Google começa a liberar Bard, seu concorrente do ChatGPT e do Bing
Robô anunciado no começo de fevereiro está disponível para alguns usuários nos EUA e no Reino Unido; Google tem abordagem mais cuidadosa e sugere usar a busca
Robô anunciado no começo de fevereiro está disponível para alguns usuários nos EUA e no Reino Unido; Google tem abordagem mais cuidadosa e sugere usar a busca
A briga de robôs que escrevem vai ficar mais interessante a partir desta terça-feira (21). O Google começou a permitir o acesso ao Bard para alguns usuários. O chatbot com inteligência artificial é uma resposta ao ChatGPT e ao Bing Chat, que dominam o noticiário de tecnologia há meses e prometem revolucionar as buscas na web.
Em termos de funcionamento, o Bard se parece muito com o ChatGPT e o Bing Chat. A interface é a de um mensageiro, e há algumas sugestões de por onde começar. O usuário pode escrever o que deseja, e a inteligência artificial dá uma resposta em texto.
O Google compartilhou alguns exemplos, como sugestões de plantas para ambientes internos e uma lista de maneiras para ler 20 livros durante este ano.
O site The Verge também usou a ferramenta para conseguir conselhos para encorajar uma criança a jogar boliche e recomendar uma lista de filmes de roubos famosos.
O Bard foi anunciado em fevereiro, e o Google disse que liberaria ferramenta aos poucos.
Por enquanto, ele será limitado a um pequeno número de usuários nos EUA e no Reino Unido — nada de Brasil no momento.
De acordo com executivos do Google, este número deve aumentar com o tempo, assim como novos países e idiomas serão acrescentados. Ainda não há uma estimativa de prazo para isso acontecer.
Para quem conseguiu acesso, o Bard pode ser usado no endereço bard.google.com. É uma abordagem diferente do Bing, da Microsoft, que colocou seu chatbot direto na busca — ele aparece em momentos que julga oportuno, e também fica em uma aba chamada “Bate-papo”.
Como comenta o New York Times, esta abordagem parece ser mais conservadora — uma forma de entrar em um novo terreno e, ao mesmo tempo, não fazer grandes alterações na busca, que é um negócio bastante lucrativo para a empresa.
Aliás, abaixo de cada resposta do robô, há um botão “Google It” — “jogue no Google”, em tradução livre — que faz a busca relacionada.
A página do Bard tem uma etiqueta dizendo “Experimental” ao lado do logo do produto. O texto publicado pelo Google também enfatiza isso. O título do post é “Experimente o Bard e compartilhe seu feedback”.
“O Bard nos ajudou a escrever este blog post — ele escreveu um esboço e sugeriu algumas edições”, diz a publicação. “Como todas as interfaces baseadas em modelos de linguagem, ele nem sempre acerta.”
O Verge também nota que o texto fala em “colaborar com uma inteligência artificial generativa”, o que dá a impressão de querer dividir responsabilidades com os usuários.
Desde que a OpenAI liberou seu ChatGPT, em novembro de 2022, especula-se que um dos usos possíveis para a tecnologia seja a de obter informações na internet. Isso seria uma ameaça ao negócio de buscadores, dominado em larga escala pelo Google.
A Microsoft se mexeu rápido e integrou a tecnologia ao Bing, em fevereiro de 2023. A empresa é uma das maiores investidoras da OpenAI.
Na mesma semana, o Google anunciou o Bard, mostrando como um de seus principais diferenciais a atualização constante — a base de dados do ChatGPT só vai até 2021.
O problema é que a empresa cometeu uma gafe: um dos exemplos de demonstração deu uma informação incorreta envolvendo o Telescópio Espacial James Webb, lançado no fim de 2021. Isso derrubou as ações do Google.
O Bard não é o único: o ChatGPT e o Bing também erram informações com alguma frequência, mesmo em tarefas como sugerir passeios para turistas ou resumir relatórios financeiros. Existe até um nome especial para isso no jargão da inteligência artificial: “alucinar”.
Informações de bastidores também dão conta de que o anúncio do Bard foi apressado, o que desagradou os funcionários do Google. A empresa, inclusive, pediu que os trabalhadores reescreverem respostas incorretas do robô.
Com informações: Google, The New York Times, The Verge.
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