Um “supercartão” promete substituir seus cartões de crédito e débito

Felipe Ventura
• Atualizado há 7 meses

Há alguns anos, falamos por aqui sobre o Plastc: uma solução tudo-em-um para substituir seus cartões de crédito, débito, fidelidade e gift cards. Ele tinha uma tela e-ink, se conectava ao seu smartphone via Bluetooth, e… era bom demais para ser verdade.

Depois de arrecadar mais de US$ 9 milhões na pré-venda, a Plastc não conseguiu lançar o produto e declarou falência. Ela foi adquirida por uma empresa chamada Edge, que promete dar continuidade ao projeto do cartão tudo-em-um.

O CEO Peter Garrett diz ao The Verge que fazer esse supercartão é como “criar o primeiro iPhone”: toda a tecnologia existe, mas o desafio é colocá-la em um dispositivo pequeno — neste caso, com 1 mm de espessura.

Além do hardware, há outros problemas que a Edge precisa resolver: por exemplo, ainda falta uma parceria com empresas de cartão de crédito, incluindo Visa e Mastercard.

Mas desta vez, os clientes não terão que arriscar o próprio dinheiro: o produto chegará ao mercado graças a um investimento de private equity, e não dependerá de pré-venda. Quem comprou um Plastc receberá um desconto de US$ 50 no site da Edge.

O sonho de um supercartão

Será que agora vai? Pouco a pouco, os smartphones estão assumindo o papel de armazenar nossos cartões. Pode não ser algo tão comum no Brasil, mas nos EUA, 17% dos consumidores realizam pagamentos móveis com frequência; a proporção é ainda maior em alguns países da Europa, como Itália e Espanha.

Além disso, o sonho de um supercartão vem sendo constantemente frustrado. Em 2012, o Geode registrava seus dados financeiros na tarja magnética de um cartão especial através de um case para iPhone.

O projeto arrecadou milhões e, depois de um tempo, sumiu do mapa: o produto não era muito durável, e parava de funcionar após certo tempo de uso.

Então, em 2013, o Coin prometia substituir seus cartões com outro cartão: ele tinha Bluetooth integrado, tela e-ink, e bateria que durava dois anos.

O produto foi lançado com atraso, e funcionava muito mal: as maquininhas não conseguiam ler a tarja magnética. A empresa por trás do Coin foi adquirida pela Fitbit, e seus serviços foram encerrados.

Mas ainda há alguma esperança. O Curve Card conseguiu realizar bem essa ideia: trata-se de um cartão emitido pela Mastercard, ao qual você pode associar cartões de débito e crédito (da Visa ou Mastercard), e usá-los até mesmo em caixas eletrônicos — algo que o smartphone não permite.

O app da Curve permite alternar entre seus cartões, e acompanhar seus gastos em uma linha do tempo. Além disso, se você fizer um gasto no cartão errado, pode “voltar no tempo”: o app faz um estorno e depois desconta o valor do cartão correto.

O Curve Card está disponível na Europa, apenas para pessoa jurídica no momento; uma versão para pessoa física será lançada “muito em breve”.

Leia | Como funciona o Cartão de Todos

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.