Os primeiros chips ReRAM fabricados em larga escala chegarão em breve
Velocidade é a principal característica dessas memórias, além da economia de energia
Memórias ReRAM podem ser cerca de 100 vezes mais rápidas que as atuais tecnologias Flash, armazenar tantos dados quantos estas (ou mais) e, de que quebra, serem econômicas no consumo de energia. Uma coisa tão sofisticada assim só pode ser fruto de um projeto futurista, certo? Nem tanto. Um chip ReRAM poderá aparecer na sua frente mais cedo do que você pensa.
O que torna as memórias ReRAM (Resistive RAM) tão atraentes é um elemento denominado memristor. O nome é uma abreviação para “memory resistor” e, de fato, o componente se comporta como se fosse um resistor com memória.
Explica-se: basicamente, o memristor é um componente extremamente pequeno (na casa dos nanômetros) que combina dois terminais; quando uma corrente flui entre eles, a sua resistência aumenta; quando o caminho contrário é feito, a resistência diminui. A “mágica” aqui é que, quando a corrente é cortada, o último nível de resistência registrado é mantido.
Em outras palavras, chips constituídos de memristors são não voláteis, ou seja, podem guardar informação mesmo na ausência de corrente elétrica. Na prática, trata-se de uma tecnologia que se assemelha ao uso de transistores nas memórias Flash, com a diferença de as células de memória ReRAM poderem ser muito menores, consumir muito menos energia elétrica e ter desempenho para leitura e escrita de dados próximos aos de módulos DRAM.
O memristor não é uma maravilha recente da ciência – seus estudos iniciais remetem à década de 1970. O problema é que não há, até o momento, tecnologia que permita a fabricação em larga escala de dispositivos com o material, não de maneira viável. Felizmente, este cenário não demorará a mudar: a previsão é de que as primeira unidades de armazenamento ReRAM comecem a chegar ao mercado a partir de 2017.
Mas a tecnologia em si dará as caras muito em breve. Neste mês, a Panasonic começará a produzir microprocessadores da série MN101LR (fabricação estimada em um milhão de unidades por mês), que são baseados – adivinhe só! – em ReRAM. Pois esta é outra característica chamativa dos memristors: além de armazenamento de dados, este tipo de componente também pode ser empregado em chips que realizam operações lógicas.
Isso não quer dizer que a tecnologia será aplicada prontamente às CPUs de todos os dispositivos que nos cercam. Os chips MN101LR terão 8 bits e frequência de 10 MHz. Serão, portanto, destinados a equipamentos de reduzida complexidade e baixo consumo elétrico, como sensores ambientais e alarmes de incêndio. Mas não perca a empolgação: este talvez seja o primeiro passo para uma nova e promissora fase tecnológica.
Com informações: The Register, ExtremeTech