Cuba lança pacotes de internet móvel para cidadãos

Mesmo com Cuba lançando 3G, penetração de internet no celular não deverá ser muito alta

Paulo Higa
• Atualizado há 3 anos

A penetração de internet em Cuba é pequena: apenas 38,8% dos cidadãos acessam a rede e, mesmo assim, muitos apps de mensagens e redes sociais são bloqueados. Isso pode mudar no futuro: Cuba lançou, finalmente, pacotes de internet móvel. A conexão que Cuba lançar será oferecida pela ETECSA, operadora estatal que detém o monopólio do setor.

Cuba lançou serviços de internet no passado, mas eles sempre foram bastante restritos. Em 2013, por exemplo, Cuba lançou internet por Wi-Fi para a população, mas apenas em certos locais — somente profissionais como jornalistas, médicos e advogados podiam ter um roteador em casa, depois de pedirem uma autorização ao governo. E, antes disso, só era possível se conectar em hotéis, que recebem estrangeiros.

Agora, até cubanos poderão acessar a internet: o plano é que Cuba lance a conexão móvel para todos os seus 5 milhões de usuários de telefonia móvel até o final do ano — quase a metade dos 11,5 milhões de habitantes da ilha. Em um documento interno, segundo a Reuters, o governo informou que a meta era conectar metade dos domicílios cubanos e 60% dos celulares até 2020.

Mesmo assim, não dá para esperar que a penetração aumente de forma significativa. Enquanto algumas operadoras se preparam para o 5G, a internet que Cuba lançar será apenas 3G. E o acesso deverá ser caro demais para boa parte da população: hoje, os hotspots Wi-Fi cobram o equivalente a US$ 1 por hora, enquanto o salário médio mensal é de US$ 30. Para as empresas, a operadora estatal vende pacotes de 4 GB por US$ 45.

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Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.