Microsoft e Intel garantem atualizações para notebooks da Huawei

Correções de segurança continuarão sendo liberadas para Huawei mesmo com sanções dos Estados Unidos

Paulo Higa
• Atualizado há 2 anos e 11 meses
Huawei MateBook X Pro

Além dos smartphones, os outros eletrônicos da Huawei afetados pela lista negra dos Estados Unidos foram os notebooks: eles são equipados com processadores da Intel e rodam um sistema operacional da Microsoft, duas empresas americanas que não poderão mais fazer negócios com a chinesa. Mas ambas garantem que vão continuar fornecendo atualizações para os equipamentos já lançados no mercado.

É um pequeno alívio para os usuários que já adquiriram notebooks da Huawei, como o caríssimo Matebook X Pro, com tela de 14 polegadas, bordas reduzidas e webcam integrada ao teclado — ele foi lançado com preços a partir de 1.499 euros. O computador era vendido pela Microsoft Store nos Estados Unidos, mas foi retirado da loja após as sanções americanas.

Ainda que a situação continue complicada para os chineses, a Microsoft diz à PCWorld que “nossas avaliações iniciais da decisão do Departamento de Comércio dos Estados Unidos sobre a Huawei indicaram que poderemos continuar oferecendo atualizações de software da Microsoft para clientes com dispositivos da Huawei”.

Huawei Matebook X Pro

Huawei Matebook X Pro

A Intel também confirma que oferecerá atualizações de segurança e novos drivers para consumidores finais com chips da Intel. Isso deve garantir correções de falhas como a dupla Meltdown e Spectre, que permitia vazamento de dados entre aplicativos; e o ZombieLoad, uma brecha que dá acesso indevido a dados secretos e estava presente em chips lançados desde 2011.

No final das contas, a Huawei se mete na mesma questão dos celulares: os produtos já lançados não sofrerão ou sofrerão pouco com as sanções do governo Trump, mas os futuros ainda têm destino incerto. Pelas regras, a empresa não pode mais comprar chips da Intel ou AMD (o que poderia ser resolvido com processadores próprios da subsidiária HiSilicon), nem licenciar o Windows (aqui sim, temos um problemão).

De qualquer forma, o baque na empresa em caso de saída do mercado de notebooks seria bem menor que nos celulares: a Huawei entrou no segmento há apenas dois anos e ainda tem pouca expressão, não estando entre as seis maiores fabricantes de PCs.

Relacionados

Escrito por

Paulo Higa

Paulo Higa

Ex-editor executivo

Paulo Higa é jornalista com MBA em Gestão pela FGV e uma década de experiência na cobertura de tecnologia. No Tecnoblog, atuou como editor-executivo e head de operações entre 2012 e 2023. Viajou para mais de 10 países para acompanhar eventos da indústria e já publicou 400 reviews de celulares, TVs e computadores. Foi coapresentador do Tecnocast e usa a desculpa de ser maratonista para testar wearables que ainda nem chegaram ao Brasil.