Tráfego no Bing está caindo e pode ter relação com a queda no hype da sua IA

Após lançar versão do buscador com inteligência artificial, Microsoft viu o Bing ganhar espaço na internet; meses depois, empolgação com o Bing Chat está estagnada

Felipe Freitas
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Bing (Imagem: Divulgação/Microsoft)
Bing teve um crescimento no primeiro trimestre de 2023, mas cenário mudou no decorrer do ano (Imagem: Divulgação/Microsoft)

Sites de análise de tráfego mostram que a Microsoft está perdendo o “embalo” que o Bing adquiriu depois do lançamento da busca por IA. Também chamado de Bing Chat, a IA generativa levou o buscador à marca de 100 milhões de usuários ativos por dia. Porém, seis meses depois do lançamento, o crescimento “parece” ter parado.

Dados publicados pela SimilarWeb, StatCounter e YipitData, empresas que realizam análise de tráfego na internet, mostram que o público do Bing ou estagnou ou diminuiu desde o início do ano — contando até mesmo o tempo antes do lançamento da sua IA para buscas. Porém, a Microsoft segue dizendo que o Bing está ganhando espaço.

As três empresas de análise de tráfego levam em conta tanto o uso do “buscador tradicional” como o movimento no Bing Chat. David Carr, gerente sênior de “insight” da SimilarWeb, disse para o ZDNet que talvez os dados referente às pesquisas pelo widget da barra lateral do Edge tenham passado batido — e por isso haja uma diferença com o que a Microsoft relata. Todavia, Carr afirma que essa ausência não seria impactante.

No relatório do Statcounter, o Bing foi de 3,03% de fatia de mercado em janeiro para 2,99% em julho. No SimilarWeb, as análises mostram uma estagnação: 3,23% desde janeiro, antes mesmo do lançamento do Bing Chat. No YipitData, o cenário está “melhor”. A empresa mostra que houve um crescimento em abril e uma queda em junho. Porém, os 97,7 milhões de usuários do 6º mês é 2 milhões a mais do que o tráfego de fevereiro.

Bing Chat despertou curiosidade, mas o Bing não ajuda

Ao digitar US Open (grand slam de tênis) no Bing, primeiros resultados mostram mapa e indicações no Trip Advisor (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)
Ao digitar US Open, grand slam de tênis, no Bing, primeiros resultados mostram mapa e indicações no Trip Advisor (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Com todo mundo querendo usar a inteligência artificial da Microsoft para fazer buscas, o buscador da Big Tech chegou a 100 milhões de usuários diários — eu fui deles. O Bing Chat/IA generativa para buscas traz respostas em textos para o usuário, diminuindo os cliques nas páginas. O problema é que a IA (e o próprio Bing) são ruins.

Você pode perguntar para o Bing Chat uma receita, dicas de pontos turísticos em alguma cidade, mas ele ainda falha em trazer resultados mais recentes. Tente usá-lo para saber se o seu time venceu uma partida e ele responderá sobre um jogo que aconteceu há dias atrás e ainda errará os jogos seguintes.

No teste que eu fiz para essa notícia, perguntei para o Bing Chat se o Corinthians ganhou o último jogo. Ele informou que a última partida do time foi 2×0 contra o São Paulo na Copa do Brasil e que o próximo jogo será contra o Flamengo pelo Brasileirão — correto: 1×1 contra Cruzeiro e próximo adversário é o Goiás. Quando você quer saber o resultado de um evento esportivo, o Google é o caminho.

Teste da busca "US Open" no Google traz data do evento no primeiro resultado (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)
Teste da busca “US Open” no Google traz data do evento no primeiro resultado (Imagem: Reprodução/Tecnoblog)

Já o Bing, o “buscador clássico”, explica porque ele não supera o Google: os resultados não são bons ou estão mal posicionados. Por exemplo, buscar BlueSky no Bing mostra várias notícias sobre a rede social, mas não traz na primeira página o site oficial da plataforma. Repita o teste no Google e o link do microblogging é o primeiro.

Apesar das inteligências artificiais desenvolvidas com modelo de linguagem grande prometerem uma grande evolução no nosso uso de tecnologias, elas ainda estão no seu início. Por isso, um Bing Chat ou Bard (Google) ainda falham em vários pontos. Pelo lado positivo, o Microsoft Copilot pode ser uma ferramenta de maior sucesso para a empresa do Bill Gates.

Com informações: Wall Street Journal, ZDNet e Tech Radar

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Felipe Freitas

Felipe Freitas

Repórter

Felipe Freitas é jornalista graduado pela UFSC, interessado em tecnologia e suas aplicações para um mundo melhor. Na cobertura tech desde 2021 e micreiro desde 1998, quando seu pai trouxe um PC para casa pela primeira vez. Passou pelo Adrenaline/Mundo Conectado. Participou da confecção de reviews de smartphones e outros aparelhos.

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