Robôs com AI prescrevem tratamentos melhores do que os médicos humanos

Pesquisa indica que robôs em pares também reduzem custos relacionados à saúde

Thássius Veloso
• Atualizado há 8 meses
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“Só um momento, o Dr. Robô Watson irá lhe atender em mais alguns instantes.” Pode parecer surreal atualmente, mas a frase, dita em uma clínica ou hospital, pode se tornar realidade com o passar dos anos. Pesquisadores fizeram experimentos e determinaram que um par de computadores com Inteligência Artificial (AI na sigla em inglês) conseguem prescrever tratamentos médicos com mais probabilidade de sucesso do que os pares de carne e osso em decisões individuais.

A pesquisa envolveu mais de 6 mil pacientes com depressão clinicamente diagnosticada, dos quais 65% a 70% apresentavam doenças relacionadas à depressão, como diabetes e hipertensão. Os robôs foram programados para considerar o estado atual dos pacientes e qual seria a melhor decisão médica para no evento imediatamente seguinte trazer melhora e com custos inferiores àqueles de médicos atuando individualmente. Acredite, a Inteligência Artificial de robôs em pares conseguiu resultados melhores do que os humanos.

Para tanto, foi utilizado um modelo baseado no processo de decisão de Markov, combinado com redes dinâmicas de decisão (DDN). Eles pegaram 500 casos de forma aleatória, com os tratamentos determinados por humanos devidamente registrado, e rodaram a simulação. O cálculo por evento relacionado à doença (digamos, por decisão médica) foi de 189 dólares – o valor chegava a 497 dólares sem o auxílio da computação.

De acordo com os pesquisadores, o modelo custa menos e traz retorno melhor. As decisões médicas foram consideradas 35% melhores. Ajustes no modelo fariam com que as decisões aumentassem o aproveitamento positivo pra 42%.

Claro que uma coisa é lidar com pacientes em uma simulação e outra é lidar com pessoas reais, sofrendo diante de seus olhos. Entretanto, os médicos são treinados em anos de escola de medicina para lidar com este tipo de situação. Os pesquisadores envolvidos no estudo afirmam que o mais importante é acabar com a “intuição” que substitui a análise dos dados no momento em que o doutor recomenda um tratamento em detrimento de outro.

O fenômeno denominado Big Data faz enorme sucesso no exterior. Grandes empresas, dentre elas a gigantesca IBM, colhem dados de registros enormes. Mesmo sem ordená-los de forma estruturada, a companhia realiza a análise e, a partir daí, determina soluções para problemas que vão desde a segurança pública até a melhor forma de conduzir um carro de fórmula (a telemetria desses veículos registra muitas informações.

Vale lembrar que o supercomputador e robô com AI Watson, da IBM, presta serviços a um hospital estadunidense desde 2011.

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Editor

Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia. Desde 2008, participa das principais feiras de eletrônicos, TI e inovação. Thássius é editor do Tecnoblog e também atua como comentarista da CBN, palestrante e apresentador de eventos. Já colaborou com o Jornal Nacional e a GloboNews, entre outros veículos. Ganhou o Prêmio Especialistas em duas ocasiões e foi indicado diversas vezes ao Prêmio Comunique-se. Pode ser encontrado como @thassius nas redes sociais.