LuzIA é um chatbot com IA que funciona pelo WhatsApp e transcreve áudios

Além de transcrição, LuzIA também gera imagens e atende a pedidos feitos em linguagem natural; ferramenta usa mesma tecnologia do ChatGPT

Giovanni Santa Rosa
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LuzIA no WhatsApp
LuzIA no WhatsApp (Imagem: Reprodução/LuzIA)

Um novo chatbot com inteligência artificial está chegando ao Brasil, e vai “morar” em dois apps bastante usados no país: WhatsApp e Telegram. Chamada LuzIA, a assistente tem poderes parecidos com os do ChatGPT, além de uma utilidade que vai interessar muita gente: ela transcreve áudios.

A LuzIA faz muito daquilo que tornou o ChatGPT famoso nos últimos meses: ela pode ajudar a redigir mensagens, dar dicas de receitas, tirar dúvidas sobre conhecimentos gerais, sugerir viagens, livros, filmes e séries, e muitas outras coisas nessa linha.

Ela, porém, tem uma vantagem que vai deixar muita gente interessada. A LuzIA transcreve áudios. Basta encaminhar uma mensagem de voz para a inteligência artificial — ela a transcreve em alguns segundos.

Em conversa com o Tecnoblog, Álvaro Higes, CEO da LuzIA, destaca que o recurso vai além da praticidade: ele também ajuda na acessibilidade, facilitando a comunicação de pessoas com deficiência auditiva.

Outro diferencial em relação ao ChatGPT é a capacidade de criar imagens. Basta escrever “imagina” e a descrição desejada para receber uma figura gerada pela inteligência artificial.

IA via WhatsApp

A LuzIA não tem aplicativo. Para utilizá-la, basta enviar mensagens a um número de telefone, usando WhatsApp ou Telegram.

A empresa aponta que usar o WhatsApp tem também a vantagem de aproveitar os pacotes de dados ilimitados que as operadoras costumam oferecer para o mensageiro.

Desenvolvida na Espanha e lançada em março de 2023, a LuzIA está disponível em mais de 40 países. Para vir ao Brasil, ela ganhou um número de telefone local, com o código do país: +55 11 97255-3036.

Outra forma é acessar o site da LuzIA e tocar nos botões de WhatsApp ou Telegram para iniciar a conversa no mensageiro correspondente.

LuzIA usa GPT-3.5 e Stable Diffusion

Higes explica que o robô é “agnóstico” em relação aos modelos usados como base. Isso quer dizer que ela pode trocar de fornecedor, caso apareça uma solução melhor no mercado.

Atualmente, a LuzIA usa o GPT-3.5 para entender perguntas e gerar respostas em texto, e o Whisper para reconhecer fala e transcrever áudio. As duas soluções são da OpenAI, responsável pelo ChatGPT.

Para criar imagens, porém, a LuzIA usa o Stable Diffusion, da Stability AI, deixando de lado o Dall-E da OpenAI.

Sem cadastro e sem perfil

Em relação à privacidade, Higes explica que a LuzIA não exige cadastro, nem cria perfis dos usuários. “A única informação que ela armazena é o número, para que ela possa saber para quem enviar a resposta”, comenta.

Além disso, as conversas são “zeradas” após algum tempo. Isso quer dizer que não adianta continuar um bate-papo com a LuzIA depois de algumas horas — você vai ter que explicar tudo de novo.

A empresa fez uma parceria com a Meta para que seu número seja verificado e tenha o selo verde no WhatsApp, “para que o usuário possa ter certeza que está falando com a LuzIA e não caindo em um golpe”, comenta o CEO.

Além disso, a assistente traz o já habitual aviso de que inteligências artificiais podem alucinar na hora de gerar respostas.

A LuzIA é gratuita e, por enquanto, não há nenhum plano para cobrar pelo acesso a ela. Higes diz que, em um primeiro momento, a ideia é a ver como a base de usuários vai se comportar para só depois pensar em um modelo de negócios para sustentar a assistente.

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.

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