Microsoft pede ajuda ao Congresso dos EUA para combater deepfakes

Empresa considera que setor de tecnologia e grupos sem fins lucrativos já tomaram medidas necessárias, cabendo ao governo fazer sua parte

Giovanni Santa Rosa
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Malwares RAT enganam antivírus com arquivos poliglotas (imagem ilustrativa: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Microsoft pede que autoridades façam sua parte para combater deepfakes (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

Brad Smith, presidente da Microsoft, fez um apelo ao Congresso dos Estados Unidos: regulamentar o uso de deepfakes para lidar com fraudes, abusos e manipulação. Para ele, as autoridades precisam tomar medidas urgentes para proteger crianças, idosos e processos eleitorais.

A Microsoft entende que uma legislação para deepfakes daria a policiais e investigadores formas de processar responsáveis por golpes e fraudes. Além disso, a companhia considera que as leis estaduais e federais dos EUA contra divulgação de imagens íntimas, exploração infantil e exploração sexual precisam ser atualizadas para incluir conteúdos gerados com inteligência artificial.

Inteligência artificial
Inteligência artificial pode ser usada para criar imagens realísticas (Imagem: Vitor Pádua / Tecnoblog)

“Embora o setor de tecnologia e grupos sem fins lucrativos tenham tomado medidas para resolver este problema, é evidente que nossas leis também precisarão evoluir para combater fraudes envolvendo deepfakes”, diz o blog post assinado por Smith.

“Uma das coisas mais importantes que os EUA podem fazer é aprovar um estatuto abrangente contra fraudes usando deepfakes para evitar que cibercriminosos usem esta tecnologia para roubar cidadãos comuns”, pede o presidente da companhia.

A própria Microsoft se viu em uma situação complicada envolvendo este assunto. No fim de 2023, o Designer, ferramenta da empresa que usa IA para gerar imagens, estava sendo usada para criar imagens explícitas, indo de colegas de classe a celebridades como a cantora Taylor Swift. A companhia corrigiu a falha.

Uma proposta aprovada no Senado americano poderá permitir que vítimas de deepfakes sexualmente explícitos processem os criadores das imagens. O FCC, equivalente dos EUA à nossa Anatel, baniu ligações telefônicas com robôs que imitam vozes humanas usando IA generativa.

Brasil tem propostas contra deepfakes

No Brasil, há diferentes propostas para regular o uso de deepfakes. Uma já foi aprovada: o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá cassar candidaturas por uso irregular de IA.

Além disso, há projetos de lei para exigir consentimento para usar a tecnologia com imagens de pessoas falecidas e para aumentar a pena caso o crime de violência psicológica contra a mulher envolve imagens editadas com esta técnica, entre outros exemplos.

Com informações: The Verge

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Giovanni Santa Rosa

Giovanni Santa Rosa

Repórter

Giovanni Santa Rosa é formado em jornalismo pela ECA-USP e cobre ciência e tecnologia desde 2012. Foi editor-assistente do Gizmodo Brasil e escreveu para o UOL Tilt e para o Jornal da USP. Cobriu o Snapdragon Tech Summit, em Maui (EUA), o Fórum Internacional de Software Livre, em Porto Alegre (RS), e a Campus Party, em São Paulo (SP). Atualmente, é autor no Tecnoblog.