainda que com o alcance dinâmico comum, não tenho nada a reclamar da tela do XPS 13. Ela já é bem brilhante, tem ótimo ângulo de visão e degradê suave entre as cores.
Outras peças de hardware do notebook não decepcionam, mas tive alguns problemas com o teclado. Ele tem um problema no reconhecimento de teclas duplicadas, então se você digita “que eu” muito rápido, por exemplo, ele só escreve “que u”. A Dell já sabe desse problema e, segundo um técnico da empresa no fórum de suporte, a correção estará disponível na versão 1.3.1 da BIOS.
Apesar de ter gostado do acabamento branco, em alguns momentos achei que a retroiluminação (também branca) nas teclas acabava atrapalhando a visão em vez de ajudar. O touchpad do notebook é espaçoso (mesmo não sendo tão grande), só tem o clique um pouco duro demais para o meu gosto, o que não foi um problema porque também dá pra clicar apenas com o toque. E o alto-falante tem som alto e nítido, o esperado para essa faixa de preço.
Minha experiência com o Windows Hello no XPS 13 também foi boa. Apesar da câmera não ficar em uma posição muito favorecida, ela reconheceu bem o meu rosto (ou papada?) e fez eu usar muito pouco o leitor de impressões digitais — que fica no botão liga/desliga.
Por dentro, o XPS 13 tem um processador Intel Core i7-8550U com quatro núcleos a 1,8 GHz (e pode chegar até 4 GHz com o Turbo Boost) e todas as versões vêm com 256 GB de armazenamento e 8 GB de RAM (sem opção de aumentar).
Ainda que o notebook não tenha 16 GB de RAM, não tive nenhum problema em relação ao desempenho, mesmo rodando os apps do Spotify, Slack e Trello para desktop (que consomem mais poder de processamento do que deveriam), mais de dez abas no Chrome e reprodução de vídeo em alguns momentos.
Se você gosta de benchmarks, o XPS 13 marcou 4802 no Geekbench 4 single-core e 14839 no multi-core, desempenho que você só encontra em um MacBook Pro customizado com processador i7 (e por um preço bem mais alto que o XPS 13).
Minha única ressalva aqui talvez seja a bateria, que aguenta entre 5 a 7 horas até desligar. É uma ótima autonomia para um display 4K, mas ainda pode não ser o suficiente para quem quer passar o dia inteiro trabalhando longe de uma tomada. A versão com resolução 1080p deve ter autonomia superior a dez horas, então é preferível se você não quiser se preocupar em andar com o carregador.
Enquanto no review anterior eu fiquei frustrado com as versões do XPS 13 que a Dell trouxe para o Brasil, hoje eu gosto muito das mudanças que a empresa fez. Tanto no modelo menos caro quanto no mais caro ainda você leva um i7 de 8ª geração, 256 GB de armazenamento e 8 GB de RAM.
Com isso em mente, dá para dizer que o notebook entrega mais, custando menos, que a geração anterior. Antes, você não encontrava o notebook com as mesmas configurações por menos de R$ 10 mil. Hoje, não é difícil achar a versão básica por cerca de R$ 7,5 mil.
Essa seria a minha escolha, aliás: a tela de 1080p já tem tecnologia HDR, a resolução é suficiente para um notebook de 13 polegadas, a cor prateada também é bonita, o Windows Hello funciona bem somente com o reconhecimento facial e a bateria vai durar mais em relação às versões mais caras.
Sem dúvidas, o XPS 13 é a melhor opção em sua faixa de preço. Claro, a webcam fica em uma posição super desfavorecida e ainda falta uma certa atenção a alguns detalhes, mas, se você preferir Windows, o notebook que antes era o “MacBook” que roda Windows pode ser até melhor que MacBooks mais caros.