Motorola Moto G9 Play: simples? Nem tanto

Sucessor do Moto G8 Play, Motorola Moto G9 Play é um intermediário com belo design, bateria de 5.000 mAh e Snapdragon 662

Darlan Helder
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• Atualizado há 10 meses
Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

A Motorola tem um portfólio completo de aparelhos básicos e intermediários para todo o tipo de público. A linha Moto G, a queridinha da marca, vem apresentando evoluções consideráveis ano após ano e o novo Motorola Moto G9 Play é a prova disso. Lançado em setembro de 2020, ao lado do irmão G9 Plus, este smartphone deve despertar o interesse daquele consumidor que busca por um dispositivo intermediário com preço generoso.

Nas especificações, diga adeus ao painel de 6,2 polegadas, 2 GB de RAM e ao MediaTek Helio P70 da geração passada, o Moto G8 Play, e diga olá a uma tela de 6,5 polegadas, 4 GB de RAM e ao Snapdragon 662 além, é claro, de um novo e belo design. Será que vale? O Motorola Moto G9 Play foi o meu celular principal nas últimas semanas e compartilho toda a experiência nesta análise.

Análise do Motorola Moto G9 Play em vídeo

Aviso de ética

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Nenhuma empresa, fabricante ou loja pagou ao Tecnoblog para produzir este conteúdo. Nossos reviews não são revisados nem aprovados por agentes externos. Esta unidade do Motorola Moto G9 Play foi adquirida pelo Tecnoblog no varejo.

Design

Design de Moto G nunca foi de fazer os olhos brilharem, mas já posso dizer, agora em 2020, que o Moto G9 Play é um celular bonito e isso se deve, principalmente, às opções de cores disponíveis que são verde turquesa, azul safira e rosa. Eu gostei de todas, porém, para este review, escolhemos a primeira cor por ser bem diferente.

Apesar disso, o aparelho é todo trabalhado em plástico simples que acumula facilmente marcas de dedo. A boa notícia é que uma capinha de silicone acompanha o produto.

Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Na parte traseira, saem as câmeras agrupadas em “i” no canto superior esquerdo e entra um formato no estilo Samsung, porém centralizado. Convenhamos, já estava na hora dessa mudança acontecer. Abaixo, permanece o leitor de impressões digitais, que mantém uma ótima velocidade de desbloqueio.

O botão dedicado para o Google Assistente na lateral direita é muito bem-vindo, entretanto a sua posição não favorece a usabilidade. Ele está no topo do aparelho e alcançá-lo com uma mão não é uma tarefa fácil. Assim como fez a LG com o K61, ele poderia estar na lateral esquerda.

Mas, nessa região, só há a gaveta para o chip e cartão de memória. Aliás, o Moto G9 Play só aceita dois cartões nano-SIM sem MicroSD ou um nano-SIM acompanhado de um MicroSD. É importante considerar isso antes.

Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O ano é 2020 e a Motorola fez muito bem em manter uma entrada de fone de ouvido, que está no topo do smartphone, poderia ficar na parte inferior do celular para facilitar a usabilidade, mas ok. Embaixo é possível ver a entrada USB-C acompanhada do alto-falante que é mono.

Tela e som

Aqui na frente, o notch em forma de gota e um queixo proeminente foram conservados. Isso quer dizer que o Moto G9 Play não tem um bom aproveitamento frontal? Não. Estamos falando de um celular com tela de 6,5 polegadas, resolução HD+ 1600 x 720 pixels e proporção 20:9.

Infelizmente, não há um painel OLED por aqui, contudo o LCD do Moto G9 Play dá conta do recado e até que me agradou. As cores são intensas, a visualização em ângulos variados é boa com o brilho acima dos 50% e, sob a luz solar, a experiência é mediana. Também gostei de assistir conteúdos da Netflix, Prime Video e YouTube no G9 Play graças à tela esticada, favorecendo a imersão.

Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Para um dispositivo como esse, a configuração de tela é boa, mas caso possa desembolsar cerca de R$ 200 ou R$ 300 a mais, você pode encontrar o Galaxy M31 com AMOLED e outros números que chamam a atenção na ficha técnica. Então, vale analisar.

O alto-falante, por sua vez, é alto e apresenta uma leve distorção ao ouvir músicas no Spotify com o volume no máximo, nada exagerado. Já a experiência ao assistir filmes e séries sem o fone de ouvido é excelente, tendo em vista que o G9 Play consegue entregar um som alto e limpo.

Fone do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Fone do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Idêntico aos EarPods, da Apple, o fone enviado na caixa do G9 Play tem um acabamento emborrachado simples. Pelo menos a Motorola envia o acessório na caixa. A sua qualidade sonora é questionável, mas não chega a ser horrível. Por R$ 100 a mais, você pode levar um fone Bluetooth, que a qualidade é decepcionante. Já te adianto isso.

Software

Quanto ao software, o Moto G9 Play sai de fábrica com Android 10. A Motorola garante o Android 11 para este modelo, bem como atualizações de segurança a cada três meses por dois anos.

Se você é dono de um Moto G ou se já teve um modelo no passado recente, já deve ter notado que não houve grandes modificações no software do G9 Play. A interface é limpa, fluída e de fácil navegação. Como de praxe, há uma lista enorme de apps do Google com Drive, Google Fotos, Google One, Maps e Google Pay. Da própria Motorola, existem dois: o Hello You e o Moto; nenhum deles pode ser excluído.

Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Através do app Moto é possível editar a interface, modificando ícones e fontes, além de alterar o layout da tela inicial. Adorado pelos fãs da marca, o Moto Ações está presente e possibilita acionar a lanterna ao chacoalhar o aparelho duas vezes, ou ativar a câmera ao girar o dispositivo, tirar print com os três dedos pressionados na tela, entre outras funções.

Também não podemos esquecer do modo noturno, que está por aqui e funciona eficientemente com os aplicativos compatíveis.

Câmera

O Moto G9 Play recebeu três lentes na traseira. São elas: a principal tem 48 megapixels, a secundária é a macro de apenas 2 megapixels e tem um sensor de profundidade de 2 megapixels. Bem que a Motorola poderia trocar a macro pela ultrawide, que eu, particularmente, acho mais interessante.

Recentemente, eu conversei com o Thiago Masuchette, head de produtos da Motorola Brasil, e ele me disse que a estratégia da marca é levar cada vez mais esses sensores de 48 MP para celulares acessíveis. Além disso, ele acredita que a Inteligência Artificial (IA) deve dominar nos próximos anos.

Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Este aparelho tem tudo isso e vale lembrar que a câmera principal do antecessor é de 13 megapixels, mas será que o G9 Play cumpre o dever de casa?

Eu gostei muito do resultado. A principal, com abertura de f/1,7, entrega imagens com definição e nível de detalhamento aceitáveis. Mesmo em um dia nublado em São Paulo, consegui ter ótimas fotografias e isso também acontece graças à tecnologia quad pixel. Observe, ainda, que existe uma certa elevação na saturação após o clique, porém esse ajuste não chega a ser tão exagerado como nos modelos da Samsung.

Foto tirada com a câmera principal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera principal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

O sensor de profundidade faz um bom trabalho em ambientes com boa iluminação. O desfoque funcionou muito bem, sem apresentar aqueles erros bizarros como “esconder” o seu ombro ou o braço na imagem. E se isso acontecer, o pós-processamento faz a correção. Gostei mesmo.

Infelizmente, não posso dizer o mesmo para a lente macro. Ela tem 2 megapixels de resolução, entrega uma definição precária e, além de tudo, o foco simplesmente não funciona direito e chega a ser irritante.

Foto tirada com a lente de profundidade do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a lente de profundidade do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera macro do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera macro do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Para fotografias noturnas, a Motorola ressalta o Night Vision, cuja função é melhorar as fotos feitas em ambientes escuros, trabalhando nos detalhes. Na prática, posso dizer que o G9 Play se esforça bastante. Com esse modo, obtive um resultado interessante como você pode ver nesta foto (abaixo), mas ruídos são inevitáveis.

Foto tirada com o modo Night Vision do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com o modo Night Vision do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Por fim, a câmera frontal tem 8 megapixels e é muito boa, produzindo imagens bem detalhadas. Alguns consumidores mais exigentes podem notar uma granulação em tons escuros durante as selfies, nada intenso.

Foto tirada com a câmera frontal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera frontal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera frontal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Foto tirada com a câmera frontal do Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Hardware e bateria

Para o Moto G9 Play, a Motorola escolheu o Snapdragon 662, da Qualcomm, octa-core, Kryo 260, de até 2 GHz com uma GPU Adreno 610. Trata-se de um processador de gama média com foco em Inteligência Artificial (IA) e câmeras de até 48 megapixels. A memória RAM é de 4 GB, enquanto o armazenamento interno é de 64 GB, mas você pode inserir um MicroSD de até 256 GB.

Durante os meus testes de desempenho, o Moto G9 Play trabalhou satisfatoriamente, sem apresentar engasgos mesmo em apps mais complexos. Aplicativos como Facebook, Netflix e Spotify abrem numa boa velocidade. Asphalt 9 rodou com os gráficos no máximo, mas é possível notar a fluidez prejudicada em momentos pontuais; a experiência é mais positiva com os gráficos no padrão.

Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Em condições mais intensas, com vários aplicativos abertos e outros instalando, aí é possível perceber o desempenho levemente prejudicado, mas nada muito grave.

Como esperado, o Moto G9 Play não decepciona quando o assunto é bateria, isso porque a capacidade dela é de 5.000 mAh. Na prática, tive estes resultados: 3 horas de Netflix fez a porcentagem sair dos 100% e cair para 62%; depois, 1 hora de YouTube e sobraram 50%, 10 minutos de Asphalt 9 e esse número caiu para 48%. Por fim, 10 minutos de redes sociais e restaram 46%.

Esse é um resultado excelente e mostra que ele pode aguentar dois dias de uso com folga. É importante frisar que o aparelho estava conectado ao Wi-Fi o tempo todo e sempre com o brilho no máximo.

Com um carregador TurboPower de 15 watts, totalmente descarregado, o celular saiu de 0% e chegou aos 50% em 47 minutos, um bom tempo. No total, para chegar aos 100%, o dispositivo levou 2h32min.

Motorola Moto G9 Play vale a pena?

Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)
Motorola Moto G9 Play (Imagem: Darlan Helder/Tecnoblog)

Evolução é a palavra que define o Motorola Moto G9 Play. Um celular de 2020 com um belo design, autonomia de bateria excelente e desempenho consistente, que deve agradar muita gente, em especial os motolovers. É difícil encontrar pontos negativos neste aparelho intermediário.

Acredito que ele só precisava de alguns ajustes pontuais de usabilidade: o botão físico do Google Assistente deveria ficar na lateral esquerda e configurá-lo para outras funções seria ótimo.

A gaveta tinha que permitir a introdução de dois cartões nano-SIM acompanhados de um microSD e, por fim, a marca não desapegou da lente macro de 2 megapixels que não produz fotos legais. Esses são os principais contras do G9 Play.

O modelo foi lançado por R$ 1.599, mas já é possível encontrá-lo no varejo por R$ 1.300, o que é bem interessante. O Samsung Galaxy A21s, seu principal concorrente, é encontrado por R$ 1.200. Esse modelo lembra bastante os aparelhos mais potentes da linha Galaxy A. Assim, como o G9 Play, ele tem bateria de 5.000 mAh, 4 GB de RAM, mas sua tela é menor. Ainda assim, essa briga é boa.

Motorola Moto G9 Play – ficha técnica

  • Tela: IPS LCD de 6,5 polegadas, resolução HD+ (1600×720 pixels)
  • Processador: Qualcomm Snapdragon 662 octa-core de até 2,0 GHz e GPU Adreno 610
  • RAM: 4 GB
  • Armazenamento: 64 GB, expansível por microSD de até 256 GB
  • Câmera frontal: 8 megapixels (f/2,2)
  • Câmera traseira 
    • Principal: 48 megapixels (f/1,7)
    • Macro: 2 megapixels (f/2,2)
    • Profundidade: 2 megapixels (f/2,4)
  • Bateria: 5.000 mAh
  • Conectividade: 4G, Bluetooth 5.0, entrada de 3,5 mm para fone de ouvido, rádio FM, Wi-Fi 802.11a/b/g/n/ac, GPS, Glonass, Galileo
  • Extras: leitor de impressões digitais na traseira e reconhecimento facial
  • Dimensões: 165,2×75,7×9,2 mm
  • Peso: 200 gramas

Motorola Moto G9 Play

Prós

  • Belo design
  • Bateria para o dia inteiro
  • Excelente alto-falante
  • Desempenho interessante
  • Botão dedicado para o Google Assistente é um diferencial

Contras

  • Câmera macro continua péssima
  • Gaveta poderia aceitar dois chips e um cartão de memória juntos
Nota Final 8.9
Bateria
10
Câmera
8
Conectividade
9
Desempenho
9
Design
9
Software
9
Tela
8

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Darlan Helder

Ex-autor

Darlan Helder é jornalista e escreve sobre tecnologia desde 2019. Já analisou mais de 200 produtos, de smartphones e TVs a fones de ouvido e lâmpadas inteligentes. Também cobriu eventos de gigantes do setor, como Apple, Samsung, Motorola, LG, Xiaomi, Google, MediaTek, dentre outras. No Tecnoblog, foi autor entre 2020 e 2022. Ganhou menção honrosa no 15º Prêmio SAE de Jornalismo 2021 com a reportagem "Onde estão os carros autônomos que nos prometeram?", publicada no Tecnoblog. 

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