Opera, Vivaldi e Brave vão ignorar limite do Chrome para bloqueadores de anúncios

Google Chrome vai implementar limites para bloqueadores de anúncios em 2020; Opera, Vivaldi e Brave usam Chromium

Felipe Ventura
• Atualizado há 3 anos

O Google confirmou que vai implementar mudanças na API do Chrome usada para bloquear anúncios, afetando inclusive a versão de código aberto Chromium. Opera, Vivaldi e Brave são baseados nesse projeto open-source, mas garantem que manterão suporte completo a ad blockers, sejam eles nativos ou feitos por terceiros.

Para recapitular: o Chrome vai substituir uma API usada por extensões que bloqueiam conteúdo específico das páginas. A nova API terá limites maiores de quantos itens poderão ser bloqueados; além disso, o desenvolvedor terá que enviar sua lista de filtros de bloqueio para o Google.

Isso fará parte do Manifest V3, nova versão da plataforma de extensões do navegador que será implementada no início de 2020. Enquanto isso, a API antiga usada por bloqueadores de anúncios ficará disponível apenas para usuários corporativos do Chrome, não para o público em geral.

Opera, Vivaldi e Brave vão manter API para ad blockers

Essas mudanças também afetarão o Chromium, versão de código aberto do Chrome usada como base para outros navegadores, inclusive o novo Microsoft Edge. Mesmo assim, os bloqueadores de anúncios continuarão a salvo no Opera, Vivaldi e Brave.

“Podemos considerar manter essas APIs funcionando, mesmo se o Chrome não fizer isso”, diz um porta-voz do Opera à ZDNet. No entanto, a empresa aponta que isso não será um problema porque o navegador vem com um bloqueador nativo de anúncios, tanto no PC como no celular: “isso significa que os usuários do Opera não estão realmente expostos a essas mudanças”.

Petter Nilsen, desenvolvedor sênior da Vivaldi, explica em blog oficial que vai lidar com a mudança da API dependendo de como isso for implementado pelo Google: “existem muitos, muitos cenários possíveis e a restauração da API pode ser uma delas; nós já restauramos funcionalidades antes… sejam quais forem as restrições do Google, podemos removê-las”.

“O código estará todo lá, podemos trazê-lo de volta”

E Brendan Eich, CEO da Brave Software, promete manter a API usada por bloqueadores de anúncios: “continuaremos a dar suporte ao webRequest para todas as extensões do Brave”, diz ele à ZDNet. O executivo também lembra que o navegador tem bloqueador de anúncios nativo.

No Twitter, Eich explica que a API antiga para bloqueadores de anúncios “não será removida, apenas escondida de extensões não-empresariais do Chrome. O código C++ estará todo lá, então podemos trazê-lo de volta à tona, e vamos fazer isso”.

A Microsoft ainda não se manifestou sobre o assunto. A empresa já fez várias modificações no Chromium, removendo e acrescentando recursos para criar o novo Edge, então talvez ela mantenha as APIs antigas para bloquear anúncios.

De um jeito ou de outro, as mudanças no Chrome devem ter um impacto enorme. O navegador do Google domina 69% do mercado, segundo o StatCounter, contra 10% do Firefox, 2,3% do Opera e 0,05% do Vivaldi; o Brave não aparece nas estatísticas.

Com informações: ZDNet.

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Felipe Ventura

Felipe Ventura

Ex-editor

Felipe Ventura fez graduação em Economia pela FEA-USP, e trabalha com jornalismo desde 2009. No Tecnoblog, atuou entre 2017 e 2023 como editor de notícias, ajudando a cobrir os principais fatos de tecnologia. Sua paixão pela comunicação começou em um estágio na editora Axel Springer na Alemanha. Foi repórter e editor-assistente no Gizmodo Brasil.