Samsung Galaxy S10, S10+ e S10e: uma olhada de perto
Novos smartphones caros da Samsung têm baterias maiores, telas com notch circular e câmeras aprimoradas
Novos smartphones caros da Samsung têm baterias maiores, telas com notch circular e câmeras aprimoradas
Direto de San Francisco — Faz quase dez anos que a Samsung apresentou o primeiro smartphone Galaxy, que tinha um monte de botões físicos, tela de 3,2 polegadas e uma única câmera: a traseira. Em 2019, a décima geração do Galaxy S chega em quatro variantes, com até cinco câmeras, uma tela enorme de até 6,7 polegadas e uma frente com nenhum botão e quase nenhuma borda.
O Galaxy S10, o Galaxy S10+ e o Galaxy S10e são os novos celulares topo de linha da Samsung para o mundo. Além deles, uma versão com 5G, ainda mais poderosa, estará disponível em países selecionados. Em comum, eles possuem uma tela com um buraco para abrigar a câmera frontal, melhorias no software de fotografia e muito foco em conectividade sem fio.
Começando pelos mais caros, o Galaxy S10 e o Galaxy S10+ são bem parecidos por dentro. Ambos trazem uma tela curvada nas laterais com resolução Quad HD+ e um leitor de impressões digitais ultrassônico embutido no display. Eles têm 8 GB de RAM e 128 ou 512 GB de armazenamento, com possibilidade de expansão. No caso do Galaxy S10+, existe uma versão com 12 GB de memória e 1 TB de espaço para quem estiver com dinheiro sobrando.
A Samsung explicou que a versão global do Galaxy S10, incluindo a brasileira, é equipada com processador Exynos 9820, com desempenho 21% superior na CPU e 37% na GPU em comparação com o chip anterior da marca, mas aumentando a eficiência energética em 15%. Só alguns países, como os Estados Unidos, vão receber a versão com Snapdragon 855, já que nesses locais ainda são utilizadas redes móveis CDMA — que não são compatíveis com o modem do Exynos.
A câmera traseira continua com estabilização óptica de imagem para evitar fotos borradas no escuro e possui três sensores. O principal tem resolução de 12 megapixels e lente de abertura dupla (f/1,5-2,4). A lente telefoto permanece com abertura f/2,4 e um sensor de 12 megapixels para capturar imagens com zoom. A novidade é uma lente ultrawide de 16 megapixels com campo de visão mais amplo, de 123 graus. No software, a Samsung simplificou as três câmeras como tendo zoom de 1x, 2x ou 0,5x.
Aliás, a promessa é que o software da câmera está mais esperto, tanto para foto quanto para vídeo. O reconhecimento de cenas, que já detectava pessoas, animais, roupas ou alimentos, ficou mais específico, diferenciando cachorros, gatos, bebês, sapatos, carros e bebidas. No total, são 30 tipos de cenas otimizadas pelo aplicativo.
Além disso, a Samsung adicionou um tal de Super Steady Video, que tenta deixar os vídeos mais estabilizados do que antes. Como funciona? Basicamente, ele utiliza a câmera ultrawide para filmar e então corta as bordas do vídeo para um campo de visão de 75,6 graus (em vez dos 60 graus da geração anterior). Ou seja, também dá para utilizar o Galaxy S10 como se fosse uma câmera de ação, como a GoPro.
Na câmera frontal, temos a primeira diferença entre os aparelhos. O Galaxy S10 tem um único sensor de 10 megapixels com lente de abertura f/1,9 e filmagem em 4K. Já o Galaxy S10+ adiciona uma segunda câmera para detectar profundidade. Em tese, isso melhora o efeito de desfoque de fundo — mas precisamos de mais tempo para saber se ela faz diferença mesmo. Sentiu falta de alguma coisa? Isso mesmo: o leitor de íris foi aposentado em favor do reconhecimento facial, que não exige espaço adicional no notch.
A resolução de tela é a mesma nos dois, mas o Galaxy S10 tem 6,1 polegadas, enquanto o Galaxy S10+ tem 6,4 polegadas — ambos são maiores que os antecessores, que eram equipados com displays de 5,8 e 6,2 polegadas. A Samsung mudou o nome do painel, de Super AMOLED para Dynamic AMOLED (ou Display AMOLED Dinâmico, como a Samsung deve chamá-lo no Brasil).
O principal motivo da mudança do nome é o fato de esta ser a primeira tela de smartphone com certificação HDR10+, que oferece cores de 10 bits e maior alcance dinâmico em conteúdos que suportem esse formato — ou seja, brancos mais claros e pretos mais escuros. Um vídeo com HDR10+ pode ter os tons de cores de cada frame mapeados pela tecnologia, deixando a exibição mais precisa.
O brilho atinge 800 nits em condições normais, batendo picos de até 1.200 nits sob a luz do sol. E a tela emite 42% menos luz azul que a do Galaxy S9, mesmo com o filtro de luz azul desativado, para não afetar a sua produção de melatonina e não atrapalhar o sono.
A conectividade também melhorou: o modem 4G é LTE categoria 20 e pode atingir 2,0 Gb/s de download e 150 Mb/s de upload, e os aparelhos suportam redes Wi-Fi 6 (anteriormente conhecidas como 802.11ax), que funcionam em uma gama maior de frequências e suportam velocidades maiores, desde que você também compre um roteador novo para aproveitar a tecnologia.
Outra novidade é que o carregamento sem fio agora funciona nas duas direções: você pode recarregar a bateria do Galaxy S10 ou do Galaxy S10+ por indução ou então reabastecer os novos fones de ouvido Galaxy Buds simplesmente posicionando-os na traseira do aparelho, em um recurso batizado de Wireless PowerShare. Qualquer dispositivo compatível com o padrão Qi pode ter a bateria compartilhada sem necessidade de fios.
O problema é que é complicado utilizar o smartphone enquanto você recarrega outro gadget na traseira do aparelho. Mas isso pode quebrar o galho em emergências, até porque bateria não deve ser um empecilho: o Galaxy S10 tem 3.400 mAh, enquanto o Galaxy S10+ chega com 4.100 mAh. Curiosamente, ambos ficaram mais finos e mais leves que o Galaxy S9 e o Galaxy S9+, que tinham baterias menores, o que até gera um medinho — mas é difícil que a Samsung cometa o mesmo erro de novo.
Para quem não pode gastar tanto com um Galaxy S10+, a Samsung trouxe uma versão menos cara, batizada de Galaxy S10e. Ele traz o mesmo processador, mas deixa de lado algumas tecnologias novas: o leitor de impressões digitais fica em um botão na lateral, não no display; a tela não é curvada nas laterais; e a câmera traseira é “apenas” dupla. A lente principal e a grande angular permanecem, enquanto a telefoto com zoom óptico vai embora.
O Galaxy S10e (com “e” de “essencial”) é o caçula da família, com visor de 5,8 polegadas e resolução Full HD+, totalmente plano. As bordas em cima e embaixo foram muito reduzidas: apesar de ter o mesmo tamanho de display do Galaxy S9, ele é 5,5 mm mais compacto na altura. O painel é o AMOLED Dinâmico com proporção 19:9 e o buraco no canto superior direito para a câmera frontal de 10 megapixels.
Nos números, o Galaxy S10e tem baixas na capacidade de bateria, que é de 3.100 mAh; na RAM, que pode ser de 6 ou 8 GB; e no armazenamento interno, que varia entre 128 e 256 GB. A Samsung manteve o carregamento wireless reverso, os mesmos recursos de conectividade, inclusive a entrada para dois chips, e o poder de processamento, então ele pode ser uma opção para quem procura um smartphone potente com um preço mais digerível.
Outra coisa que não muda no modelo mais básico é o software, baseado no Android 9 Pie. A interface de fábrica é a One UI, com ícones novos, modo noturno e telas pensadas para facilitar a utilização com uma mão só — os elementos de interação, como botões e itens de menu, ficam no meio ou na parte inferior da tela, podendo ser alcançados com o polegar sem fazer acrobacias. No Brasil, o Galaxy S9 e o Galaxy S9+ já receberam a atualização, mas até alguns celulares da linha Galaxy J terão a nova interface.
Segundo a Samsung, o software trouxe melhorias de desempenho: ele abre os aplicativos mais rapidamente e traz o Adaptive Power, para gerenciar melhor a bateria. E a assistente pessoal Bixby, que ainda não fala português, teve o nome estampado no recurso Bixby Routines, que automatiza certas tarefas: você pode configurar para o Galaxy S10 tocar uma playlist e abrir o Google Maps assim que entrar no carro, por exemplo.
Além do Galaxy S10, Galaxy S10+ e Galaxy S10e, a Samsung citou uma quarta versão que provavelmente não veremos tão cedo no Brasil; é o primeiro Galaxy com conexão 5G. Ele não estava disponível para demonstração no evento fechado, mas a empresa já adiantou que será maior e mais poderoso, com tela de 6,7 polegadas (!) e bateria de 4.500 mAh para aguentar o tranco.
A pré-venda do Galaxy S10, Galaxy S10+ e Galaxy S10e começa no dia 21 de fevereiro, e os aparelhos serão entregues a partir de março. O Galaxy S10 com 5G só será vendido em alguns países, e a data de lançamento depende da implantação das redes 5G em cada região.
A Samsung ainda não confirmou a data de lançamento dos celulares no Brasil, mas historicamente o Galaxy S chega rápido ao nosso país e, de qualquer forma, um dos processos mais burocráticos, que é a homologação na Anatel, já foi realizada. A única certeza é que eles serão bem caros.
Nosso review do Galaxy S10 será publicado em breve. O que você quer saber sobre ele?
Paulo Higa viajou para San Francisco a convite da Samsung.