Claro

A viagem vai ser longa. Você decide baixar alguns filmes da Netflix enquanto aguarda a decolagem. Em dois ou três minutos, tudo o que você pretende assistir durante o voo já está no seu smartphone. Uma cena como essa ainda está fora da realidade, mas é tecnicamente possível com o Gigabit LTE: em uma demonstração recente com esse tipo de rede, a Claro atingiu taxas próximas de 1 Gb/s (gigabit por segundo) no download.

Os testes estão sendo realizados em parceria com a Ericsson e a Qualcomm na cidade de São Paulo. A rede tem como base uma tecnologia de acesso licenciado assistido (LAA, na sigla em inglês), que combina espectros licenciados com não licenciados.

No caso da Claro, a combinação consiste no uso de 20 MHz na faixa de 2,6 GHz (espectro licenciado para 4G) com 60 MHz na faixa de 5 GHz (espectro não licenciado). Além disso, a rede conta com modulação 256 QAM e 4×4 MIMO que, essencialmente, indica que a comunicação pode ser feita com quatro antenas para transmissão e outras quatro para recepção.

Para testar a velocidade, é necessário usar um dispositivo compatível com as especificações da rede, obviamente. A Claro afirma ter usado um aparelho equipado com o chip Snapdragon 835 — o modem deste, um Snapdragon X16 LTE, atinge a casa do 1 gigabit. Funcionou: de acordo com a operadora, velocidades próximas de 1 Gb/s foram alcançadas no envio de arquivos de um servidor para o dispositivo.

Antena de celular

Mas isso não quer dizer que logo teremos taxas tão elevadas como essa na rede da operadora. Não é tão imediato assim. A infraestrutura precisa ser trabalhada, há questões regulatórias e por aí vai. Inicialmente, esse tipo de teste atende a fins de pesquisa. A Claro ressalta que a tecnologia empregada ali deve abrir caminho para o 5G e estimular o desenvolvimento de novas aplicações.

É um discurso que condiz com as afirmações da Qualcomm durante a ativação de uma rede similar na Austrália no início do ano: na ocasião, a companhia declarou que velocidades altas podem melhorar o acesso ao streaming de vídeo e facilitar o surgimento de aplicações de realidade virtual em dispositivos móveis, por exemplo.

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Emerson Alecrim

Emerson Alecrim

Repórter

Emerson Alecrim cobre tecnologia desde 2001 e entrou para o Tecnoblog em 2013, se especializando na cobertura de temas como hardware, sistemas operacionais e negócios. Formado em ciência da computação, seguiu carreira em comunicação, sempre mantendo a tecnologia como base. Em 2022, foi reconhecido no Prêmio ESET de Segurança em Informação. Em 2023, foi reconhecido no Prêmio Especialistas, em eletroeletrônicos. Participa do Tecnocast, já passou pelo TechTudo e mantém o site Infowester.

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