Samsung Galaxy Z Flip: uma olhada de perto no dobrável
Galaxy Z Flip é um topo de linha que dobra ao meio para ficar mais compacto e é uma resposta ao Motorola Razr
Galaxy Z Flip é um topo de linha que dobra ao meio para ficar mais compacto e é uma resposta ao Motorola Razr
Direto de San Francisco — Além do trio de Galaxy S20, a Samsung revelou seu segundo celular com tela dobrável. O Galaxy Z Flip é um smartphone de 6,7 polegadas que pode ser dobrado ao meio para ficar mais compacto, como o Razr. O formato é o mesmo do celular da Motorola e o preço também: ambos custam R$ 8.999 no mercado brasileiro.
Só que as semelhanças param por aí. O Galaxy Z Flip tem hardware mais potente, bateria maior e até uma nova tecnologia de tela: em vez do plástico que revestia o display de todos os dobráveis até agora, a Samsung criou uma tela flexível de… vidro. Eu fui conhecer o lançamento de perto e conto minhas impressões nos próximos minutos.
Por causa do formato parecido, do preço idêntico, da mesma época de lançamento e do fato de as duas empresas serem as líderes de mercado no Brasil, não tem como não comparar o Galaxy Z Flip com o Motorola Razr.
Os dois têm o tamanho de um smartphone comum quando desdobrados e de um celular que cabe no bolso quando dobrados, o que já atinge um grande público — as mulheres, que normalmente têm calças com bolsos minúsculos (isso quando o bolso é de verdade), podem estar entre as possíveis interessadas.
Mas a diferença fundamental entre eles é que, enquanto a Motorola partiu para o aspecto emocional e nostálgico, fazendo todo mundo que tinha um V3 desejar o novo Razr, a Samsung decidiu investir em um lado mais utilitário. E é interessante como os pequenos detalhes somados interferem muito no resultado final.
Para começar, a tela do Galaxy Z Flip é revestida com Ultra Thin Glass (UTG), ou vidro ultrafino. O vinco continua ali na região da dobradiça, mas o material mais rígido da tela passa uma sensação de robustez — eu não sinto que posso estragar o display com a ponta da minha unha, como nos outros dobráveis (inclusive o Galaxy Fold).
Além disso, o Galaxy Z Flip não fica só totalmente aberto ou só totalmente fechado: ele pode ser fixado em qualquer ângulo, como um notebook. Isso abre possibilidades: dá para capturar uma foto de longa exposição ou um time-lapse sem usar um tripé, ou ainda fazer uma chamada de vídeo com as mãos livres. E claro que você pode dividir os aplicativos nas duas metades da tela (mas, como o display não é tão grande, a utilidade é mais limitada que nas telonas do Galaxy Fold e do Huawei Mate X).
A Samsung também leva a melhor por não ter comprometido o hardware em favor do design. O processador é um poderoso Snapdragon 855 Plus, não um Snapdragon 710 intermediário. A bateria tem capacidade ok, de 3.300 mAh, não 2.510 mAh. E o Galaxy Z Flip ainda tem uma entrada para chip, diferente do Razr, que exige a ativação de um eSIM na sua operadora. De novo: eles têm exatamente o mesmo preço.
Mas, falando sobre o Galaxy Z Flip em si, fica claro que o produto é voltado para quem se interessa por design (e para quem quer se mostrar para os amigos também). Afinal, por US$ 1.380 no mercado americano, ele custa só vinte dólares a menos que o Galaxy S20 Ultra, que é bem superior em todos os quesitos, exceto pelo fato de não dobrar.
Como gato escaldado tem medo de água fria, a Samsung se preocupou com a dobradiça: existe um sistema de “fibras de nylon feitas por tecnologia de corte por microaltura para repelir sujeira e poeira” (em outras palavras, uma proteção maior para que a tela não dê pau como no primeiro Galaxy Fold). Segundo a Samsung, o mecanismo aguenta até 200 mil usos.
E, quando está fechado, o Galaxy Z Flip mostra informações em uma telinha de 1,1 polegada, como data, hora, status da bateria e notificações: se você tocar em um alerta, o aplicativo correspondente abre assim que você desdobrar o celular. Também é possível tirar selfies com a câmera traseira dupla mesmo com o aparelho fechado.
O Galaxy Z Flip será vendido no Brasil a partir de 11 de março para todos que estiverem dispostos a gastar R$ 8.999. Ele chega ainda nesta semana, em 14 de fevereiro, aqui nos Estados Unidos e na Coreia do Sul, quando descobriremos mais detalhes do aparelho, para o bem e para o mal — afinal, os dobráveis lançados até agora sempre impressionaram à primeira vista, mas mostravam seus defeitos assim que partiam para o mundo real.
Você compraria?
Paulo Higa viajou para San Francisco a convite da Samsung.
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