Alerta de desastres do Android falhou durante terremoto na Turquia
Recurso lançado em 2021 pode ser fundamental nos primeiros segundos de um desastre, mas notificações falharam no terremoto que atingiu a Turquia e Síria em fevereiro
Recurso lançado em 2021 pode ser fundamental nos primeiros segundos de um desastre, mas notificações falharam no terremoto que atingiu a Turquia e Síria em fevereiro
O sistema de alerta de desastres para smartphones Android falhou em notificar os seus usuários durante o terremoto na Turquia e Síria, que aconteceu em fevereiro deste ano. Segundo os sobreviventes da tragédia, os alertas só foram enviados durantes os abalos posteriores. Os aparelhos Android representam 80% dos celulares na Turquia.
Logo, com toda essa fatia de mercado, o alcance da ferramenta de detecção de terremotos do Android é importante para ajudar em situações de tragédias naturais. Obviamente, as medidas governamentais também influenciam nas medidas de segurança durante um tremor, mas denúncias de má-gestão e ausência de sistema de alarmes (como há no Japão) deixam a população mais dependente do recurso do Google.
O Google promete que o seu sistema de alerta de terremotos notifica os usuários até 1 minuto antes dos tremores. Com isso, há tempo dos usuários se protegerem, seguindo as recomendações, ou saírem de suas casas para não correr o risco de ser vítima de um desabamento.
Em resposta à BBC, o Google informou que as suas notificações foram, sim, enviadas aos usuários. Micah Berman, líder de produto responsável pelo sistema, acredita que as pessoas estavam distraídas e não visualizaram a notificação à tempo. Porém, as vítimas entrevistadas pela BBC garante que só receberam o aviso do segundo tremor.
O veículo britânico entrevistou moradores das cidades de Adana, Osmaniye e Iskenderun. A primeira fica a 150 km de distância do epicentro e, em teoria, receberia a tempo um aviso.
Não dá para quando um terremoto acontecerá. Todavia, um sistema de alerta busca detectar as ondas de um terremoto e enviar o aviso para os moradores de um região, aproveitando que a velocidade da internet é superior ao tempo dos tremores começarem. Quanto mais distante do epicentro, mais tempo para reagir.
Das três cidades visitadas, Adana teria mais tempo para receber as notificações do primeiro tremor. Todavia, só recebeu do segundo e das réplicas, uma espécie de “rebote” do terremoto principal.
O Google também possui um sistema de alerta de enchentes, que chegou no Brasil em novembro de 2022. Segundo a empresa, o recurso impactou 4,4 milhões de brasileiros que vivem em regiões mais propensas a enchentes.
Em janeiro deste ano, as operadoras de telefonia do Brasil começaram a enviar SMS Classe 0 para notificar moradores sobre possíveis enchentes em suas cidades.
Com informações: BBC, WCCF Tech e 9to5Google