TIM ativa 5G em São Paulo e anuncia cobertura para 91% da população

Com mais de 850 das 1.150 antenas 4G atualizadas para o 5G de 3,5 GHz, TIM promete mais investimentos na rede e serviços para consumidor

Giovanni Santa Rosa
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Celular com logo da TIM

A TIM ativou sua rede 5G na frequência exclusiva de 3,5 GHz em São Paulo (SP) nesta quinta-feira (4). A operadora anunciou que a tecnologia já está disponível em 100% dos bairros da capital paulista. Isso foi possível graças ao upgrade de mais de 850 das suas 1.150 antenas 4G. Nos próximos meses, todas estarão capacitadas para a tecnologia, segundo a empresa.

Como seria de se esperar, a TIM pretende fazer barulho com este número. A companhia apresentou uma campanha publicitária com o slogan “O único 5G presente em 100% dos bairros de São Paulo”.

Em entrevista coletiva na manhã desta quinta (4), Alberto Griselli, CEO da TIM Brasil, diz que é possível saber que a empresa é a única com essa cobertura pelo que foi gasto nas taxas de ativação das estações rádio bases (ERBs) do 5G. Segundo ele, a quantia dispensada pela TIM foi o dobro das outras operadoras, que chegam a 50% dos bairros.

O anúncio da TIM contrasta com uma informação divulgada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo a agência, 25% da área urbana de São Paulo teria cobertura de 5G nesta quinta-feira. Muito provavelmente, a TIM não cobre toda a área de todos os bairros. A empresa também fala em cobertura para 91% da população de São Paulo.

O Tecnoblog entrou em contato com a assessoria para entender melhor o que a empresa quer dizer com estar “presente em 100% dos bairros”.

A TIM não pretende parar em 850 antenas de 5G. Leonardo Capdeville, CTIO da empresa, conta que o plano é passar de 1.000 antenas atualizadas para a quinta geração até o fim de agosto, chegando a todas as 1.150 nos próximos meses.

Paulo Esperandio, Alberto Griselli e Leonardo Capdeville (da esquerda para a direita); executivos da TIM apresentam cobertura do 5G na capital paulista
Paulo Esperandio, Alberto Griselli e Leonardo Capdeville (da esquerda para a direita); executivos da TIM apresentam cobertura do 5G na capital paulista (Imagem: Giovanni Santa Rosa / Tecnoblog)

Existem alguns motivos para esse investimento. Um deles é absorver os clientes da Oi, que migraram para a TIM nas regiões de DDD 11.

Capdeville explica que a ativação do 5G ajuda a diminuir a demanda da infraestrutura 4G. “Atualmente, 4% a 5% dos aparelhos da TIM possuem suporte a 5G. Eles representam cerca de 10% do tráfego. Ao migrá-los para o 5G, diminuímos a sobrecarga no 4G.”

A TIM também deixará de investir em 4G na capital paulista. O executivo também fala em “respeito ao consumidor”: o cliente poderá comprar um aparelho com suporte às redes de quinta geração com a garantia de que a operadora não investirá mais em uma tecnologia que está começando a cair.

Campanha da TIM enfatiza cobertura 5G em todos os bairros de São Paulo
Campanha da TIM enfatiza cobertura 5G em todos os bairros de São Paulo (Imagem: Giovanni Santa Rosa / Tecnoblog)

Segundo Paulo Esperandio, CMO da TIM Brasil, 70% do portfólio de aparelhos da operadora tem suporte ao 5G, e 40% das vendas de smartphones já correspondem ao novo padrão.

5G Non-Standalone é o básico para todos

O lançamento do 5G na frequência de 3,5 GHz — também chamado de “5G puro” às vezes, por não compartilhar o espectro com o 4G — tem sido acompanhado por uma pequena confusão.

As operadoras oferecem dois padrões de 5G na frequência exclusiva. Um é o Non-Standalone (NSA), que compartilha o núcleo de rede do 4G.

O outro é o Standalone (SA), que conta com núcleo de rede próprio e latência menor. Ele é uma exigência da Anatel.

As teles também oferecem o 5G DSS há cerca de dois anos. Ele usa a mesma frequência do 4G e não atinge velocidades tão altas.

Esperandio fez questão de enfatizar que o 5G NSA tem velocidade praticamente igual à do SA, bastante superior ao DSS.

Como o Tecnoblog já cobriu desde a liberação do 5G de 3,5 GHz em Brasília (DF), o Non-Standalone é a oferta “básica” do 5G da TIM e está disponível sem custo adicional para todos os clientes.

O padrão Standalone é oferecido como parte de um “booster 5G”, que traz franquia maior e outros serviços, como a plataforma de cloud gaming AWG. O booster será gratuito por um ano para clientes dos planos pós e controle.

Esperandio explica que a estratégia é uma plataforma de testes para oferecer mais serviços que façam sentido com a baixa latência do Standalone.

Outra questão sobre o 5G SA é a compatibilidade. No momento, o padrão é encontrado mais facilmente em aparelhos de topo de linha.

Com relação à troca do SIM card, Capdeville garantiu que os chips atuais funcionarão no SA em aparelhos compatíveis. A única exceção é a Apple.

No entanto, como os iPhones têm suporte ao eSIM, a operadora não precisa fornecer o chip físico. A fabricante, porém, ainda não atualizou o software dos celulares para liberar a compatibilidade.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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