Brasil compra até 4 milhões de celulares Xiaomi do Paraguai todo ano

Distribuidora parceira da Xiaomi no Brasil acredita que marca pode crescer com lojas oficiais em marketplaces como Magalu e Americanas

Giovanni Santa Rosa

Os celulares da Xiaomi viraram sinônimo de preço baixo. Isso se deve, em grande parte, às importações feitas de forma não oficial, sem pagar impostos, que permitem que o produto chegue por aqui a um valor realmente menor que o de concorrentes. Um caminho relevante parece ser o Paraguai: cerca de 3 milhões a 4 milhões de smartphones da marca são vendidos no país vizinho todos os anos — e a maioria tem como destino o Brasil.

A estimativa é da Allied, distribuidora parceira da Xiaomi em sua operação no mercado brasileiro. As informações vêm de um resultado financeiro da empresa.

Um dos objetivos da Allied, inclusive, é reduzir o mercado cinza da marca por aqui. Mercado cinza é o nome dado a produtos originais que saíram legalmente da fábrica, mas chegam ao varejo nacional sem pagar os devidos impostos.

Lojas oficiais da Xiaomi chegam a Magalu e Americanas

Para formalizar a presença da empresa chinesa no Brasil, a Allied pretende aumentar os canais de venda dos produtos originais nos marketplaces.

Xiaomi Black Shark 5 Pro (foto) e demais modelos são anunciados pela Xiaomi (Imagem: Divulgação/Xiaomi)
Xiaomi Black Shark 5 Pro (Imagem: Divulgação/Xiaomi)

Durante o primeiro trimestre de 2022, a distribuidora abriu lojas oficiais da Xiaomi na Via (empresa que detém as marcas Extra, Casas Bahia e Ponto Frio), Magazine Luiza, B2W (Americanas, Submarino e Shoptime) e Compra Certa.

De acordo com seu site, a Allied possui também a loja própria Mobcom, voltada para produtos de tecnologia, e é revendedora autorizada de Apple, Google e HyperX.

A distribuidora vê potencial para a Xiaomi crescer no Brasil.

Ela cita números globais para embasar essa afirmação: a companhia chinesa chegou a 12,4% do market share mundial de smartphones no quarto trimestre de 2021, 3,9 pontos percentuais a mais em relação ao mesmo período de 2020.

Anatel também quer combater mercado cinza

A estratégia da Allied e da Xiaomi combina bastante com um movimento dos marketplaces e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Em novembro de 2021, os grupos Via e Americanas/B2W fecharam um acordo com a agência reguladora para coibir a venda de smartphones que entraram no Brasil sem passar pelos meios legais.

As varejistas prometeram tomar medidas para impedir o cadastro de produtos não homologados pelo órgão.

A consultoria IDC Brasil estima que 4 milhões de celulares foram vendidos no mercado cinza brasileiro em 2021.

Com informações: Mobile Time.

Leia | Como entrar em contato com a assistência técnica da Xiaomi no Brasil

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.