Ex-funcionários afetados por layoffs podem ter que deixar os EUA por conta do visto

Visto H-1B é necessário para imigrantes poderem trabalhar em empresas em áreas específicas; período de 60 dias é pouco, segundo os demitidos

Ricardo Syozi
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Passaporte e visto (Imagem: Unsplash / mana5280)

Após demissões em massa de gigantes como o Twitter e a Meta, os milhares de ex-funcionários se encontram em uma difícil situação. Não apenas eles têm que procurar outros empregos, mas também podem precisar pensar em se mudar. Isso porque muitos deles vieram de locais como a Índia e o Brasil para trabalhar nessas empresas, contudo, se não encontrarem algo logo, a deportação será o resultado dessa jornada.

Segundo o governo estadunidense, a quantidade de profissionais contratados por companhias americanas que possuía o visto H-1B em 2019 era de 619.327. Esse documento permite a entrada e permanência de estrangeiros em território dos EUA para trabalhar em áreas especializadas, como arquitetura, engenharia e tecnologia.

Enquanto o dono estiver empregado e com a documentação em dia, ele poderá viver no país. Contudo, se o vínculo trabalhista for encerrado, o ex-funcionário terá apenas 60 dias para conseguir um novo emprego e manter o status do visto. Caso contrário, ele terá que deixar os Estados Unidos.

Dessa forma, assim que o Google anunciou a demissão de 12 mil pessoas em janeiro e a Meta confirmou o desligamento de 11 mil profissionais no fim de 2022, diversos empregados estrangeiros devem ter entrado em desespero.

O Rest of the World, por exemplo, conversou com 10 indivíduos que foram desligados de companhias como a Meta e a Amazon nos últimos meses. O principal sentimento entre todos era de que não havia tempo para sentirem pena de si mesmos. Eles precisavam voltar suas atenções para procurar um novo trabalho, pois cada dia perdido os colocavam mais perto de deixarem os EUA.

Mark Zuckerberg
Mark Zuckerberg vai demitir mais 11 mil pessoas até o fim de 2023 (Imagem: Reprodução / Internet)

Microsoft e Twitter também contribuíram para o cenário atual

A leva de demissões em massa tomou a área de tecnologia recentemente. Em janeiro de 2023, a Microsoft anunciou que iria demitir 10 mil funcionários até março. A dona do Xbox e do Windows culpou o cenário atual de recessão em diversas partes do globo.

Já um dos casos mais notórios ocorreu em novembro de 2022, depois que Elon Musk assumiu a posição de CEO do Twitter. Não demorou muito para o empresário anunciar o desligamento de quase 50% da força de trabalho da rede social.

Desse alto número, pelo menos 700 profissionais do passarinho azul tinham o visto H-1B, como relatado pela Forbes. Ou seja, da noite para o dia, eles precisaram encontrar um novo emprego urgentemente, pois se não conseguissem, teriam que voltar para seus países de origem.

Vale destacar que o próprio Elon Musk já foi um dono desse importante documento. O bilionário nasceu na África do Sul em 1971 e se mudou para os Estados Unidos em 1991 com um visto H-1B nas mãos.

EUA pode aumentar o período do visto

Na sexta-feira (17), um subcomitê presidencial sobre segurança ocorreu em Washington DC, como informado pelo Onmanorama. Ele surgiu a partir do pedido de milhares de imigrantes que haviam perdido seus empregos nas demissões em massa dos últimos meses.

Considerando a situação na qual o mundo se encontra, os políticos recomendaram a extensão do período para os que precisam renovar seus vistos H-1B. A sugestão é mudar de 60 para 180 dias o tempo para os profissionais conseguirem novas vagas no mercado de trabalho.

A proposta ainda não foi aprovada, mas especialistas acreditam que ela acabará sendo oficializada.

Com informações: Business Insider.

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Ricardo Syozi

Ricardo Syozi

Ex-autor

Ricardo Syozi é jornalista apaixonado por tecnologia e especializado em games atuais e retrôs. Já escreveu para veículos como Nintendo World, WarpZone, MSN Jogos, Editora Europa e VGDB. No Tecnoblog, autor entre 2021 e 2023. Possui ampla experiência na cobertura de eventos, entrevistas, análises e produção de conteúdos no geral.

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