Não contente em ser a única operadora de banda larga que em 2009 foi obrigada a interromper a venda de novas assinaturas do Speedy devido a falhas, a Telefônica agora quer atuar em mais um segmento das telecomunicações no Brasil: a telefonia celular.
A informação foi dada por Antônio Valente, presidente do grupo Telefônica, na semana em que a consulta pública sobre o lançamento das MVNOs (Mobile Virtual Network Operator, ou operador de rede virtual móvel) é encerrada. De acordo com Valente, o espectro brasileiro de telecomunicações precisa ter uma aplicação mais eficiente.
A diferença é que, ao ser uma MVNO, a Telefônica não precisaria criar uma infraestrutura própria de antenas, fibras óticas, e por aí vai. Ela poderia simplesmente alugar essa infra de uma operadora “normal” que não esteja utilizando toda a capacidade de transmissão de dados.
No caso da Telefônica, a intenção é criar uma empresa de telefonia celular com a marca Telefônica, que é muito forte no Estado de São Paulo, mas sem gastar dinheiro com expansão de rede celular. Para isso, a empresa poderia alugar o que sobra do espectro da Vivo, controlada pela espanhola Telefónica e pela Portugal Telecom.
O problema é que, ao menos por enquanto, a Telefônica não poderia fazer esse movimento. A Anatel ainda impede que empresas de telefonia fixa contratem a rede celular de suas irmãs nesse segmento (Telefônica e Vivo são parcialmente controladas pela Telefónica da Espanha). Valente quer convencer o órgão a mudar essa restrição.
Se pensar bem, o mesmo poderia ser aplicado à Embratel, que teria opção de lançar a marca Embratel Celular tirando proveito da rede da Claro (ambas de controle da mexicana América Móvil). Até mesmo a Net, também de Carlos Slim, teria interesse em fortificar seu Net Fone por meio da rede celular.
A Oi atualmente é a única operadora que se mostra contra a entrada de MVNOs no país. A empresa, que já tem uma operadora de telefonia celular com mesmo nome – Oi Móvel -, alega que o mercado de telecomunicações ainda tem rentabilidade muito baixa.
Retorno do nome
Caso a Telefônica opte por usar a marca Telefônica Celular, estará ressuscitando um nome que já existiu. Antes da união de operadoras que deu origem à Vivo em 2006, uma empresa com esse nome controlada pela Telefónica oferecia serviço de telecomunicações nos estados do Espírito Santo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul.
[via DCI, Teletime]