Galaxy Z Fold 4 e Z Flip 4 em mãos: quem mais tem celular dobrável?
Samsung reina absoluta no mercado de celulares dobráveis e não tem muito incentivo para trazer grandes novidades. Watch 5, Watch 5 Pro e Buds 2 Pro são os novos acessórios da marca.
Direto de Nova York — A Samsung apresentou sua nova geração de celulares dobráveis, um segmento em que a fabricante reina praticamente sozinha há três anos. O Galaxy Z Fold 4 e o Galaxy Z Flip 4 estão com chips mais potentes, têm uma melhoria aqui e ali nas câmeras, e trazem boas novidades no software. Eu brinquei com os novos aparelhos em Nova York e eles continuam excelentes, mas não espere nenhuma revolução em um mercado sem competidores.
Primeiras impressões em vídeo
Galaxy Z Fold 4 tem One UI que aproveita melhor os recursos multitarefa
O Galaxy Z Fold 4 tem o mesmo formato da geração anterior, que me agrada bastante pela utilidade e versatilidade. Por fora, temos um painel compridão de 6,2 polegadas, que é AMOLED, tem taxa de atualização de 120 Hz e traz aquela qualidade de sempre de um topo de linha da Samsung. Basta desdobrar o celular para ter acesso à tela flexível de 7,6 polegadas, com proporção mais próxima de um quadrado.
Existem alguns refinamentos bem-vindos aqui: a tela externa está um pouquinho mais larga e menos alta, o que a deixou menos “espichada” e mais confortável de usar no modo dobrado. Consequentemente, a tela interna repetiu a mudança de proporção. O aparelho só não cresceu tanto porque a Samsung reduziu as bordas. Além disso, outra melhoria no design está na diminuição no peso, que agora é de 263 gramas.
Por ser dobrável, é claro que a tela interna acaba tendo uma espécie de depressão bem ali no meio. Aparentemente, essa marca está menos pronunciada que na geração anterior, mas é difícil tirar uma conclusão porque o meu Galaxy Z Fold 3, que é a minha base de comparação, tem quase um ano de uso e já passou por muito dobra-desdobra do dia a dia. O que dá para notar é a nova câmera de selfie sob a tela, que fica muito menos perceptível quando você está assistindo a um conteúdo em tela cheia.
A bateria não avançou nos números, o que pode ser um problema para quem gosta de usar bastante a tela interna. A capacidade é de 4.400 mAh, a mesma do Galaxy Z Fold 3, que eu já considero insuficiente para o meu uso. E a velocidade de carregamento é a mesma, de 25 watts, então não espere nada muito promissor em termos de autonomia. Resta saber se o novo processador, o Snapdragon 8 Plus Gen 1, pode dar uma sobrevida nessa carga.
Uma das mudanças mais legais está no software. Esteticamente, as mudanças são poucas, mas a interface da One UI no Galaxy Z Fold 4 ficou mais parecida com a que você encontraria em um notebook. A barra de tarefas na parte inferior permite alternar rapidamente entre as telas e dá acesso rápido ao menu de aplicativos. O fato de ser tão fácil tocar ou arrastar um ícone parece até um convite para você abrir vários aplicativos ao mesmo tempo. E, como a tela é relativamente espaçosa, você pode manter uma janela flutuando enquanto faz outra coisa no aparelho.
A Samsung sempre dá um jeito de não colocar todos os recursos no mesmo aparelho, e isso é bem verdade nas câmeras traseiras. Temos um conjunto triplo, com um sensor principal de 50 megapixels, uma câmera ultrawide de 12 megapixels e uma teleobjetiva capaz de tirar fotos com zoom óptico de 3x, contra duas vezes da geração anterior. É um avanço na linha Z Fold e, sinceramente, a maioria das pessoas vai achar as fotos incríveis, mas dá um gostinho de decepção quando lembramos do que a Samsung foi capaz de fazer no Galaxy S22 Ultra.
Galaxy Z Flip 4: um celular estiloso mais durável e com bateria de 3.700 mAh
Eu nunca escondi minha preferência pelo Fold, mas o Flip é o que chama a atenção da maioria das pessoas. No Galaxy Z Flip 4, a Samsung trouxe melhorias de hardware para alcançar um público maior. Continuamos com o mesmo celular estiloso e colorido que fica bem compacto quando dobrado, mas agora com uma bateria de 3.700 mAh, um sensor de câmera que captura 65% mais luz e, como no irmão maior, o processador Snapdragon 8 Plus Gen 1.
O Galaxy Z Flip 4 está mais compacto e, mais uma vez, a Samsung fez a mágica da redução das bordas, já que a tela continua com as mesmas 6,7 polegadas. A dobradiça está mais fina e contribuiu para tornar o aparelho menor, mas a empresa garante que a durabilidade está mantida. O mecanismo, que a Samsung batizou de Armor Aluminum, é testado para aguentar 200 mil ciclos, então é provável que outro componente falhe até antes da dobradiça.
A durabilidade, aliás, é um ponto que a Samsung trabalhou tanto no Flip quanto no Fold. No espaço de demonstração, havia até uma parede com uma máquina que dobrava e desdobrava os aparelhos infinitamente, como uma forma de dizer que a empresa confia em seu taco. Os vidros da tela frontal e da traseira são Gorilla Glass Victus+, e as carcaças são resistentes a água, com certificação IPX8.
Quem já usava um Flip vai perceber que a telinha externa de 1,9 polegada está mais útil com a adição de novos widgets. Você pode mudar as configurações de som, brilho, conectividade e lanterna; ou verificar e responder às notificações sem precisar abrir a tela. Dá até para fazer chamadas telefônicas sem desdobrar o Galaxy Z Flip 4: é só escolher até três contatos, e eles estarão facilmente acessíveis a qualquer momento.
Embora não seja tão focado em poder de processamento e capacidade de memória, o Galaxy Z Flip 4 tem um conjunto de respeito, com 8 GB de RAM e versões de 128, 256 e 512 GB de armazenamento. Não fica muito atrás do Galaxy Z Fold 4, que tem 12 GB de RAM para aguentar os recursos multitarefa, e versões com 256, 512 e 1 TB. Ainda não sabemos exatamente quais capacidades estarão disponíveis no Brasil; essa informação deve ser revelada no dia 23 de agosto, quando a empresa realizará o evento nacional.
Por fim, a Samsung continua reforçando seu plano de sustentabilidade. Todas as embalagens têm papel 100% reciclado, e as caixinhas do Galaxy Z Fold 4 e Z Flip 4 são as mais sustentáveis que a empresa afirma já ter produzido. Além disso, 90% dos dispositivos Galaxy hoje trazem pelo menos um componente feito de materiais reciclados.
E mais: Galaxy Watch 5, Galaxy Watch 5 Pro e Galaxy Buds 2 Pro
As estrelas são os celulares, mas a Samsung aproveitou o evento em Nova York para atualizar seus acessórios. Vamos dar uma olhada melhor neles no futuro, mas já adianto alguns detalhes aqui.
O novo relógio da Samsung atende pelo nome de Galaxy Watch 5. Ele tem um conjunto de sensores mais preciso para medir sua frequência cardíaca e trazer dados de bioimpedância, como gordura corporal e massa muscular. As melhorias estão por conta da tela, que é de safira e está 60% mais resistente; e da bateria, com 13% mais capacidade e 30% mais velocidade de carregamento.
A novidade mesmo é o Galaxy Watch 5 Pro, que me fez abrir um belo sorriso no rosto. Primeiro que, além do vidro de safira na tela, o corpo é de titânio, e a Samsung vai vender uma pulseira de metal muito elegante. Segundo que a bateria é gigante, com capacidade de 590 mAh. E terceiro porque ele atinge um público que a Samsung ainda não alcançou: os atletas de montanha.
Dá para carregar rotas de trilhas em GPX, como você faria em um Garmin; tem um recurso de navegação passo a passo com direito a instruções de voz; e até uma função chamada Track Back, que te ajuda a voltar para o ponto de partida.
Já o Galaxy Buds 2 Pro é o fone de ouvido wireless da Samsung com cancelamento ativo de ruído. Aqui, a novidade mais visível é que os fones estão mais compactos, mas mantendo uma boa autonomia de 5 horas com ANC ativado, ou 8 horas com ANC desativado. Ele suporta Bluetooth 5.3 e, se você tiver um celular Galaxy com One UI 4.1.1, pode ouvir músicas em áudio 360 graus e som de alta fidelidade, em 24 bits.
Os preços para o mercado brasileiro ainda não foram anunciados. A Samsung deve revelar mais detalhes no dia 23 de agosto.
Paulo Higa viajou para Nova York a convite da Samsung.
Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.