Amazon pode ficar sem trabalhadores para contratar nos EUA até 2024

Relatório interno da empresa vaza e revela que armazéns correm risco de não ter empregados suficientes para dar conta de entregas rápidas

Giovanni Santa Rosa
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Pacote da Amazon. (Imagem: Wicked Monday/Unsplash)
Pacote da Amazon (Imagem: Wicked Monday/Unsplash)

Com um volume enorme de vendas, armazéns gigantescos e prazos curtíssimos, a Amazon precisa de muita gente trabalhando para que tudo saia como o esperado. E isso pode se tornar um problema daqui a alguns anos. Em um relatório interno que vazou, a empresa diz que pode não ter quem contratar nos EUA em 2024.

“Se continuarmos tocando os negócios como sempre, a Amazon esgotará a oferta de trabalho disponível na rede dos EUA em 2024”, diz a pesquisa obtida pelo Recode.

A Amazon calculou os trabalhadores disponíveis para cada um de seus armazéns. Para isso, tomou como base nível de salários na região e distância entre os domicílios e as instalações da empresa, entre outras características.

Ou seja: a empresa não está falando de toda a população adulta dos EUA, só a fração que poderia ser contratada por ela.

O documento foi feito em meados de 2021. Ele estimava que a força de trabalho disponível na área metropolitana de Phoenix, no estado do Arizona, estaria esgotada no fim de 2021.

No caso da região de Inland Empire, 100 km a leste de Los Angeles, na Califórnia, a situação aconteceria no fim de 2022.

Outras regiões de risco seriam Memphis, no Tennessee, e Wilmington, em Delaware.

Este mesmo modelo 94% preciso ao identificar regiões dos EUA onde a empresa tinha trabalhadores a menos do que o necessário para o Prime Day de junho de 2021.

Salários, automação, retenção: as saídas para a Amazon

O relatório não traz uma solução única para o problema. Em vez disso, várias medidas podem ajudar a mitigar a falta de trabalhadores. Cada uma delas, porém, tem seus desafios e obstáculos.

Subir os salários é um exemplo. Isso faria a empresa gastar mais com pessoal, obrigando-a a cortar gastos em outras áreas, o que pode desagradar acionistas.

Investir em automação diminui a necessidade de contratar, mas pode causar a ira dos críticos, preocupados com os empregos. A Amazon é a segunda maior contratante privada dos EUA.

Melhorar a retenção de empregados ajuda, mas seria necessário reduzir o rigor com o monitoramento de desempenho e produtividade. Essas políticas, porém, foram essenciais no sucesso da empresa até agora.

A Amazon, de um jeito ou de outro, vai ter que se mexer. Como comenta a Recode, a empresa valoriza a “obsessão dos consumidores” acima de tudo. Para isso, ela promete muito, como entregas rápidas. Só que não é possível cumprir essas promessas se não houver gente suficiente trabalhando.

Com informações: Recode.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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