Assinantes abandonam Netflix após fim do compartilhamento de senhas
Fenômeno foi registrado na Austrália, onde o serviço de streaming passou pela primeira queda da história. Amazon Prime Video, Disney+ e Paramount+ cresceram no período.
Fenômeno foi registrado na Austrália, onde o serviço de streaming passou pela primeira queda da história. Amazon Prime Video, Disney+ e Paramount+ cresceram no período.
Os clientes da Netflix na Austrália parecem não estar satisfeitos com o fim do compartilhamento de senhas. A consultoria Telsyte estima que 200 mil consumidores abandonaram o serviço de streaming nos últimos 12 meses, cerca de 3% da base. A firma ressalta que é a primeira vez que a Netflix passa por uma queda no mercado australiano.
A gigante do entretenimento iniciou o movimento contra o compartilhamento de senhas ainda em 2022. Ele vem se intensificando ao longo de 2023, e atualmente ocorre em todos os países onde a empresa atua – inclusive no Brasil.
A Telsyte estima que um em cada três consumidores de vídeo sob demanda (SVOD, na sigla internacional) dividem as credenciais com pessoas de fora do domicílio principal. Trata-se de um hábito bastante enraizado.
A Netflix tenta quebrá-lo. A estratégia da empresa basicamente prevê que os intrusos vão começar a pagar pelo serviço quando tiverem o acesso bloqueado. E, dessa forma, a receita vai subir, mesmo que gere incômodo e parte da clientela abandone o serviço.
Os dados mais recentes dão conta de que a Netflix tinha 232 milhões de assinantes no planeta. Outros 100 milhões de pessoas estariam pegando a senha emprestada para entrar na plataforma.
Dados da Telsyte apontam que os consumidores australianos estão mais propensos a trocar de serviço de streaming para economizar. Some-se a isso o fato de que a interface dos SVODs de modo geral torna o processo de cancelamento muito simples.
Somente a Netflix, número 1 do mercado australiano, passou por queda. O Amazon Prime Video, que aparece em segundo lugar, cresceu 9% e a Disney viu a base aumentar 1%. Já o Paramount+, que traz conteúdo enlatado dos Estados Unidos junto com produções da emissora local Canal 10, passou pela maior alta, de 41% no período.
Na prática, um sistema detecta acessos inconsistentes com o endereço e o comportamento dos membros da família. Os titulares das contas são convidados a pagar um valor adicional pelos intrusos. Eles também podem se emancipar e contratar uma assinatura individual (veja os preços da Netflix nessa outra matéria).
Antes disso, no entanto, surge uma mensagem na tela de login da Netflix pedindo para a pessoa se autenticar e confirmar que aquele dispositivo faz parte do núcleo familiar. Acaba criando uma fricção adicional para quem quer simplesmente ver filmes e séries.
Com informações da Forbes Austrália e ABC News