Bing terá “busca profunda”, com resultados mais precisos (e demorados)

Recurso usa inteligência artificial para "desmembrar" busca simples em uma descrição complexa e pode levar até 30 segundos para trazer respostas

Giovanni Santa Rosa

A Microsoft anunciou que o Bing vai ganhar um novo recurso, chamado Deep Search (ou “busca profunda”, em tradução livre). Ele promete trazer respostas melhores para perguntas complexas, que geralmente não são respondidas pelos buscadores tradicionais.

Para isso, a Microsoft vai combinar o ranqueamento de páginas do Bing já existente ao GPT-4, que é capaz de transformar a busca do usuário em uma descrição mais completa e trazer os melhores resultados.

No exemplo dado pela Microsoft, a busca “como funcionam os sistemas de pontos no Japão”, a Deep Search expande a busca para

“Forneça uma explicação de como os vários programas de cartões de fidelidade funcionam no Japão, incluindo benefícios, requisitos e limitações de cada um. Inclua exemplos de cartões de fidelidade de diferentes categorias, como lojas de conveniência, supermercados e restaurante. Mostre uma comparação das vantagens e desvantagens de usar cartões de fidelidade versus outros métodos de pagamento no Japão, incluindo recompensas e benefícios. Destaque os serviços mais populares e os comércios participantes.”

Se o Deep Search não entender direito o que o usuário quer, ele mostrará opções, dando uma lista de possíveis opções.

Botão Deep Search, do Bing
Deep Search vai ficar em botão separado (Imagem: Reprodução/Microsoft)

E não para por aí: a funcionalidade poderá usar os próprios resultados de busca para melhorar os termos da pesquisa e achar páginas ainda mais precisas.

Como você pode imaginar, isso não é simples, e a busca pode levar até 30 segundos para retornar resultados. Por isso, a Microsoft vai manter o recurso como opcional, e recomenda usá-lo apenas quando necessário.

Microsoft detalha novidades do Copilot

A Microsoft também detalhou algumas novidades já anunciadas para o Copilot, seu assistente com inteligência artificial.

A lista é bem grande: a geração de imagens recebeu uma versão melhorada do Dall-E 3, o chatbot vai usar o GPT-4 Turbo, e ferramentas como interpretador de códigos e resumo de vídeos do YouTube também estão a caminho.

Vamos começar pelo que já foi liberado. O gerador de imagens do Copilot, disponível no Bing e em outros produtos da Microsoft, usa agora uma versão melhorada do modelo Dall-E 3. Isso deve resultar em imagens de melhor qualidade e mais fiéis ao pedido do usuário.

Duas ilustrações de uma manicure atendendo um dinossauro. A da direita tem cores mais vivas e mais detalhes.
Dall-E 3 antes e depois da atualização (Imagem: Divulgação/Microsoft)

A barra lateral Copilot do Edge ganhou a capacidade de criar resumos de vídeos que você está vendo no YouTube. Esta novidade também foi anunciada pelo concorrente Bard, do Google, há duas semanas.

Além disso, a ferramenta também é capaz de escrever textos usando a página da web aberta como ponto de partida.

Nos recursos futuros, o Copilot vai usar o modelo GPT-4 Turbo, da OpenAI, para dar respostas. Mikhail Parakhin, diretor de serviços web da Microsoft, já havia adiantado isso no X (antigo Twitter).

Este modelo usa uma janela de contexto de 128 mil tokens, o que, segundo a OpenAI, equivale a 300 páginas de informação. Na prática, o Copilot deve entender as perguntas com mais facilidade e oferecer respostas melhores.

Segundo Yusuf Medhi, chefe de marketing da Microsoft, este modelo está sendo testado com usuários selecionados e será integrado ao Copilot nas próximas semanas.

O assistente também vai ganhar um novo interpretador de código. Ele deve oferecer cálculos mais precisos, análise de dados e até mesmo programar diretamente do chatbot. Além disso, a ferramenta aceita downloads e uploads, além de ser capaz de fazer buscas no Bing.

Com informações: The Verge, TechCrunch, Microsoft 1, 2

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.